Crimes em Délhi/Delhi Crime, série indiana de sete episódios de cerca de 50 minutos cada, feita em 2019, reconstitui, ao que tudo indica de maneira fiel, rigorosamente fiel, num estilo quase de documentário, um caso real acontecido em 2012. É um trabalho magistral, de uma qualidade absolutamente impressionante. Mas não é algo fácil de se ver, de forma alguma.
É barra pesada.
É tão barra pesada que não ouso relatar aqui os detalhes do crime que a série esmiúça mais de uma vez.
É muito, mas muito mais barra pesada do que é capaz de suportar gente acostumada a ver Law & Order – Special Victims Unit, a ótima série sobre crimes sexuais em Nova York.
É impossível o espectador não ficar absolutamente perturbado – como ficam vários dos personagens da série –, pensando sobre como afinal de contas é possível haver seres humanos capazes de tamanha crueldade contra outro ser humano.
O crime é tão monstruoso que os mais firmes, convictos opositores da Lei do Talião, do olho-por-olho, dente-por-dente, poderão talvez fraquejar em suas crenças – nem que seja por alguns breves instantes – e imaginar se para alguns casos excepcionais não se poderia admitir uma pena ainda mais dura que a de prisão perpétua.
Além da monstruosidade do crime, há ainda algo profundamente perturbador, chocante, nesta série Delhi Crime, que é a própria Índia. A cidade de Nova Délhi, a capital federal. Não sei, é claro, o que pensa o eventual leitor, mas para mim a Índia sempre foi algo absolutamente incompreensível.
Um país – por mais extenso que seja – com 1 bilhão e 380 milhões de habitantes é um total, absoluto absurdo. Não tem qualquer sentido, lógica, razão.
Não cabe no mundo, não cabe no entendimento racional da vida.
Não é possível governar um país com 1 bilhão e 380 milhões de habitantes.
Se fosse formada uma junta dos maiores estadistas da História e a essa junta fosse dado o poder de governar a Índia…
Vamos imaginar: Winston Churchill, Franklin D. Roosevelt, Nelson Mandela, Barack Obama, Abraham Lincoln, Angela Merkel, Olaf Palme… O eventual leitor que coloque seu estadista favorito aí na lista.
Se todos eles formassem uma junta para governar a Índia, a chance de fracasso seria imensa. Avassaladora.
A Índia é uma improbabilidade absoluta!
Sempre pensei isso – mas a série ressalta, realça isso o tempo todo, ao longo de cada um de seus sete episódios.
Desde as palavras que fazem a introdução, bem na abertura do primeiro episódio.
Uma cidade maior que Suíça e Uruguai juntos
Eis o que diz uma voz feminina quando começa a série, enquanto vemos imagens aéreas da metrópole gigantesca à noite:
– “Nova Délhi, Índia. A capital. Tem a população de um país pequeno. Onze mil crimes hediondos são reportados a cada ano, e não podem ser evitados, já que quase metade dos policiais estão cuidando do trânsito. A cidade ignora porque precisa. Porque sempre ignorou. Mas, uma vez, aconteceu algo que a fez parar. Por um momento, os olhos do mundo se voltaram para Nova Délhi. Foi um crime que levou a cidade a um extremo.”
E aí surge o letreiro no fundo negro da tela: “O que se segue é inspirado nos arquivos do caso”.
Não se passaram nem 3 minutos do primeiro episódio de Delhi Crimes, e tenho que fazer dois registros. O primeiro é um detalhe formal: a série está sendo exibida na Netflix com o título em Português de Crimes em Déli, assim, sem a letra h que pertence ao nome da capital do segundo país mais populoso do mundo. (Por enquanto. A China tinha em 2020 cerca de 1,43 bilhão, contra os 1,38 bilhão da Índia, mas o regime ditatorial da China exige controle da natalidade, ao contrário do governo democrático indiano.)
Optei por usar a grafia do Manual de Redação do Estado, Nova Délhi, com acento. E Delhi, sem acento, quando em inglês.
O segundo registro é bem mais importante.
Achei bastante estranho esse texto de introdução – lido por uma mulher em off, uma narradora que não volta a falar depois daí – não ter mencionado a população da cidade que está apresentando ao espectador.
Por que não falar o número gigantesco?
Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (Fnuap), vivem hoje na Terra mais de 7,2 bilhões de habitantes. Nova Délhi é a quarta maior cidade do planeta, com 12,5 milhões de habitantes. Vem depois de Xangai, China, com 13,8 milhões, Mumbai, a ex-Bombaim, também na Índia, com 13,8, e Karachi, no Paquistão, com 12,9 milhões.
Ora, uma cidade com 12,5 milhões de habitantes não tem, ao contrário do que a série fala de cara, a população de um país pequeno.
País pequeno tem muito, mas muito, mas muito menos gente do que Nova Délhi.
O Uruguai, ali pertinho, aquele país tão agradável, tão simpático, tem 3,4 milhões de habitantes. Quase 4 vezes menos que Nova Délhi. Talvez até por isso é que seja tão agradável, tão simpático, o Uruguai.
A Suíça tem 8,5 milhões.
Se juntar toda a Suíça e todo o Uruguai não dá a população de Nova Délhi.
É absolutamente natural que Nova Délhi tenha mais crimes do que em todo o Uruguai, em toda a Suíça.
Uma história contada do ponto de vista da polícia
Talvez tenha escrito demais sobre essa coisa dos números – mas Delhi Crime fala muito de números – como o número pequeno de policiais para tantos habitantes, para tantos crimes.
Nem que houvesse 1 milhão de policiais seria possível evitar a quantidade de crimes que há em Nova Délhi – ou em qualquer outra das megalópoles do mundo.
Essa, me parece, é a tese que a série defende.
Em Nova Délhi, eram comuns os casos de estupro de mulheres dentro de ônibus.
Como seria possível prevenir, evitar novos casos? Seria necessário haver um policial para cada ônibus, no mínimo, no mínimo.
Delhi Crime é feita sob o ponto de vista da polícia. A série não esconde isso, de forma alguma – desde aquele letreiro lá no início, logo após o intróito falado por uma voz feminina em off : “O que se segue é inspirado nos arquivos do caso”.
Não é “baseado em uma história real”, que é a frase padrão nos filmes baseados em histórias reais. É “inspirado nos arquivos do caso”, nas páginas do processo criminal.
É fundamental entender isso: Delhi Crime relata a história real sob o ponto de vista da polícia.
É uma série que defende a polícia.
Cada vez que surge na tela um policial que será personagem da história, um letreiro informa seu nome, seu cargo e seu tempo na polícia.
O primeiro que vemos é Ram Pratap, head constable, 34 anos de serviço. (Creio que a melhor tradução para o cargo seria chefe de polícia de ronda.)
Ram Pratap atende, na primeira sequência da série, ao pedido de ajuda da equipe de trânsito que acabava de localizar, numa vala ao lado de uma grande avenida, um casal de jovens deixados ali feridos e sem roupa. A equipe de trânsito não tinha condições de transportá-los para um hospital, e por isso acionou a viatura em que Ram Pratap e seu motorista faziam ronda.
Há uma volta no tempo, para 12 horas atrás – e então vemos que aquele jovem casal, Deepika e Akash, havia ido a um cinema em um shopping. Na saída, tentaram conseguir um táxi para seu bairro, mais afastado, mas alguns motoristas recusaram a corrida. Um motorista sugeriu levá-los até um bairro intermediário, de onde eles poderiam tomar um ônibus até perto de casa.
Deepika e Akash (interpretados por Abhilasha Singh e Sanjay Bishnoi) fizeram isso. Pegaram aquele táxi, desceram junto de um terminal de ônibus, e tomaram um que iria para seu bairro.
Havia seis pessoas dentro do ônibus, o motorista e mais cinco, todos homens. Eles espancaram brutalmente os dois jovens, estupraram seguidamente Deepika e, depois, enfiaram uma barra de ferro na vagina e no ânus.
Como falei antes, a série mais de uma vez esmiúça detalhes do ataque à moça. É tão violento que não tenho coragem de relatar.
Os dois foram então lançados do ônibus em movimento na beira de uma avenida.
A viatura de Ram Pratap leva os dois para o hospital. Akash apanhou muito, há hematomas, mas nada muito grave. Deepika chega no hospital entre a vida e a morte.
