Era Uma Vez Um Sonho / Hillbilly Elegy

3.0 out of 5.0 stars

Tornou-se obrigatório haver um posfácio, um aviso, uma explicação antes do início desta anotação – que foi feita em março de 2021. Em 11/2022, cheguei a fazer um P.S. Mas agora que J.D. Vance foi escolhido candidato à vice-presidência dos Estados Unidos na chapa republicana de Donald Trump, e revelou-se toda a extensão do seu absurdo reacionarismo, um post scriptum ficou pouco.

Hillbilly Elegy, no Brasil Era Uma Vez Um Sonho, é a adaptação do livro autobiográfico homônimo que J.B. Vance lançou em 2016, ano em que completou 22 de idade. Havia acabado de concluir o curso de Direito na Universidade de Yale e começava a trabalhar com mercado de capitais.

O filme foi lançado em novembro de 2020. Mary e eu vimos em março de 2021 – e, quando comecei minha anotação sobre ele, não sabia nada sobre Vance e suas ligações com o Partido Republicano, suas posições da mais retrógada extrema direita.

Ele foi eleito senador em novembro de 2022, e já era então conhecido como um líder ascendente entre os ultraconservadores. Foi quando escrevi um P.S., explicitando essa informação.

Minha anotação original vai aí abaixo. Não mudei nada o que escrevi na época – até porque isso seria desonestidade. Mas entendi que não dá para manter o texto aqui no meu site sem dar estas explicações já no início. (Julho de 2024)

Um bom filme que não é agradável de se ver

Era Uma Vez Um Sonho, no original Hillbilly Elegy, produção de 2020 dirigida pelo experiente e respeitado Ron Howard, é um daqueles bons filmes que, no entanto, não são nada agradáveis de se ver. Conta a história de uma família que sofre demais, por causa da mãe completamente instável, inconstante, desajustada, drogada.

Um bom filme: as interpretações são ótimas – Amy Adams e Glenn Close estão excepcionais, maravilhosas. O roteiro, de Vanessa Taylor (de Um Divã Para Dois e A Forma da Água), é preciso, ágil, sabe com competência misturar na narrativa, o tempo todo, duas épocas diferentes da vida da família, uma em 1997, outra 14 anos depois, em 2011. A trilha sonora é de Hans Zimmer e mais David Fleming. A fotografia, competente, é da francesa Maryse Alberti, de, entre muitos outros, Velvet Goldmine e O Lutador.

Tudo orquestrado por Ron Howard, esse sujeito que começou na profissão como ator mirim, aos 5 anos de idade, e agora (março de 2021) coleciona 39 prêmios, inclusive dois Oscars, fora outras 76 indicações.

Um bom filme – mas nada agradável de se ver. É muito desajuste, muita droga, muita loucura, muito sofrimento, muita angústia. São 116 minutos de filme, e quase 116 minutos de uma danada de uma barra pesada.

A história é contada através pelos olhos de J.D. Vance, o filho caçula de Bev, a mãe-problema. Ele inclusive narra a história, de tempos em tempos, com a voz em off. Bev havia tido a primeira filha, Lindsay, com apenas 19 anos.

Lindsay é interpretada por Haley Bennett (à esquerda na foto abaixo), uma boa atriz de que eu não me lembrava. Em algumas poucas cenas, a Lindsay bem jovem é feita por Gianna Desch. Já J.D. aparece durante metade do filme bem garoto, entrando na adolescência, e a outra metade já jovem adulto, 14 anos depois. Os atores que fazem o papel dele – Gabriel Basso quando adulto, Owen Asztalo quando garoto – estão igualmente bem, têm bastante semelhança física e são, a rigor, os principais do elenco. Por pura questão de marketing, nos créditos e nos cartazes do filme os nomes que aparecem primeiro são os das maiores estrelas do elenco, Amy Adams, que faz Bev, e Glenn Close, que faz a avó de J.D. e Lindsay. O prenome da avó não é mencionado – todos a chamam de Mamaw –, mas seu papel, na família e no filme, é importantíssimo, fundamental.

Mary e eu não tínhamos lido praticamente nada sobre o filme, que é como fazemos sempre; quisemos ver por causa das duas atrizes. Mas não é nada difícil perceber as indicações de que se tratava de uma história real.

De fato é. No início, não há o tradicional letreiro “baseado em uma história real” – mas, ao final da narrativa, há letreiros, como em tantos filmes assim, contando o que aconteceu com os personagens depois do que foi mostrado na tela – e vemos filmes e fotos das pessoas reais.

