Bruna Surfistinha

Nota: ★★★☆

(Disponível na GloboPlay em outubro de 2021.)

Há atores que têm a mesma cara não apenas ao longo de todo um filme, mas ao longo de toda a carreira. E há os que parecem camaleão. No papel-título de Bruna Surfistinha (2011), Deborah Secco comprova que é desse segundo time.

Tem um monte de caras diferentes. Não uma, duas ou três, mas um monte. É impressionante.

Ainda bem – porque Raquel, a protagonista da história, parece ter vivido diversas vidas no período de uns poucos anos.

Quando o filme começa, ela é uma moça absolutamente comum, sem nada de especial; ali pelos 17 anos, vive numa família de classe média de São Paulo, estuda, ainda não trabalha. Não parece nada feliz, não parece se adequar à família – pai, mãe, um irmão, Rodrigo (Sergio Guizé), que briga com ela o tempo todo. Só bem mais tarde, quando o filme já se aproxima da metade, o espectador ficará sabendo que Raquel foi adotada pelo casal Otto e Celeste (os papéis de Luciano Chirolli e Clarisse Abujamra).

Não se fala absolutamente nada sobre como, quando e por que Otto e Celeste resolveram adotar a garota, e não há uma palavra sobre os pais biológicos.

De repente, decide fugir de casa e se empregar em um prostíbulo.

Larissa, a cafetina, a dona do negócio (o papel de Drica Moraes), provê teto e comida. Em troca, fica com 60% de cada pagamento – o michê é de R$ 100,00, ela informa para Raquel e para o espectador.

Diante do primeiro freguês, Huldson (o papel de Cássio Gabus Mendes), Raquel inventa seu nome de guerra – Bruna.

Os roteiristas José Carvalho, Homero Olivetto e Antonia Pellegrino e o diretor Marcus Baldini levaram não mais que uns cinco, no máximo oito minutos para nos mostrar a fase Raquel da protagonista – a moça comum em casa, na escola, numa experiência horrorosa com um colega de classe. Para mostrar a primeira fase da vida de Bruna no prostíbulo de Larissa, usam uma boa meia hora, talvez uns 40 minutos.

Haja cliente, haja trepada. Um porrilhão.

O filme não vai fundo nas relações

Exatamente como não havia se aprofundado nada na relação entre Raquel e a família que a havia adotado, o filme também não vai fundo na forma com que a agora Bruna se relaciona com as cinco colegas com que divide o espaço no prostíbulo. Nem há, na minha opinião, uma preocupação em delinear o caráter de cada uma das moças. Vemos que elas de maneira geral não recebem muito bem a novata, e, naturalmente, não gostam do sucesso que ela passa a fazer, jovenzinha de tudo, bonita, gostosa.

Bonita, gostosa – uau, como é bonita e gostosa essa Deborah Secco, meu Deus do céu e também da Terra!

Há um incidente grave: uma hora lá, Bruna vai checar seu armário – cada uma das moças tem direito a um armário de aço, como nas high schools que a gente vê nos filmes americanos –, e vê que todo o dinheiro que havia juntado até então havia sido roubado. Ela acusa Janine (Fabiula Nascimento), mas a moça garante que não foi ela.

De repente, surge na vida de Bruna uma moça chamada Carol (Guta Ruiz), que conhece gente rica e os caminhos para oferecer os serviços sexuais a quem pode pagar bem. Bruna deixa o prostíbulo de Larissa, se estabelece por conta própria. Uma das antigas colegas, Gabi (Cristina Lago), conta para ela que a antiga patroa estava muito brava, porque diversos clientes não paravam de perguntar onde estava a Bruna, aquela que parece uma surfistinha.

Bruna adora o adjetivo “surfistinha”, adota. Cria um blog – e vira um extraordinário sucesso. Gabi passa a ser sua secretária, seu braço direito. Ela publica fotos com prancha de surfe – e bomba na rede. Tem a idéia de dar notas para os clientes – e a coisa bomba na rede, ela vira notícia na TV.

O sucesso é de fato extraordinário. Extraordinário e meteórico. Cheia da grana, Bruna se afunda na cocaína – e de repente está pobre de novo. Na pior, na pior, na pior. Aí Huldson, que jamais havia sumido, reaparece.

Tudo, tudo muito bem realizado

Bruna Surfistinha é um filme muito bem realizado. A fotografia – direção de Marcelo Corpanni – é de primeira, impecável. A direção de arte – de Luiz Roque – também. Os figurinos – de Letícia Barbieri – são caprichados. É verdade que em Deborah Secco tudo fica bem, desde uma camisetinha e short até vestido fino, elegante – mas há cuidado nos figurinos mesmo dos extras, as dezenas de homens contratados para aparecer alguns segundos na tela como fregueses de Bruna.

