Primeira Segunda de Outubro / First Monday in October


Nota: ★★★½

Anotação em 1999: Uma total surpresa, daquelas sobre as quais eu nunca tinha ouvido falar. É um elogio às instituições americanas, sim – mas tem um discurso progressista, liberal, anticensura, tão virulento e inteligente quanto o panfleto do grande Milos Forman, Larry Flynt.

Faz lembrar, e muito, a beleza que é A Costela de Adão/Adam’s Rib, com Spencer Tracy e Katharine Hepburn, pela oposição homem-mulher diante do Direito, da Lei. E é deliciosa a contraposição dos arquétipos – a jovem mulher que chega à Suprema Corte, saudada como vento novo na casa de 200 anos, o avanço feminino, é uma reacionária, que tem que enfrentar o liberalismo de um velho ranheta, ranzinza (Walter Matthau).

Belíssima ode à convivência dos contrários, elogio ao que as instituições americanas têm de melhor. Virulentamente anticorporações, anticapitalismo selvagem. Um brilho. E a beleza de Jill Clayburgh nunca esteve tão absolutamente esplendorosa.

O título, ininteligível para quem não conhece a Justiça americana, é didaticamente explicado no filme: a primeira segunda de outubro é o dia do novo ano de trabalhos na Suprema Corte.

Terminei de fazer essa rápida anotação e vi que Leonard Maltin diz que o filme é “Tracy-and-Hepburn-like…” Além de confirmar esta obviedade, ele informa que, por coincidência, pouco antes de o filme estrear foi indicada para a Suprema Corte a primeira mulher.

Primeira Segunda de Outubro/First Monday in October

De Ronald Neame, EUA, 1981.

Com Jill Clayburgh, Walter Matthau, Jan Sterling, Barnard Hughes

Roteiro Jerome Lawrence e Robert E. Lee

Baseado na peça da dupla

Cor, 98 min.

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