Policiais competentes, dedicados – e ótimos atores
Um tanto por acaso, o policial Narayan (Chandan Kumar) fica sabendo do caso de estupro em ônibus, com uma vítima em estado bem grave, e decide avisar a subcomissária de Polícia, Vartika Chaturvedi, de quem é uma espécie de ajudante de ordens. Liga para ela no meio da noite – algo que nunca havia feito.
Pelo fato de ter sido chamada pelo subalterno à noite em casa pela primeira vez, e também talvez por instinto, intuição, faro, a subcomissária Vartika percebe que é um caso que pode ser importante. Levanta-se e vai ao hospital em que estão as duas vítimas.
Uma rápida conversa no corredor com a médica que atendeu Deepika a deixa absolutamente arrasada.
Dali mesmo ela liga para alguns dos que ela considera seus melhores policiais. Chama todos para uma reunião ali no hospital – e forma uma força-tarefa com a missão de não descansar, não voltar para casa enquanto não tiver resolvido aquele crime. Enquanto não tiver prendido os seis criminosos.
Estamos, a esta altura, chegando aos 40 minutos do primeiro dos sete episódios da série.
Encontrar seis criminosos numa cidade de 12,5 milhões de habitantes, num país de 1 bilhão e 380 milhões, é – evidentemente – muitíssimo mais difícil do que achar uma agulha num imenso palheiro.
Mas o espectador verá que a subcomissária Vartika é de uma extrema, mas extrema, extrema competência e dedicação. E a equipe que ela reúne é também formada por extraordinários profissionais.
Todo o elenco da série é, da mesma maneira, formada por excelentes profissionais. Richie Mehta, que escreveu sozinho o roteiro e dirigiu todos os episódios, prova que é um extraordinário diretor de atores.
E a atriz escolhida para o papel central, o papel da SCP (ou DCP na sigla em inglês, deputy commissioner of Police), é nada menos que sensacional. Chama-se Shefali Shah (na foto acima), tem 32 títulos na filmografia – entre eles Um Casamento à Indiana/Monsson Wedding, de 2001, da grande Mira Nair –, oito prêmios, inclusive um National Film Award, o mais importante do cinema indiano.
E é sempre bom lembrar que a Índia é o país que mais produz filmes no mundo, acima dos Estados Unidos.
A série não defende o olho-por-olho
Enquanto Vartika e seus comandados trabalham sem parar, dia e noite, em um belíssimo trabalho policial, atento, inteligente, que não deixa passar nada, a imprensa de Nova Délhi vai divulgando a história – e metendo o pau na polícia, tachando-a de incompetente, preguiçosa.
Imprensa existe é mesmo para cobrar das autoridades. “Imprensa é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”, como definiu com perfeição Millôr Fernandes na época da ditadura militar.
Mas, se isso é bem verdade, também é verdade que há órgãos de imprensa ruins, mal intencionados, que fazem o jogo de políticos idem. Delhi Crime, como já foi dito, é uma série que defende a polícia – e ela vai demonstrando que a imprensa fez um trabalho ruim na cobertura desse crime inominável ocorrido em 2012. Fez afirmações sem prova, sem fundamento. Insiste, por exemplo, em afirmar que houve longa demora no atendimento ao casal de vítimas – e não houve.
A série também mostra, com insistência, com ênfase, que a polícia da capital indiana enfrenta problemas de todos os tipos: efetivo bem menor que o necessário, grande, ampla falta de recursos – volta e meia a luz nas delegacias é cortada por falta de pagamento, por exemplo. Os policiais trabalham em turnos desumanos, têm pouquíssimas horas de folga.
Assim, é de se supor que já existisse uma carga grande de descontentamento da população com a área de segurança pública. O fato é que, incendiada pelos órgãos de imprensa sensacionalista, a população passou a fazer protestos cada vez mais gigantescos contra a polícia.
E, naturalmente, há políticos que se aproveitam disso para defender seus próprios interesses.
Isso tudo é muitíssimo bem mostrado ao longo dos sete episódios da série.
Mas o objetivo de Delhi Crime, me parece, é mostrar que, apesar de tudo, das más condições todas, de todos os problemas, de toda a ira da população, nesse caso específico do crime abominável a polícia da capital indiana foi não menos que brilhante.