Aliás, o trabalho de escolha do elenco – do diretor de casting Luciano Baldan – é excelente. Demonstra competência na escolha dos coadjuvantes e também na dos extras. É impressionante.

O elenco está todo muito bem, o que não é tão comum assim nos filmes brasileiros dos últimos anos. É um trabalho admirável desse rapaz Marcus Baldini.

Há belos momentos. Lá pelas tantas, há uma daquelas sequências que vão mostrando, sem corte aparente, diversas tomadas de situações semelhantes – Bruna trepando com diferentes fregueses. É como se a câmara estivesse percorrendo diversos quartos contíguos, da esquerda para a direita – só que está mostrando o mesmo quarto, momentos diferentes da mesma Bruna recebendo diferentes clientes.

A sequência é impressionantemente bem realizada.

É interessante, por exemplo, a relação que vai se estabelecendo entre Bruna e Huldson, o primeiro freguês. A sequência em que ele diz que não quer trepar, quer ficar olhando para ela, é muito gostosa de se ver – e os roteiristas capricharam no diálogo. Ela diz que vai contar uma coisa para ele – e Huldson logo imagina que ela vai revelar seu nome verdadeiro, uma curiosidade que ele parece ter tido desde sempre. Você vai contar qual é seu nome!, ele diz. Mas não, não é isso que ele vai revelar. Isso ela deixa bem para o fim.

O que uma garota como você está fazendo aqui?

A curiosidade de Huldson por saber o nome verdadeiro de Bruna leva o espectador a pensar que ele tem vontade de saber por que, afinal de contas, a moça escolheu aquela profissão. A velha pergunta, creio que tão velha quanto a que dizem ser a mais velha profissão que há: por que uma moça como você veio parar num lugar destes?

What’s a Nice Girl like You Doing in a Place Like This? O que uma moça legal como você está fazendo num lugar destes? Esse foi o título de um curta-metragem que o então jovem Martin Scorsese realizou, usando uma filmadora de 16 mm, em 1963, quando estudava na Tisch School of the Arts da Universidade de Nova York.

Duas décadas antes que Scorsese fizesse seu magnífico documentário No Direction Home: Bob Dylan (2005), o futuro Prêmio Nobel de Literatura escreveu uma canção de dolorosa beleza, “A Sweetheart Like You”, em que faz a mesma eterna pergunta: “what’s a sweetheart like you doin’ in a dump like this?” O que uma graça como você está fazendo neste lixo aqui?

“Just how much abuse will you be able to take? / Well, there’s no way to tell by that first kiss / What’s a sweetheart like you doin’ in a dump like this?” Quanto abuso você será capaz de aguentar? Bem, não tem jeito de saber pelo primeiro beijo. O que uma graça como você está fazendo neste lixo aqui?

A canção de Dylan ficou passando pela minha cabeça depois que terminamos de ver Bruna Surfistinha. Não sei se Huldson tinha o disco Infidels, de 1983, se conhecia a música, mas ele parece um sujeito legal, sensível, inteligente. Se por acaso conhecesse “A Sweetheart Like You”, seguramente ficava pensando na canção sempre que pensava em Bruna.

(Depois que vi o filme, li que Huldson é o que se chama de compósito – um personagem que reúne características de várias pessoas. Huldson, especificamente, reuniria características de vários clientes que tentaram saber por que Bruna tinha virado puta – e tentaram fazer com que ela deixasse a putaria.)

Ficou passando pela minha cabeça também o título forte Eu, Christiane F, 13 Anos, Drogada e Prostituída. Christiane F., nome real Christiane Vera Felscherinow, nascida em Hamburgo em 1962, tem muitos pontos de contato com Raquel/Bruna. Além de ter sido drogada e prostituída, foi também blogueira, exatamente como Raquel/Bruna. E sua vida inspirou um livro e filme, exatamente como Raquel/Bruna.

Há, no entanto, diferenças marcantes entre elas. A principal é que Christiane primeiro se viciou – tinha 12 anos em 1974, quando começou a fumar haxixe e consumir Valium, Mandrix e LSD. A necessidade de dinheiro para manter o vício a levou à prostituição. Já a Raquel que o filme mostra sequer fumava cigarros – destes que pagam IPI e dão câncer – quando optou trocar a casa confortável dos pais adotivos pela vida no puteiro mambembe de Larissa. O vício em cocaína veio depois.

O que uma garota como Raquel estava fazendo num lixo como aquele?

Tudo no filme é de repente – sem se aprofundar muito

Não vai aqui – é bom dizer, e insistir nisso – uma coisa moralista, ah, prostituição, sexo é pecado, ai, que horror. Não, não é isso. É uma curiosidade natural: por que raios optar pela prostituição, um métier duro, difícil, trabalhoso, estafante – e a rigor também perigoso, já que nunca se sabe do que o freguês será capaz dentro de um quarto fechado?

