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Resenha na coluna O Melhor do DVD, no site estadao.com.br, em2000: Amores e Bossa Nova. Eis aí dois bons filmes que vale a pena ver e/ou rever. Têm um monte de traços em comum – e, claro, outro monte de dessemelhanças, de especificidades, gostosas de se comparar. São, antes de mais nada, dois filmes cariocas, feitos por diretores cariocas, os dois com um jeito leve, gostoso, carioca de ver a vida, o amor, o encontro e o desencontro.
São, os dois, comédias românticas, talvez mais românticas do que propriamente comédias, em um cinematografia que não tem grande tradição nesse gênero, talvez porque o País tenha tanta miséria e iniqüidade que deixa boa parte dos cineastas com pruridos de fazer filmes livres leves soltos.
São, os dois, cada um à sua maneira bem específica – e quase antípoda da outra -, belos exemplares do renascimento do cinema brasileiro, depois de ele ter sido praticamente liquidado com a passagem do furacão Collor.
São, os dois, variações da quadrilha drummondiana que tanto Chico Buarque quanto o Karnak cantaram, Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo que amava –
Em Bossa Nova são nove personagens – Trevor (Stephen Tobolowski) que se correspondia via Internet com Nadine (Dica Morais) que aprende inglês com Mary Ann (Amy Irving) que também dá aulas para Acácio (Alexandre Borges) que fascina Sharon (Giovanna Antonelli) que fascina Roberto (Pedro Cardoso) que é irmão de Pedro Paulo (Antônio Fagundes) que é ex-marido de Tânia (Débora Bloch) mas se apaixona por Mary Ann que dá aula no prédio em que trabalha Juan (Alberto de Mendoza) que é pai de Pedro Paulo e Roberto.
Em Amores são seis personagens: Vieira (Domingos Oliveira) que é pai de Cíntia (Maria Mariana) que acabará tendo um caso com Pedro (Ricardo Kosovski) que é casado com Telma (Priscilla Rozenbaum) que é irmã de Luíza (Clarice Niskier) que se apaixona por Rafael (Vicente Barcellos).
À la François Truffaut
Para fazer sua quadrilha, Bruno Barreto perseguiu François Truffaut, a quem se refere como seu diretor de cinema preferido e o último dos cineastas românticos. Conta que, nos meses de preparação para as filmagens de Bossa Nova, reviu duas vezes Beijos Roubados, de 1968, o terceiro filme de Truffaut com o ator Jean Pierre Léaud interpretando Antoine Doinel, seu alter ego assumidíssimo. Barreto é explícito: abriu seu filme com a dedicatória “Para François Truffaut e Antonio Carlos Jobim”; em uma cena do filme, coloca o alfaiate Juan ouvindo “Que Reste-t-il de nos amours”, cantada por Charles Trenet – a música que abre Beijos Roubados.
Domingos Oliveira não alardeou preferências ou influências, mas colocou dois de seus personagens – Telma e Pedro – sentados na cama cada um lendo seu livro com a capa totalmente exposta para a câmara, numa citação explícita de uma cena emblemática de Domicílio Conjugal, de 1970, o filme seguinte de Truffaut sobre os amores de Antoine Doinel. Exatamente como muitos dos personagens de Truffaut, os de Domingos Oliveira e Priscilla Rozenbaum (os dois assinam o roteiro e a peça em que o filme se baseia) são classe média urbana, levemente intelectualizados, levemente deslocados na sociedade competitiva, em geral sem uma atividade profissional muito definida, sonhando em realizar uma grande obra que nunca sai. “Um dia voltarei à literatura com um romance em que os personagens serão insetos”, diz um dos personagens de Truffaut em Jules et Jim, a obra-prima de 1962. “O que que eu fiz nestes 38 anos?”, questiona o personagem Pedro, em Amores. “Quis ser um intelectual, não sou; um poeta; não sou; um advogado das causas nobres; não sou.”
Barreto perseguiu Truffaut e fez um filme agradável, gostoso. Domingos Oliveira seguiu a trilha de Truffaut e acabou sendo comparado a Woody Allen, que, como o mestre francês, também reconta de várias formas as mesmas variações de histórias desses mesmos tipos de personagens. Fez um filme delicioso, fascinante, uma profissão de fé na tolerância, na boa vontade, no respeito às disparidades entre as pessoas, uma bela declaração de amor à vida, à maternidade-paternidade e aos amores.
Exatamente como Woody Allen, que mostra uma Nova York sempre limpíssima, imaculada, nem um toco de cigarro nas calçadas – o oposto, o exato oposto da Nova York de Martin Scorsese, ensangüentada, dilacerada, a miséria mais horripilante à mostra -, Bruno Barreto filmou um Rio de Janeiro dos sonhos, da imaginação mais fértil e gentil, da ficção quase científica. É um Rio de Janeiro sem miséria, sem violência, sem sujeira. Provavelmente a Cidade Maravilhosa nunca esteve tão absoluta, espetacularmente maravilhosa quanto está em Bossa Nova, com a fotografia esplêndida de Pascal Rabaud, usando e abusando das imagens mais cartão postal que se possa imaginar, o alvorecer, o entardecer, as linhas sinuosas das montanhas, o mar, tudo ao som das melodias perfeitas de Tom Jobim. O compositor e arranjador Eumir Deodato e as imagens captadas por Bruno Barreto mostram Tom Jobim como o Gerswhin da metrópole síntese do Brasil; Barreto não falou sobre isso, mas seguramente Manhattan, de Woody Allen, esteve em sua cabeça, ao fazer seu filme declaração de amor ao amor no Rio.
E é exatamente na beleza esplendorosa do Rio de Janeiro que Bossa Nova e Amores, filmes tão próximos um do outro em tantas coisas, mais se distanciam, e mais se firmam em seus estilos específicos.
A paisagem do Rio está presente em cada momento de Bossa Nova. Ela pontua toda a narrativa, faz a ponte entre uma seqüência e outra, entre um personagem e outro.
Amores é basicamente um filme de interiores. Temos o apartamento de Vieira, a casa de vila de Telma e Pedro, o bar onde Luíza conta piadas (inteligentíssimas, gostosas, e extremamente bem contadas por uma atriz especial, essa Clarice Niskier), o gabinete de Pedro na repartição pública. Sim, também há algumas seqüências passadas nas ruas, e nelas o espectador que conhece o Rio de Janeiro percebe que estamos no Rio de Janeiro, claro – mas elas são poucas, e não há cartões postais, nem panorâmicas. Sobretudo isso: não há panorâmicas. O que Bruno Barreto abusou de panorâmicas, Domingos Oliveira não entrega. Suas tomadas de rua são no máximo em plano americano, aquele em que se vê o personagem apenas da cintura para cima. Há uma seqüência, por exemplo, de Luíza e Rafael andando perto de uma praça da Zona Sul, mas não dá para perceber – nem mesmo usando os recursos do DVD de congelar a imagem nítida como nenhum VHS jamais seria capaz – exatamente que praça é; pode ser a General Osório, em Ipanema, mas também pode ser a Serzedelo Correia, em Copacabana. Há apenas uma tomada em que aparece o Pão de Açúcar, mas é uma tomada feita de dentro de uma casa, provavelmente em Santa Tereza, e o Pão de Açúcar aparece só lá no fundo, atrás da janela de vidrinhos em losango.
Pode ter sido uma opção de produção pobre, de orçamento curto. Até pode. Mas não é um defeito, uma deficiência, é estilo mesmo, opção preferencial pelos interiores, pelo entre quatro paredes; os personagens de Domingos Oliveira e Priscila Rozenbaum, assim como os de Woody Allen, pensam demais, falam demais, verbalizam demais, fechados dentro de suas cabeças fervilhantes e pés muito longe disso. Domingos Oliveira, definitivamente, é daquele tempo e daquela filosofia carioca dos anos 60: intelectual não vai à praia, intelectual bebe. Mesmo quando está discutindo coisas tão absolutamente anos 90 como aids, a nova família, as novas relações afetivas pós revolução dos costumes.
Um com pouco dinheiro, o outro com muito.
Citou-se, lá para cima, a questão das maneiras distintas pelas quais Bruno Barreto e Domingos Oliveira optaram para fazer seus novos filmes. Ela tem a ver com essa questão do uso – ou não – da paisagem maravilhosa do Rio. Tem a ver com o estilo, um indo fundo nos interiores, o outro abusando de esplêndidas imagens panorâmicas. Tem a ver também, é claro, com o tipo da produção. Bossa Nova é um filme de orçamento alto (para os padrões brasileiros, é claro); Amores é filme de custo muito baixo (até mesmo para os padrões brasileiros).
Bruno Barreto é um diretor habituado a orçamentos grandes; é filho de um produtor histórico do cinema brasileiro – Luiz Carlos já produzia nos tempos heróicos do cinema novo, em obras como O Padre e a Moça, de 1965, e A Hora e Vez de Augusto Matraga, de 1966. Mais ainda: Bruno tem contato íntimo com o cinemão americano, já trabalhou nele, ainda vai voltar a trabalhar nele – sem contar com o fato de que sua mulher e protagonista de Bossa Nova, a americana Amy Irving, é ex-mulher de Steven Spielberg. Bruno Barreto, em suma, é um diretor de bilheteria quase garantida no Brasil, mesmo o Brasil não tendo de fato uma indústria de cinema. Seu filme foi co-produzido por um braço da Rede Globo, tem elenco “global” e distribuição mundial pela Sony Pictures Classics, chega ao DVD em versão riquíssima por uma das gigantes do mundo, a Columbia TriStar Home Video, uma empresa do grupo Sony.