É fundamental registrar: ao mostrar com realismo, firmeza, crueza, esse crime tão absolutamente nojento, revoltante, nauseante, a série não faz, de forma alguma, a defesa da Lei do Talião, o olho-por-olho, dente-por-dente. A série não faz a defesa da pena de morte. De forma alguma.
Ela mostra que os personagens – aqueles policiais experientes, de anos e anos de enfrentamento de todo tipo der crime – ficam chocados com a crueldade daquele bando de seis homens. E deixa o espectador também chocado.
Mostra que parte da população faz a defesa da pena de morte para aqueles bandidos – mas isso é uma realidade, é assim mesmo em todo lugar do mundo.
A série, no entnto, não faz a defesa da pena de morte. Muito menos da vingança com as próprias mãos – ao contrário de tantos filmes que para mim são moralmente condenáveis.
O que a série faz, repito, é deixar o expectador chocado, estupefato.
Há um momento em que a novata Neeti Singh (Rasika Dugal), recém-formada na Academia de Polícia, ainda trainee do Serviço Policial Indiano (IPS na sigla em inglês, no passado Imperial Police Service, hoje Indian Police Service) comenta, chocada, com a subcomissária Vartika, que olhou para um dos criminosos, o pior deles, o que confessou os detalhes mais abjetos do ataque à moça – e não viu no rosto dele sinal de que tivesse uma alma.
Num outro belo momento, a subcomissária Vartika comenta com o policial de sua confiança, de quem ela é mais próxima, o inspetor Bhupendra Singh (Rajesh Tailang), que pela primeira vez na vida tinha sentido o coração partido, ao ver no hospital a moça vítima do ataque. – “Ajuda se a gente olhar as estatísticas”, diz Bhupendra. “Noventa e nove por cento das pessoas são decentes.”
Já tínhamos visto, a essa altura, que Bhupendra está com um problema sério na sua vida pessoal: as famílias com as quais ele tenta conversar para um possível casamento da filha não demonstravam interesse ao saber que ele era um policial.
E então o inspetor Bhupendra completa a frase com a qual tentou consolar a chefe: – “Noventa e nove por cento das pessoas são decentes. Só que nunca vamos conhecê-las.”
Depois do caso, leis mais duras contra crimes sexuais
Vejo agora que esse Richie Mehta, que escreveu e dirigiu com maestria a série, é extremamente jovem. Nem a Wikipedia em inglês nem o IMDb trazem a data de nascimento – que, aliás, não foi na Índia, e sim numa pequena cidade de Ontario, Canadá.
Delhi Crime é o décimo título na filmografia de rapaz como diretor. Dos dez, três são curta-metragens, e outros três são documentários. O que explica bastante o tom de documentário que identifiquei na série, ao qual me referi no início deste texto. Um de seus poucos longas de ficção, Siddharth, de 2013, uma co-produção Canadá-Índia, seu país e o pais de seus pais, teve três prêmios e outras sete indicações, e participou do Festival de Veneza.
A série Delhi Crime ganhou o prêmio de melhor série drama no International Emmy Awards. Foi a primeira vitória de uma produção indiana no Emmy Internacional..
Richie Mehta. Eis aí um nome para a gente não esquecer.
Algumas informações importantes:
* Como é dito nos letreiros finais da série, o crime que a série retrata – que ficou conhecido como o Caso Nirbhaya – levou a uma nova legislação, muito mais dura, sobre os crimes sexuais na Índia.
* Muito provavelmente para evitar problemas jurídicos, os nomes dos personagens foram mudados. A vítima do estupro coletivo e de mais atrocidades, que na série é Deepika, na verdade se chamava Jyoti Singh Pandey, tinha 23 anos e estudava Medicina.
* A protagonista da série, Vartika, foi baseada em Chhaya Sharma, que foi subcomissária de polícia de Nova Délhi.
* O chefe de Vartika, o então comissário de polícia, Neerai Kumar, escreveu um livro sobre sua experiência no cargo, Khaki Files. Um capítulo, “Night of Shame”, noite de vergonha, trata do Caso Nirbhaya, e Richie Mehta baseou parcialmente seu roteiro nele. O próprio ex-comissário Kumar trabalhou como consultor na produção da série. Nela, o comissário tem o nome de Kumar Vijay, e é interpretado por Adil Hussain,
* A intenção original do diretor Richie Mehta era fazer um filme, e não uma série. Mas, ao pesquisar sobre o caso, e trabalhar no roteiro – trabalho que levou seis anos –, ele percebeu que a duração normal de um filme seria pequena demais para contar bem a história.
