Faca de Dois Gumes


Nota: ★★½☆

Anotação em 1998: Eu tinha perdido esse filme quando passou nos cinemas. Foi uma das últimas produções antes do furacão Collor quase matar o cinema brasileiro. E é uma bela produção, competente, com elenco bom, fotografia e música de qualidade, narrativa correta. Ganhou quatro prêmios em Gramado – direção, som, fotografia e cenografia.

O grande problema é que de fato há buracos grandes na trama.

Não se entende por que, tendo tido o cuidado de estabelecer um bom álibi para assassinar no Rio a mulher e o amante dela, seu sócio e maior amigo (estava em São Paulo, vendo jogo do Botafogo, que de fato viu em teipe, podendo descrever direito as jogadas; deixou secretária eletrônica para falar com a telefonista do hotel, tudo direitinho), o personagem central (Paulo José) não chama a polícia quando uma quadrilha vasculha a casa dele, e depois o escritório. Assim como não se entende por que ele manda o próprio filho pré-adolescente pegar no guarda-volumes do aeroporto Santos Dumont a mala onde estavam jóias roubadas para forjar um latrocínio.

Como diz a boa resenha do guia Vídeo 1998 da Abril, “o roteiro aproveitou apenas uma parte do romance de Fernando Sabino e mostra lacunas”. Diz bem também: “Elenco e cuidados técnicos valorizam esse thriller, com muita ação e pouca emoção”.

Mas é um filme bem feito, que merece atenção.

Faca de Dois Gumes

De Murilo Salles, Brasil, 1989.

Com Paulo José, Marieta Severo, José de Abreu, Flávio Galvão, Úrsula Canto, Paulo Goulart, José Lewgoy, Fernando Peixoto.

Bas no romance de Fernando Sabino

Adapt cinematográfica Leopoldo Serran, Murilo Salles e Patrick Moine

Roteiro Leopoldo Serran, com a colaboração de Alcione Araújo e Murilo Salles

Música Victor Biglione

Trilha sonora Victor Biglione e José Nogueira

Cor, 106 min.

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