A Excêntrica Família de Antonia / Antonia


Nota: ★★★½

Anotação em 1996: No Brasil, esse filme vai ser lembrado como o que derrotou O Quatrilho e ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro de 1996. Não há comparação possível entre os dois.

Ele é feminista até a alma. Tipo Tomara Que Seja Mulher, aquela beleza de Monicelli, com a diferença de que foi dirigido por uma mulher. Conta a história de quatro gerações de mulheres, de 1945, fim da guerra, até hoje, e discute morte e significado da vida.

Começa com Antonia, lá pelos seus 90 anos, acordando no dia em que sabe que vai morrer, e em seguida volta para 1945, com Antonia chegando logo após o fim da guerra com a filha de volta para o pequeno povoado no interior da Holanda onde nasceu. Não há qualquer menção ao que ela fez quando esteve ausente do povoado, onde morou. Não há qualquer menção ao pai de sua filha, Danielle. Em torno de Antonia vai se aglutinando um grupo de figuras excêntricas: o bobo da aldeia, a filha mal tratada de um fazendeiro, estuprada pelo próprio irmão – o único grande vilão do filme -, uma mulher que adora parir e tem 12 filhos, um viúvo com cinco filhos (interpretado por Jan Decleir, o personagem principal do filme belga Daens).

 Se você não viu o filme, não leia a partir de agora

 Danielle tem talento para a pintura; lá pelas tantas, resolve ter filho, embora não queira casar; faz uma produção independente muito antes que isso virasse moda, e nasce Thèrese, uma superdotada, que fica amicíssima de um velho amigo da avó Antonia, o intelectual do povoado. Danielle se apaixona pela professora da filha, e as duas vivem um longo caso de amor, enquanto Antonia requisita o viúvo para que transem uma vez por semana. Adolescente, Thèrese é estuprada pelo mesmo vilão já citado – que por sua vez é assassinado pelo irmão, que mais tarde morre ao levar o coice de um cavalo. Thèrese acaba tendo um caso com um filho da parideira, e por sua vez tem uma filha, Sarah – que, na cena final, percebemos que é a narradora. O texto é denso, sério, sem ser pesado; há toques de humor enquanto se fala de tantos nascimentos e tantas mortes, tantos bons momentos e maus momentos.

A Excêntrica Família de Antônia/Antonia

De Marleen Gorris, Holanda-Bélgica-Inglaterra, 1995,

Com Willeke Van Ammelrooy (Antonia), Els Dottermans (Danielle), Veele van Overloop (Thèrese), Thyrza Ravesteijn (Sarah), Jan Decleir

Argumento e roteiro Marleen Gorris

Cor, 102 min.

4 Comentários para “A Excêntrica Família de Antonia / Antonia”

  1. Assisti este filme ontém a noite e, deixei prá dar meu pitaco, hoje. Olha,devo dizer que vi, “online”, o filme é de 1995 e, aqui nas locadoras, não encontro mesmo, filmes dessa época. Logo no começo, por duas vezes
    quase desisti de ver mas, resolvi continuar porque a sinopse prometia e,não me arrependi.
    O filme é muito bom. Os atores, pelo menos
    para mim, todos desconhecidos.
    Eu guardei um diálogo que achei importante,
    entre Thèrese e o “dedo torto”,o amigo da avó
    dela. “A irmã disse que Deus criou tudo mas ela não se questiona quem criou Deus.O mal de quem acredita em Deus, é que a fé comanda
    seu inteleto, religiões sempre causam morte e destruição.”
    Não tenho a mesma opinião com tudo que ele expunha mas,concordo quando ele diz que re
    ligiões causam morte e destruição.
    Achei maneiro, a arapuca que foi armada para o padre. Depois disso ficou quietinho. Até deixou a Igreja e se arrumou com a “paridei-
    ra”. Até o viúvo se deu bem com a Antonia.
    Há um momento em que todos fazem amor após
    uma voz dizer ” e o amor se espalhou “.
    Em suma, valeu a pena ter visto este belo filme que, como disseste é denso e sério e, os toques de humor muito bem colocados.

  2. Só um detalhe que deixei passar. A voz que
    diz “e o amor se fez “, etc . . . como disseste (e eu esqueci), é de Sarah, bisneta de Antonia , que narra toda a história.
    Família excêntrica e tbm porreta .

Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *