3.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2002: Vi sem saber que se baseava em Stephen King, esse sujeito que parece que escreve uma história de terror por dia, tão ampla é sua obra. E daí vem uma das coisas interessantes do filme: só mais para o final, quando já se passaram uns três quartos da ação, o espectador fica sabendo que há na história algo de extra-sensorial, de fantástico, a principal praia de Stephen King.
O que traz a marca do escritor é que o personagem central, interpretado por Anthony Hopkins, é um vidente, e por isso está sendo procurado, e procurado não por bandidos abertamente bandidos, mas pelo FBI de J.Edgar Hoover.
Outra coisa interessante são os atores, todos bons e bem dirigidos. O garoto Anton Yelchin, que faz o personagem central, é nascido na Rússia, em 1989; a família emigrou para os Estados Unidos quando ele era bebê, ele começou a carreira com apenas 5 anos de idade, na série Plantão Médico/ER. Este aqui é o primeiro filme em que tem papel importante, e ele de fato é ótimo.
O diretor Scott Hicks – nascido em Uganda e radicado na Austrália – já havia feito antes deste aqui Shine e Neve sobre os Cedros. É, portanto, um nome a se acompanhar.
Nos letreiros finais, o filme é dedicado a Piotr Sobocinski, o diretor de fotografia, que morreu em 2001, o mesmo ano em que o filme foi produzido.
O DVD tem uma conversa entre o diretor Hicks e Anthony Hopkins que é uma aula sobre interpretação, uma maravilha. Em um trecho, falando que interpretar é como jogar tênis, ou xadrez – participar de uma espécie de diálogo com outro ator -, ele diz uma frase ótima, que anotei. “É só isso aí. É um emprego. Eu sei que alguns atores chamam isso de uma forma de arte. Eu não sei qual é a definição, mas é um emprego. É talvez um emprego de alto padrão, muito bem pago, mas é só isso que é.”
Lembranças de um Verão/Hearts in Atlantis
De Scott Hicks, EUA-Austrália, 2001.
Com Anthony Hopkins, Anton Yelchin, Hope Davis, Mika Boore, David Morse
Roteiro William Goldman
Baseado no livro de Stephen King
Fotografia Piotr Sobocinski
Música Mychael Danna
Produção Castle Rock e Village Roadshow, Warner. Estreou em São Paulo 25/1/2002
Cor, 101 min.
***
Título em Portugal: Corações na Atlântida. Título na França: Coeurs Perdus en Atlantide
Por acaso vi-o ontem, ou melhor revi-o, que é uma coisa que faço muitas vezes.
Claro que gosto do filme, não é?
E tenho o livro de S. King que é muito grande e conta várias histórias e a do filme é uma delas e adaptada.
O livro não é dos meus favoritos do S. King.
Como fã de King venho aqui dizer que o terror é como o pessoal que não o conhece o resume, mas seus livros vão além disso. Conta Comigo e Um Sonho de Liberdade são excelentes exemplos de filmes que se baseiam em obras de não terror. Fora os livros que também possuem obras de drama, romance, ação e aventura e são criações dele.
Esse filme mesmo é um drama, mas com toques sobrenaturais parecidos com alguns outros como por exemplo Amor além da vida.
Deve se valorizar a colaboração de Stephen King para o cinema, pois até Kathy Bates ganhou um Oscar devido a uma personagem criada por ele e em um filme de Terror!
Alguns filmes merecem destaque nessa filmografia extensa:
À espera de um milagre
1922
O nevoeiro
Louca Obsessão
O iluminado
E os já citados acima.
Caro Júnior Rodrigues, muito obrigado pelo comentário – gentil, sensato, informativo.
Você tem toda razão. Vou trocar a frase que diz que o extra-sensorial, o fantástico é “a única praia de King” para “a principal praia de King”.
Fica melhor assim?
Um abraço, e bom fim de semana.
Sérgio
Esse filme realmente excelente.
Não o canso de assistir.