2.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2009: Este dramalhão romântico não chega propriamente a ser ruim. É uma história de pessoas comuns, um encontro, uma paixão, a possibilidade de uma segunda chance, em meio a paisagens paradisíacas mas sob a ameaça de furacão.
Se não chega a ser ruim, também não é nada marcante, na minha opinião; é, a rigor, descartável. (Mary não teve um julgamento tão severo; achou bem razoável; nada extraordinário, mas bem razoável.)
O básico da trama é assim: o filme já abre nos apresentando, em ações paralelas, ainda durante os créditos iniciais, os dois protagonistas, os dois atravessando momento difícil em suas vidas, Paul Flanner (Richard Gere) e Adrienne Willis (Diane Lane). Vemos Paul saindo de sua casa riquíssima e entrando em seu belo carro esporte para uma viagem ao litoral da Carolina do Norte; sua expressão, o tempo todo, é de tristeza, angústia. Paralelamente, vamos vendo Adrienne preparando seus filhos – uma garota adolescente e um garoto de uns nove, dez anos – para viajarem com o pai para Orlando. Os dois estão separados, e fica claro, de imediato, que Adrienne é uma mãe e dona de casa dedicada, mas está infeliz.
Ao chegar para buscar os filhos, o ex-marido, Jack (Christopher Meloni, com aquela cara que será sempre a do detetive Elliot Stabler, da série Lei e Ordem – Unidade de Vítimas Especiais da TV), que abandonou Adrienne por causa de outra mulher uns sete meses antes, diz a ela, de sopetão, que quer voltar. Ela diz o óbvio: que não é bem assim, que precisa de um tempo para pensar.
Depois que fica sozinha, Adrienne vai para a pousada que sua amiga Jean (Viola Davis) possui, debruçada sobre o mar, num lugar belíssimo, uma ilha da Carolina do Norte, a região de Rodanthe do título original. Jean vai tirar folga no fim de semana, e Adrienne se ofereceu para cuidar da pousada para ela. A previsão é de que um furacão se aproxima e pode atingir a região, mas o lugar, Jean e Adrienne estão acostumados a furacões.
Durante aquele fim de semana, a pousada terá só um hóspede, que havia feito reserva antecipadamente. Claro, é Paul Flanner, que já vimos nas ações paralelas, viajando de carro para o litoral. Paul Flanner, veremos em seguida, está enfrentando um grave problema – qual é ele, exatamente, a narrativa nos entregará a conta-gotas, ao longo da primeira metade do filme.
Então, com uns 15 minutos de filme, temos que Paul e Adrienne estão sozinhos na pousada linda debruçada sobre o mar lindo, duas pessoas em momento difícil, à espera de um furacão – o real, que destrói casas, e o do coração.
Não sei o que os outros acharão, mas, na minha opinião, nem Richard Gere nem Diane Lane estão propriamente bem. Aliás, ninguém do elenco está. Mas pode ser implicância minha.
Um registro que tem que ser feito: este foi, salvo engano, o terceiro filme em que Richard Gere e Diane Lane trabalharam juntos. Eles formaram o casal central de The Cotton Club, de Francis Ford Coppola, feito em 1984, quando ela tinha apenas 19 anos, e estiveram juntos também em Infidelidade/Unfaithful, de 2002, uma refilmagem americana de A Mulher Infiel, de Chabrol.
E então descubro, ao dar uma olhada no AllMovie e no iMDB depois de ver o filme e antes de fazer esta anotação, que esta história de amor foi escrita por Nicholas Sparks.
Quem?
Pois é. Não sei sobre os outros brasileiros acostumados a ver filmes americanos, mas eu não tinha a mínima recordação do nome de Nicholas Sparks. Dos escritores americanos de ficção mais jovens em atuação hoje, conheço Scott Turow, John Grisham, Dennis Lehane, entre outros; não por coincidência, escritores de histórias ligadas a crime, polícia, lei, Justiça. Nicholas Sparks é – acabo de saber – um escritor de livros sobre histórias de amor. Muito mais para Nora Roberts ou Barbara Delinski que para Scott Turow.
Seus livros são sempre best-sellers, e este aqui é o quarto filme baseado em obra dele, depois de Uma Carta de Amor/Message in a Bottle, de Louis Mandoki, de 1999, com Kevin Costner e Robin Wright Penn, Um Amor para Recordar/A Walk to Remember, de Adam Shankman, de 2002, com Peter Coyote e Daryl Hannah e Diário de uma Paixão/The Notebook, de Nick Cassavetes, de 2004, com James Garner e Gena Rowlands. Um quinto filme baseado em livro dele está em fase de pós-produção em 2009, Dear John, dirigido pelo sueco adotado por Hollywood Lasse Hallström.
Não vi Um Amor para Recordar, mas os outros dois são historinhas simples, sobre gente comum e seus amores, como este aqui. Muitas de suas histórias se passam – como a deste filme aqui – no litoral da Carolina do Norte, que é onde vive o autor. Nada propriamente ruim, mas também nada muito marcante. A rigor, a rigor, tudo um tanto descartável – assim como, de resto, este site aqui em que gosto de falar fiado.