O roteiro é baseado no livro de memórias de J.D. Vance, Hillbilly Elegy – o mesmo título original do filme –, lançado em 2016

OK, então. Ao fim das quase duas horas de Hillbilly Elegy, estávamos certos de que ele é um bom filme baseado em fatos reais – mas nada agradável de se ver.

Uma rápida pesquisa na internet mostrou que ele não é apenas um pesado drama familiar. É também uma obra que abriu uma grande polêmica política.

Vou falar primeiro do filme, é claro, e só depois da questão política.

É, como diz o título original, uma “elegia caipira”

Hillbilly Elegy abre com belas tomadas de paisagens rurais, casas no meio de uma natureza exuberante, verdejante, enquanto ouvimos a voz de um pastor protestante que fala num culto transmitido pelo rádio. Um letreiro informa o onde e o quando: “Jackson, Kentucky, 1997”. Vemos tomadas rápidas de uma família diante de uma casa de sítio ou fazenda, um garoto que sobe numa bicicleta e avisa que vai até o rio – é J.D., o protagonista da história.

Na primeira de suas frases em off, de narrador, ele diz:

– “Quando me perguntam de onde sou, digo ‘Ohio’, pois é onde eu morei boa parte da vida, mas este é só um pedaço da minha história. Onde mais me sinto em casa  (e neste momento há uma tomada belíssima, um total plongée, a câmara bem no alto, provavelmente carregada por um drone, voltada para baixo, mostrando uma estradinha sinuosa em meio a um bosque de verde absoluto) é entre as colinas de Jackson, Kentucky. Eu passava todos os verões naqueles vales. Foi a melhor época da minha vida. A minha família é de lá.”

Não somos obrigados a saber disso, mas Kentucky e Ohio são Estados vizinhos, fazem fronteira um com outro. Vizinhos, fronteiriços, são no entanto distantes. Na Guerra Civil (1861-1865), estavam em lados opostos: Ohio, ao Norte, era da União, enquanto Kentucky, ao Sul, tinha ligação com os Estados confederados, os que não admitiam a abolição da escravidão. Embora parte dos dois Estados pertença à região conhecida como Appalachia (das montanhas Apalaches, em Português), tida como dona de uma cultura própria, o Kentucky sempre foi mais rural, mais, para botar em termos simples, caipira, enquanto Ohio é um Estado mais desenvolvido, mais industrializado, mais rico que o vizinho do Sul.

Esse parágrafo aí acima pode à primeira vista parecer desnecessário, mas na verdade essas noções são importantes. Hillbilly, a palavra do título original tanto do livro de memórias de J.D. Vance quanto do filme, significa “rústico, das montanhas”, segundo o Michaelis. Mais especificamente, segundo o Dictionary of English Language and Culutre da Longman, um termo do “Inglês americano, em geral usado de forma depreciativa, para designar pessoa não educada de área de montanhas, especialmente das Appalachian Mountains, que vive longe das cidades”.

Em bom Português brasileiro, caipira. Jeca.

Elegia Caipira. Uma ode ao estilo caipira.

Num momento decisivo, o rapaz é chamado pela irmã

As férias de verão eram passadas nas montanhas e vales do Kentucky, mas a família toda vivia em Middletown, Ohio, ali por 1997, quando a ação começa. E a vida não era nada fácil para a garota Lindsay, aí de uns 17 anos, e o garoto J.D., de uns 12. A instabilidade da mãe, a dependência dela de drogas – primeiro, comprimidos, depois, heroína – tornava a vida um inferno. E o filme nos mostra vários episódios duríssimos, barra-pesadíssimos, um horror.

Depois de servir nas Forças Armadas e participar de missões no Iraque, trabalhando feito um camelo em três empregos diferentes, J.D., ali com uns 25 anos, tinha conseguido se matricular na Faculdade de Direito de Yale, uma das melhores universidades do país, uma das Ivy League, as do primeiríssimo time. Namorava uma colega de faculdade, moça inteligente, esforçada, dedicada, descendente de índios, perdão, nativo-americanos, Usha (o papel de Freida Pinto, a linda atriz indiana de Bombaim).