* As filmagens demoraram apenas 62 dias.
* Em 2015, já havia sido feito um documentário sobre o caso. Chamou-se India’s Daughter, e trazia entrevistas com os pais da vítima, Jyoti Singh Pandey, e também com os criminosos, que estavam presos. Era uma co-produção Índia-Inglaterra, e foi escrita e dirigida por Leslie Udwin.
* Como informam os letreiros ao final da série, um dos criminosos confessos se matou na prisão. Há quem diga que essa é a versão oficial, e que na realidade ele teria sido assassinado. Um outro, menor de idade à época do crime, foi solto três anos depois.
Os letreiros informam também que quatro dos criminosos condenados aguardavam no corredor da morte (na Índia há pena de morte) o resultado de seus seguidos apelos.
Delhi Crime, repito, é uma produção de 2019. Foi apresentada no Sundance Film Festival, o festival de Cannes dos filmes independentes, em 29 de janeiro de 2019, e lançado pela Netflix em 22 de março daquele ano.
Depois de terem negados todos seus pedidos de clemência, os quatro criminosos restantes foram executados em março de 2020.
Anotação em fevereiro de 2021
Crimes em Délhi/Delhi Crime
De Richie Mehta, criador, roteirista, diretor, Índia, 2019
Com Shefali Shah (Vartika Chaturvedi, sub-comissária de polícia)
e Rajesh Tailang (inspetor Bhupendra Singh), Rasika Dugal (Neeti Singh, trainee do IPS, Indian Police Service), Anurag Arora (sub-inspetor Jairaj Singh), Jaya Bhattacharya (sub-inspetora & oficial de menores Vimla Bhardwaj), Yashaswini Dayama (Chandni, a filha de Vartika), Vinod Sharawat (Vinod Tiwari, chefe de delegacia), Adil Hussain (Kumar Vijay, o comissário de Polícia), Sidharth Bhardwaj (Subhash Gupta, chefe de delegacia), Gopal Datt (sub-inspetor Sudhir Kumar), Denzil Smith (Vishal Chaturvedi), Swati Bhatia (Ira), Mridul Sharma (Jai Singh, o principal criminoso), Abhilasha Singh (Deepika, a vítima), Sanjay Bishnoi (Akash, a vítima), Shobhna Bharadwaj (Kiran), Gaurav Rana (Rakesh Verma, chefe de delegacia), Amitabh Acharya (sub-inspetor Ashok Sharma), Ramji Bali (sub-inspetor Prakash Shukla), Vipin Katyal (policial Arif), Jaiti Khera (Dra. Teena Bhutani), Sanjiv Chopra (ministro chefe), Rhea Bedi (Smriti), Anmol Chadha (Arjun), Lalit Goswami (Avinash), Harsh Hansraj (Brajesh, um dos criminosos), Kundan Negi (o tio de Akash), Ayush Sehgal (Arunesh), Govind Singh (Amar Singh, um dos criminosos), Sudeep Singh (Rahul Goswami), Vicky Vishwas (Vikas, um dos criminosos), Abhishek Kumar (Sonu, um dos criminosos) Chandan Kumar (Narayan)
Roteiro Richie Mehta
Fotografia Johan Heurlin Aidt
Música Lockington
Montagem Beverley Mills
Casting Mukesh Chhabra
Direção artística Mandar Nagaonkar
Figurinos Smriti Chauhan
Na Netflix. Produção Golden Karavan, Ivanhoe Pictures
Cor, cerca de 350 min (5h50)
Disponível na Netflix em 2/2021
****
Acabei de ver a série e penso que tem grande qualidade.
Eu recordo-me do caso que deu brado em todo o mundo.
O crime é absolutamente horroroso – seis sub-humanos violam (nós não dizemos estupro) mutilam e matam uma jovem,
É brutal,
A Índia que eu durante anos pensava ser um país pacífico afinal revela esta monstruosidade.
Eu sou contra a pena de morte. Penso que só há esta pena em países atrasados, não democráticos, com excepção do Japão e dos EUA,
Mas perante e enormidade do crime até quase que a aceito,