Noites de Tormenta/Nights in Rodanthe
De George C. Wolfe, EUA, 2008
Com Richard Gere, Diane Lane, Christopher Meloni, Viola Davis, Scott Glenn
Roteiro Ann Peacock e John Romano
Baseado no livro de Nicholas Sparks
Música Jeanine Tesori
Fotografia Affonso Beato
Produção Warner Bros e Village Roadshow. Estreou em SP 3/10/2008
Cor, 97 min
**
Título em Portugal: O Sorriso das Estrelas
Tb achei o filme descartável, bem bobinho, como todos os outros baseados nos livros desse cara. E aquele final totalmente anti-clímax me decepcionou. Depois de ter encontrado e se apaixonado por um Richard Gere riquíssimo e inteligente, acontece aquilo? Ah , não. Realmente ninguém no filme estava bem, acho que a melhor atuação foi a da menina emo, filha da personagem da Diane Lane(que tá bem bonita pra idade dela, diga-se de passagem).
Pra mim, amante dos animais, o melhor do filme foram os cavalos, rsrs. Filme bobo, detestei.
Jussara, caríssima, você me enche de alegria com seus comentários.
Já reparou que nosso gosto é bastante parecido? Quer dizer: poucas vezes há discordâncias frontais. Em geral, a gente gosta mais ou menos das mesmas coisas – o que é muito interessante dada a nossa grande diferença de idade.
Respondi ao seu comentário sobre o Dança Comigo. Nada sério, não, só uma brincadeira boa para gente manter a bola na quadra…
Continua me impressionando muito:
a) como você vê filmes; acho que você vê tantos filmes quanto eu;
b) como você é bem informada;
c) como você sabe escrever;
d) como você é bem humorada. É uma dávida grande, o bom humor.
Abração.
Sérgio
Li que o título do livro é ” O sorriso das Estrelas “.
Com certeza é um dramalhão mas que não é ruím, mesmo.Concordo com a Mary,é razoável.
Dos livros do Nicholas que viraram filmes eu vi:Uma carta de amor,Um amor para recordar e Querido John ( Dear John ). Não são grandes filmes,concordo mas,são bons romances de se ver(minha opinião).Melhores que muita coisa por aí. Querido John então,tem a presença da Amanda Seyfried,gosto muito dela.Ela esteve tão bem em ” Chloe -o prêço da traição ” ao lado da Julianne Moore e Lian Neeson. Gostei sim, desses tres romances ( filmes ).
Nunca é tarde para ser feliz. Temos sempre que nos lembrar que certas coisas não são infinitas, certas relações, ( infelismente ) terminam,morremos,estamos aqui de passagem, cada segundo é uma chance de se aprender algo com outra pessôa.
De fato, como a Jussara diz,é muito chato a mulher encontrar um cara se apaixonar por ele e,depois acontecer aquilo, é difícil de engolir mesmo. Mas Jussara, amiga, voce não foi um tanto severa com este filme ?
Quanto aos cavalos, lembram,o Paul Flanner(Gere)disse para a Adrienne (Diane): “voce ainda verá os cavalos”. Muito bonita aquela cena.
Um médico que carrega um enorme sentimento de culpa e uma mulher profundamente infeliz.
Mesmo com os clichês, um romance que gostei de assistir.
Oi, Ivan,
Eu não gosto muito de filmes água-com-açúcar, por isso talvez não tenha gostado tanto deste aqui. Também não me agradaram os filmes anteriores baseados nos outros livros do Nicholas Sparks.
Foi ótimo você ter comentado aqui e citado meu nome, porque pude reler o comentário do Sérgio e ver que já faz quase 4 anos (ou talvez já tenha feito) que nos cruzamos pelas avenidas da web.
Também pude reler todos os elogios que ele me fez, e uau! não sei se mereço tanto. Pra ler e reler quando estiver me sentindo pra baixo. hehe
Sei que na época devo ter agradecido por e-mail, mas agradeço aqui, mais uma vez, Sérgio.
E eu ainda conseguia fazer comentários curtos, olha só!
Abraços aos dois!
Olá, Jussara !!
Eu entendo bem, mas é como eu disse, algumas vezes prefiro assistir romances “adocicados” esquecíveis,descartáveis,do que outras coisas por aí.Se bem que este não considerei assim. Algumas comédias românticas de muitas que já vi,é que eu considero agua com açúcar.
De fato, houve um hiato muito grande entre o teu comentário e o do Sergio para voce, com os próximos que foram o meu e o teu exatos 3 anos 9 meses e 17 dias. Como disseste, esse foi o tempo que você e o Sergio se cruzaram nas avenidas da web.Gostei dessa colocação.
No comêço,eu também fazia comentários nem tão grandes nem tão pequenos, agora, preciso me conter pois ando fazendo comentários um tanto longos e, não sei se isso chateia o Sergio, quero acreditar que não.
Com certeza mereces sim,todos os elogios que o Sergio te fêz, e faz, ele está certíssimo.
Um grande abraço para voce, amiga e, outro para o Sergio.