Num momento absolutamente crucial para a vida de J.D. – um jantar formal que reunia professores, grandes advogados e estudantes, e era sua chance de conseguir um estágio em um prestigioso escritório de advogado –, o rapaz recebe um telefonema da irmã Lindsay. Bev, a mãe deles, estava no hospital, depois de uma overdose de heroína.

J.D. entra no carro e viaja através de vários Estados para chegar a Middletown, Ohio.

Com a ajuda de amigos, que fazem uma indicação, e mais uma excelente capacidade de argumentar, J.D. consegue uma vaga para a mãe em uma clínica de reabilitação. Paga com os cartões de crédito com dinheiro que ainda não tem – mas a mãe, na última hora, se recuse a entrar na clínica.

Como sempre o que é péssimo pode piorar, J.D. recebe o telefonema do escritório de um grande advogado que conversara um pouco com ele no tal jantar. O advogado, Phillip Roseman (Stephen Kunken), poderia recebê-lo no dia seguinte, às 10h30 da manhã, para uma entrevista. O rapaz pergunta se não poderia haver um horário mais tarde, ou em outro dia, ele estava em Ohio – mas era aquele horário, ou então nada.

O livro foi lançado no ano da eleição de Trump

O roteiro escrito por Vanessa Taylor vai intercalando fatos desses dias em que vemos J.D. como aluno de Yale e de volta a Middletown para ajudar a irmã a socorrer a mãe com eventos de 14 anos antes, J.D. garoto.

E mostra, com segurança e clareza, que, durante um período, lá atrás, J.D. quase se perdeu. Foi a avó, rígida, dura, que tomou para si a tarefa de dar um jeito no garoto. Tirou-o da casa em que a mãe morava com seu marido número sei lá quantos – foram muitos maridos, e um número bem alto de namorados –, levou-a para sua própria casa, e, com uma firmeza de rocha, botou o garoto na linha.

De quase caminhando para ser mais um perdido, um drogado, J.D. se transformou num estudante atento, sério, compenetrado.

Ah, é simplificação demais? É mudança radical demais?

Pode-se admitir que sim – mas isso existe na vida real. De alguma forma, aconteceu com esse J.D. Vance. Pode não ter sido tão assim de repente, uma mudança tão fantástica, mas o fato é que ele, neto de caipiras dos Apalaches, filho de uma mãe inteiramente drogada, despirocada, entrou para Yale, uma das melhores universidades do mundo.

Mas o livro e o filme que contam essa história ofendeu e chocou um bando de gente “progressista”, “de esquerda”.

J.D. Vance tem ligações com o Partido Republicano. (Favor ver o P.S.) Quando estudou na Universidade de Ohio, universidade pública, estadual, antes de ir para Yale, trabalhou para um senador estadual do Partido Republicano. Depois de formado em Direito em Yale, trabalhou com mercado de capitais.

Lançou seu livro de memórias pouco depois de se formar em Yale, em 2016 – exatamente o ano das eleições que levariam Donald Trump ao poder.

“O livro esteve na lista de best-sellers do New York Times em 2016 e 2017”, diz a Wikipedia. “Foi finalista para o Dayton Literary Peace Prize de 2017. Atraiu significativa atenção durante a campanha eleitoral de 2016 na mídia nacional como uma janela para mostrar a vida da classe trabalhadora branca.”

Classe trabalhadora branca. Dos grotões rurais. Hillbilly – caipiras, jecas. Portanto, apoiadores de Donald Trump, na sua maioria. Uma de suas bases eleitorais.

Parece ter sido esse o raciocínio de críticos “progressistas”, “de esquerda”: ah, então esse sujeito aí que faz o elogio do caipira é o representante típico dos reacionários filhos da mãe apoiadores de Trump.

Pau nele.

A crítica mete o pau até nos atores

O filme de Ron Howard não faz nenhum tipo de defesa de uma visão  de vida que seja retrógrada, reacionária, careta, babaca, troglodita, extremista.

Nada. Nadica.

Não há um único ponto no filme que possa ser considerado racista.

Até ao contrário. O branquelo J.D. namora uma descendente de índios, perdão, nativo-americanos – interpretada por uma indiana de pele bem morena.

Há um momento no filme em que J.D. mostra para a mãe, pela primeira vez, fotos de Usha, a namorada. Havia me passado pela cabeça que ele poderia não ter ainda falado de Usha para a mãe porque a mãe poderia ser racista – sendo uma caipira pouco letrada, do Sul, Bev poderia ser racista, pensei. Mas ela não esboça qualquer tipo de reação negativa. Olha para as fotos, diz que a moça é linda e que o filho deveria trazê-la até Middletown, para que se conhecessem.

