2.5 out of 5.0 stars
Anotação em 2007, com complemento em 2008: A primeira coisa que me ocorreu ao ver este Outono em Nova York foi: Winona Ryder deveria filmar mais. (Assim como Sigourney Weaver, Bridget Fonda, Debra Winger.) Ela é boa atriz demais, linda demais – não deveria fazer tão poucos filmes.
OK: no caso específico dela teve aquela coisa comportamental interferindo na carreira, aquela história de roubo em loja. Uma bobagem danada desperdiçar um talento desses por uma coisa tão ínfima.
Bem, o filme. A trama parece a maior bobagem. É assim uma espécie de Love Story revista para o alvorecer do novo século: homem maduro, rico, bonito e mulherengo, se apaixona por jovem linda que tem os meses de vida contados.
No entanto, achei o filme sensível, bonito.
É a tal teoria, uma das muitas que eu faço: gostar ou não gostar de um filme depende muito das circunstâncias em que a gente o vê. Se você espera muito de um filme, pode ser um desapontamento imenso. Se, ao contrário, você não espera muita coisa, ou quase nada, ele pode surpreender. Se você estiver mal-humorado, uma comedinha romântica pode parecer uma estupidez do cão.
Gostei do filme, apesar de suas óbvias fraquezas, a começar da trama esquemática. Mas, ao contrário do que disseram o AllMovie e Leonard Maltin em suas resenhas, achei que o casal tão desigual Richard Gere-Winona Ryder funcionou bem, teve química. A fotografia, do chinês Gu Shangwei, é deslumbrante. E acho sempre bom ver personagens que aprendem com a vida.
Foi o segundo filme dirigido por Joan Chen, essa moça nascida em Xangai em 1961 cuja vida, acho, daria um bom filme. Para começo de conversa, é uma das poucas pessoas a fazer sucesso tanto no cinema chinês quanto em Hollywood. Estreou aos 14 anos e, aos 18, ganhou o prêmio Cem Flores de melhor atriz, o equivalente chinês ao Oscar. Aos 24, começou no cinema americano dirigida por Wayne Wang. Aos 26 teve a sorte de ganhar o papel da imperatriz Wan Jung na premiadíssima superprodução internacional de Bertolucci O Último Imperador.
Em vez de virar grande estrela depois disso, teve que aceitar ofertas em produções baratas, mas voltou a chamar atenção na série Twin Peaks, em que David Lynch fez para a TV americana, e, em 1993, fez a vietnamita mãe da personagem central em Entre o Céu e a Terra, de Oliver Stone. Depois disso, passou uma temporada fazendo filmes elogiados de sucesso no cinema de Taiwan, até estrear na direção em 1998 com Xiu Xiu: The Sent Down Girl, sobre a vida de uma garota chinesa nos tempos da revolução cultural.
Quis dirigir um segundo filme totalmente Ocidental, na capital do Império, uma nova Love Story? Uma artista com essa biografia pode fazer o que bem entender.
Outono em Nova York/Autumn in New York
De Joan Chen, EUA, 2000.
Com Richard Gere, Winona Ryder, Anthony LaPaglia, Vera Farmiga
Roteiro Allison Burnett
Fotografia Gu Shangwei
Música Gabriel Yareed
Cor, 103 min.
É um filme que a gente já sabe como vai terminar, mas mesmo assim continua assistindo. É bonitinho mesmo, e na época , o Richard Gere ainda pagava de galã. Tb acho a Winona boa atriz e ela tem um rosto bonito e delicado, que fotografa bem. Assisti uma vez a um filme com a Natalie Portman e ela lembrava um pouco a Winona.
A Natalie Portman estava bem novinha, diga-se, e lembrava a Winona quando tinha a mesma idade.
Qual é esse filme com a Natalie Portman novinha, Jussara? Será O Profissional, com o Jean Reno?