Steven Sodebergh fez em 2009 The Girlfriend Experience, no Brasil Confissões de uma Garota de Programa, em que retrata o dia-a-dia de uma prostituta de luxo extremamente jovem em Nova York. É um filme que me pareceu absolutamente gélido, sem emoção alguma. O filme às vezes tem ares de documentário, às vezes de reportagem, de reconstituição do cotidiano real de uma jovem prostituta de luxo. Ela mesma toma notas a respeito de seus encontros com os clientes, descreve o que fizeram, sobre o que conversaram, onde foram, e, sobretudo, o nome das roupas e calçados que usou – todos dos mais caros do planeta. E ao longo do filme intercalam-se diálogos dela com um escritor que a entrevista, que tenta extrair um retrato íntimo dela, o que ela sente, o que ela pensa.

Não que ele consiga extrair dela o que ela sente, o que ela pensa – mas o escritor tenta.

Não ficou claro para mim – anotei na época – “qual foi a intenção de Soderbergh ao contar a história de Christine/Chelsea. Seguramente não foi fazer com o espectador sentisse pena dela, ou, ao contrário, desprezo, nojo. De forma alguma. Não há sentimento, sensação envolvida aí. A mim, particularmente, o filme provocou uma repulsa pelo tipo de sociedade que a humanidade criou, e que é o mais evidente possível exatamente ali na ilha de Manhattan, o umbigo do capitalismo (pô, gostei dessa imagem), uma sociedade sem qualquer valor moral, onde tudo é aparência e dinheiro.”

O que mais me impressionou em Bruna Surfistinha é que parece que o filme não está nem um pouco interessado em investigar os motivos, as razões, os por quês.

Parece que o filme não tem a menor preocupação em saber por que uma moça tão legal está ali, o que ela está fazendo ali.

Tudo acontece de repente, como eu tentei realçar na tentativa de sinopse que fiz. De repente ela sai de casa, de repente se demonstra uma profissional competente, de repente sai do puteiro e se estabelece por conta própria, de repente faz um tremendo sucesso com o blog, de repente cai de boca no vício, de repente está na pior de novo, de repente se reergue.

Tudo é de repente.

A única coisa em que Bruna Surfistinha vai fundo é na beleza de Deborah Secco.

O filme passa longe, bem longe do quasepornô

Interessante: os exibidores brasileiros transformaram o título um tanto anódino The Girlfriend Experience em algo mais, digamos, sedutor – Confissões de uma Garota de Programa. O mesmo fenômeno aconteceu, com os países invertidos, com Bruna Surfistinha: os exibidores americanos escolheram o apelativo título de Confessions of a Brazilian Call Girl.

Há uma grande diferença e uma grande semelhança entre Confessions of a Brazilian Call Girl do jovem diretor Marcus Baldini e Confissões de uma Garota de Programa do experientíssimo Steven Soderbergh. Começo com a semelhança: os dois filmes passam longe, mas muito longe, a anos-luz da apelação, da sacanagem, da quasepornografia.

Há muitas cenas de sexo em Bruna Surfistinha. Mostra-se Bruna trepando com dezenas e dezenas de homens – e umas duas vezes com mulheres também. Mas não há apelação em momento algum, explicitude desnecessária alguma. Vemos o corpo de Bruna, sim – os seios, as coxas. Não há uma cena sequer de genitália, e as tomadas do corpo da moça nunca chegam sequer perto do quasepornô.

A grande diferença: a atriz que faz a garota de programa do filme de Soderbergh, Sasha Grey, tinha apenas 21 anos quando fez o filme, mas tinha uma impressionante filmografia de quase 200 títulos – é uma atriz de filmes pornôs. Completamente diferente, é claro, de Deborah Secco.

Deborah Fialho Secco, carioca da turma de 1979, começou a carreira criança, aos 11 anos, em 1990, na novela Meu Bem, Meu Mal, de Maria Adelaide Amaral, que tinha no elenco, por coincidência ou não, Cassio Gabus Mendes, que 21 anos depois estaria junto com ela neste Bruna Surfistinha. Deborah está hoje – 2021 – com 51 títulos na filmografia    , entre novelas, séries e filmes. Tem oito prêmios, outras 16 indicações, o respeito da crítica e um belo futuro à frente.

O diretor Marcus Baldini disse em entrevistas que não se pretendeu fazer uma biografia, e que o roteiro volta e meia se afastou dos fatos narrados por Raquel Pacheco (na foto abaixo) em O Doce Veneno do Escorpião – O Diário de uma Garota de Programa, o livro autobiográfico escrito por Raquewl com o jornalista Jorge Tarquini, lançado em 2005. Baldini contou que a própria Raquel, ao ver uma das primeiras montagens do filme, achou tudo “muito real e verdadeiro, mesmo as coisas não tendo acontecido exatamente daquela forma”. Segundo Baldini, cerca de 60% do que está no filme é ficção.