Fica bem claro que a antipatia surgiu com o livro – e alguns críticos já se sentaram diante do filme para meter o pau por extensão.

É o que parece.

O livro chegou no momento em que os Estados Unidos estavam divididos ao meio na campanha eleitoral. Divididos ao meio, polarizados, radicalizados.

Aconteceu de o livro cair nas graças de jornalistas conservadores e/ou de direita – e os tidos como progressistas e/ou de esquerda caíram de pau. Um Jared Yates Sexton, do site liberal-progressista Salon, afirmou,  segundo a Wikipedia, que Vance “totalmente descontou o papel que o racismo teve na oposição da classe trabalhadora branca ao presidente Obama”. Sarah Jones do New Republican chamou Vance de “o falso profeta da América Azul” e o seu livro de “uma lista de mitos sobre rainhas do bem-estar recondicionadas como uma cartilha para a classe trabalhadora branca”.

No site do inglês The Independent, encontrei uma crítica ao filme tão cheia de ódio, tão absolutamente escrita com bílis, que parece que Hillbilly Elegy foi dirigida não por Ron Howard, mas pelo próprio Donald Trump. E que a história do filme não é sobre uma mãe drogada, e sim uma elegia ao Ku-Klux-Klan, uma espécie de O Nascimento de uma Nação feito um século depois do filme de D. H. Griffith.

Diz a moça Clarisse Loughrey, em texto publicado em novembro de 2020, quando o filme estreou:

“A roteirista Vanessa Taylor cuidadosamente tirou fora as passagens mais abertamente políticas do livro de Vance – particularmente sua retórica sobre como as pessoas que recebem ajuda do governo estão todas enganando o sistema para poder gastar em bebida, cigarros e celulares. A versão de Hollywood troca o ressentimento por tragédia manchada de sol e violinos plangentes, providenciados pelos compositores Hans Zimmer e David Fleming. A câmara corre pelos lugares, lançando-se sobre as faces das pessoas, ansiosa para fazer a audiência sentir que eles são uma parte deste mundo. Momentos de agonia são mostrados em tristonha câmara lenta.”

Hum… Concordo que há um excesso de close-ups, em especial close-ups com câmara de mão. Mas reclamar de violinos é asneira pura – a trilha sonora, repito, é muito boa. E dizer que há momentos em câmara lenta é simplesmente mentiroso.

Mas, quanto ao que fato interessa: não há no filme um pingo de crítica a haver dinheiro governamental destinado aos mais pobres. Não se fala em momento algum desse tema. A moça ficou irritada com “o livro de direita” e viu no filme coisas que ele simplesmente não tem.

Mais adiante, a crítica inglesa cai de pau nas atuações de Amy Adams e Glenn Close: “Não há atuações aqui que não sejam criadas para agradar aos futuros eleitores do Oscar.”

A conclusão da moça é fantástica:

“Mas o que é mais importante é que a adaptação de Howard não fez nada para combater o ethos central que fez o trabalho de Vance ser tão prejudicial – a idéia de que a solução para a pobreza é que todos se levantem e comecem a trabalhar. Seu filme gira em torno da noção de que ‘de onde viemos é quem somos, mas escolhemos todos os dias em quem nos tornamos’, e que o que separa o destino de Vance do de sua mãe é puramente uma escolha pessoal. Essa é uma narrativa que pertence a um escritor que se recusa a admitir seu lugar maior no mundo – e a um cineasta que pensa que só uma perspectiva positiva pode consertar o mundo.”

Ou seja: na opinião da moça que parecer querer ser a Rosa Luxemburgo, a Passionária do século XXI, não é o trabalho, o esforço de cada pessoa que pode resultar numa vida melhor. Isso não adianta, não resolve, é bobagem. Tem que mudar a sociedade. Tem que haver a Revolução. Esse negócio meritocracia é sacanagem das grossas dos capitalistas selvagens filhos da mãe.

As atuações de Amy Adams e Glenn Close são excelentes

Em um ponto a crítica do The Independent parece ter razão: a roteirista Vanessa Taylor pelo jeito tirou mesmo as partes políticas do livro. Não vi política no filme, não vi eleitores de Donald Trump – o filme é uma história dramática de uma família lançada no inferno primeiro por um pai bêbado e depois por sua filha drogada. Uma história que ao final mostra que, com esforço, trabalho duro, você pode melhorar de vida.

Uma óbvia verdade – mesmo que isso irrite os defensores da revolução comunista.

Uma coisa, no entanto, é certa, é fato: J.D. Vance e sua família apoiaram totalmente os realizadores do filme. O IMDb conta que membros da família visitaram os locais de filmagem, conversaram com os atores. Ficaram impressionados com o quanto Glenn Close, essa atriz extraordinária, ficou parecida com Mamaw, a avó de Vance. Os gigantescos óculos que ela usa do filme são de fato os óculos que pertenceram a Mamaw.

Glenn Close está impressionante – e sua atuação mereceu indicações tanto ao Oscar quanto ao Globo de Ouro na categoria de melhor atriz coadjuvante.

E a performance de Amy Adams é tão brilhante quanto a de Glenn Close.

Houve todo um trabalho de Amy Adams e das equipes de maquiagem e dos cabeleireiros para que o rosto dela – um dos mais belos surgidos no cinema americano nas últimas décadas, uma perfeição botticelliana – ficasse mais feio. Para que sua aparência fosse a de uma mulher desleixada, acabada, mais velha do que parece, devastada pelas drogas.

Nesse ponto, ela faz lembrar outras atuações brilhantes de belas atrizes em papéis em que se esforçaram para ficar mais feias. Charlize Theron em Monster: Desejo Assassino (2003). Jennifer Aniston em Cake: Uma Razão para Viver (2014). Reese Witherspoon em Livre/Wild (2014). Marion Cotillard em Piaf – Um Hino ao Amor (2007).

Todas essas aí grandes, belíssimas interpretações.

Ou então, na visão da crítica do The Independent, atuações horrorosas, de gente que só estava pensando nos eleitores do Oscar.

Anotação em 3/2021

Um P.S. em 11/2022:

Vejo agora que J.D. Vance foi eleito senador por Ohio, nas eleições de meio de mandato, realizadas em novembro de 2022. Um dos líderes ascendentes do PartIdo Republicano, é um ultraconservador, um reacionário horroroso, de dar medo. Dá agora para eu entender perfeitamente por que a crítica mais liberal foi contra o filme baseado em sua autobiografia – mesmo que o filme tenha tirado muito da carga política que o livro parece ter.

Era Uma Vez Um Sonho/Hillbilly Elegy

De Ron Howard, EUA, 2020

Com Gabriel Basso (J.D. Vance),

Owen Asztalos (J.D. Vance adolescente),

Amy Adams (Bev, a mãe),

Glenn Close (a avó),

Haley Bennett (Lindsay, a irmã), Freida Pinto (Usha, a namorada), Bo Hopkins (o avô), Jesse C. Boyd (Matt, um dos namorados da mãe), Stephen Kunken (Phillip Roseman, o advogado importante), Keong Sim (Ken, um dos maridos da mãe), Morgan Gao (Travis), Ethan Suess (Chris), Jono Mitchell (Kevin), Bill Kelly (tio Pet), David Dwyer (tio Arch), Gianna Desch (Lindsay garota)

Roteiro Vanessa Taylor

Baseado no livro de memórias de J.D. Vance, “Hillbilly Elegy”

Fotografia Maryse Alberti

Música Hans Zimmer e David Fleming

Montagem James Wilcox

Casting Carmen Cuba

Direção de arte Molly Hughes

Produção Brian Grazer, Ron Howard, Karen Lunder, Imagine Entertainment, Netflix.

Cor, 116 min (1h56)

Disponível na Netfflix em março de 2021.

***

5 Comentários para “Era Uma Vez Um Sonho / Hillbilly Elegy”

  1. Uma história boa, mas mal retratada na película. As atuações são ótimas, mas o roteiro põe o filme em xeque.

  2. Filme bem ruim, não concordo muito com a sua crítica, mas li para saber sua opinião. Ao meu ver, as atuações são exageradas e canastronas, inclusive achei a Glenn Close bem caricata debaixo de tanta maquiagem. O livro é melhor que o filme. Essa diversidade de opiniões faz com que a subjetividade da apreciação de uma obra de cinematográfica seja louvada, e não rechaçada. Bem como é saudável e salutar ver como as diferentes opiniões políticas surgem a partir do mesmo livro. O filme foi massacrado pela crítica norte-americana. Na minha humilde opinião, com razão. Na sua não. E tá tudo bem.

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