O filme foi lançado em 25 de fevereiro de 2011. Segundo a Wikipedia, no primeiro final de semana o filme foi visto por 400.412 pessoas em 342 salas e arrecadou R$ 4,2 milhões. Em cinco semanas em cartaz, ultrapassou os 2 milhões de espectadores – números excelentes, superlativos para uma produção brasileira.

“Os críticos reclamam de quem faz sucesso”

Luiz Carlos Merten – um dos melhores textos sobre cinema do jornalismo brasileiro – publicou bela, informativa matéria sobre Bruna Surfistinha no Caderno 2 de O Estado de S. Paulo em 10 de março de 2011, poucos dias, portanto, após o lançamento do filme. O título era “Bruna, um filme superior aos que o criticam”. Vou reproduzir. Tenho certeza de que o Merten não ficaria puto comigo se soubesse.

“Deborah Secco pode ser a alma – e a razão de ser – de Bruna Surfistinha, mas Fabiula Nascimento e Drica Morais conseguem ser ainda melhores do que ela como a prostituta barraqueira e a dona do bordel aonde vai parar a garota de classe média, ao abandonar a casa dos pais adotivos. Drica, superado o câncer, renasce como mulher e atriz. Não é o menor dos prazeres proporcionados pelo filme de Marcus Baldini.

“Bruna ultrapassou rapidamente a marca do milhão de espectadores. Parabéns, o cinema brasileiro já está sabendo produzir seus blockbusters. Os críticos reclamam – qualquer filme que supere a marca de 5 mil espectadores se torna suspeito para quem reza pela cartilha do cinema de autor. Baldini, além de assinar um sucesso, veio da publicidade. Ele não é só suspeito. É culpado, alguém tem dúvida?

“Pois deveria (deveriam, no plural) ter. Bruna Surfistinha é o mais gráfico e ousado tratado sobre a prostituição produzido pelo cinema brasileiro. Baldini trata Raquel/Bruna como personagem de ficção (aqui, Merten fala do final do filme; corto fora).

“Na tela, o que se vê é a pauleira. Raquel, com o codinome Bruna, vira ficção de si mesma. É uma Gata Borralheira que se recusa a ser Cinderela – uma psicanálise básica diria que sua aversão ao príncipe encantado é reação ao universo familiar em que foi criada -, e dificulta ao máximo a tarefa dos que querem amá-la, sejam homens (presumíveis amantes) ou mulheres (amigas). O filme é gráfico ao extremo, sem chegar a ser explícito. O viés moralista de que foi acusado está onde? Ah, sim, no já assinalado letreiro final. Bruna não é um grande filme, mas também não bate na tecla fácil de que é a sociedade que prostitui os indivíduos. Raquel tem, e exerce, seu livre-arbítrio. O filme é, no limite, superior às críticas que tem recebido.”

Grande Merten. É isso aí. Não é um grande filme – mas merece ser visto. E merece respeito.

Anotação em outubro de 2021

Bruna Surfistinha

De Marcus Baldini, Brasil, 2011

Com Deborah Secco (Raquel/Bruna),

e Cássio Gabus Mendes (Huldson), Drica Moraes (Larissa, a cafetina), Fabiula Nascimento (Janine), Cristina Lago (Gabi), Guta Ruiz (Carol), Clarisse Abujamra (Celeste, a mãe adotiva), Luciano Chirolli (Otto, o pai adotivo), Sergio Guizé (Rodrigo, o irmão de criação), Simone Iliescu (Yasmin). Érika Puga (Mel), Brenda Lígia (Kelly), Gustavo Machado (Miguel), Juliano Cazarré (Gustavo), Rodrigo Dorado (Rominho), Roberto Audio (Gian), Thaíde (DJ do Love Story), Laerte Mello (Júlio Cesar), Theodoro Cochrane (entrevistador na TV)

Roteiro José Carvalho, Homero Olivetto, Antonia Pellegrino

Baseado no livro “ O Doce Veneno do Escorpião, o Diário de uma Garota de Programa”, de Raquel Pacheco e Jorge Tarquini      

Fotografia Marcelo Corpanni

Música Gui Amabis, Rica Amabis, Tejo Damasceno, André Lucarelli

Montagem Manga Campion, Mario Negrini, Oswaldo Santana

Casting Luciano Baldan

Direção de arte Luiz Roque

Figurinos Leticia Barbieri

Produção Marcus Baldini, Roberto Berliner, Damasco Filmes, Rio Filmes, TV Zero, Teleimage (co-production)

Cor, 107 min (1h47)

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Título nos EUA: Confessions of a Brazilian Call Girl. Na França: Bruna Surfistinha. Em Portugal: Bruna Surfistinha – O Doce Veneno do Escorpião.

 

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