Domingos Oliveira, apesar de ser o autor de Todas as Mulheres do Mundo, apesar de ter belos trabalhos tanto no cinema quanto no teatro e na TV, não é exatamente um diretor mainstream, do sistema, do cinemão. Ao contrário, é mais um outsider, um criador quase marginal. Seu filme abre com o símbolo da Lei do Audiovisual, que permite que os cineastas captem dinheiro junto a empresas, mas ele renega essa fórmula que na verdade permitiu a retomada do cinema brasileiro a partir de meados dos anos 90: “Leis de incentivo transformam o artista em pedinte e tiram a vontade de filmar por causa da burocracia”, diz. “A Lei do Audiovisual só serve para amigos de banqueiros.” (Leia mais sobre orçamento e a carreira dos dois filmes na bilheteria no quadro.) Para tocar seu próximo projeto, Separações, também a partir de uma peça de teatro, ele, alguns amigos e o elenco juntaram os R$ 60 mil necessários para o início das filmagens. “A idéia é fazer como em Amores, filmar primeiro para captar depois.”
O fascinante, no entanto, é justamente ver que essas duas maneiras quase antípodas de se fazer cinema no Brasil podem funcionar bem. Muito mais importante do que eventualmente comparar o resultado final de um e de outro, criticar um usando o outro como alavanca, o importante é ver que Amores e Bossa Nova são belíssimas provas de que cabem as duas formas, as duas opções. Embora tão distantes no orçamento e tão próximos quanto aos temas centrais, são dois ótimos filmes.
Amores |
Bossa Nova |
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Produção | Brasil, 1998. | Brasil, 1999. |
Diretor | Domingos Oliveira | Bruno Barreto |
Argumento e roteiro | Roteiro de Priscilla Rozenbaum e Domingos Oliveira, baseado na peça homônima dos dois. | Roteiro de Alexandre Machado e Fernanda Young, baseado na história “A Senhorita Simpson”, de Sérgio Sant’Anna. |
Elenco | Clarice Niskier, Domingos Oliveira, Maria Mariana, Priscilla Rozenbaum, Ricardo Kosovski, Vicente Barcellos. | Amy Irving, Antonio Fagundes, Alexandre Borges, Débora Bloch, Drica Moraes, Giovanna Antonelli, Rogério Cardoso, Kate Lyra, Pedro Cardoso, Stephen Tobolowski. |
Cor, duração. | Cor, 95 min. | Cor, 95 min. |
Ação | Rio de Janeiro, dias atuais. | Rio de Janeiro, dias atuais. |
Local de filmagem | Rio de Janeiro, 1998. | Rio de Janeiro, 1999. |
Fotografia | Jacques Cheuiche | Pascal Rabaud |
Uma coincidência | Amores tem Marianne. É uma personagem que só é citada, não aparece: “Marianne de ma jeneusse”, diz o personagem interpretado Domingos Oliveira. | Bossa Nova tem Mary Ann. É a personagem central, a professora de inglês criada pelo escritor mineiro Sérgio Sant’Anna – e, do texto dele, foi praticamente a única coisa aproveitada pelos roteiristas. |
A TV Globo e o filme | O personagem de Vieira trabalha na TV Globo. Reclama muito dela, mas também gosta; é seu ganha-pão. | Um braço da TV Globo, a Globo Filmes, é co-produtora do filme. E diversos atores de novelas da Globo estão no elenco. |
Um pouco sobre a carreira desses dois diretores cariocas | O carioca Domingos Oliveira (nascido em 1936) fez sete longa metragens (Amores é justamente o sétimo), escreveu 20 peças de teatro e dirigiu 41, e, na TV, dirigiu um total de 50 horas de especiais (criou a série “Ciranda Cirandinha” e “Aplauso”, entre outras). Apesar do currículo farto, em três meios diferentes, seu nome permanece indissoluvelmente ligado a Todas as Mulheres do Mundo, sua estréia, em 1966, um filme extraordinário, dos melhores de toda a história do cinema brasileiro, obra personalíssima em um tempo do social, uma declaração de amor ao cinema, ao amor e a Leila Diniz. | O carioca Bruno Barreto (nascido em 1955), filho mais velho do produtor Luiz Carlos Barreto, fez 15 longa-metragens. Seu terceiro, Dona Flor e Seus Dois Maridos, é uma das maiores bilheterias do cinema nacional de todos os tempos – mas Gabriela, que repetia a fórmula Sonia Braga-sensualidade-Jorge Amado, foi um fracasso. Depois de filmes totalmente brasileiros e a co-produção Gabriela, fez alguns filmes totalmente americanos, o melhor dos quais é Atos de Amor/Carried away), de 1996. O Que é Isso Companheiro?, de 1997, foi indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro. |
Prêmios destes filmes | Levou os de júri, crítica e júri popular no 26º Festival de Gramado (1998). A peça já havia tido o prêmio Shell de 1997 como melhor texto do ano. | |
Orçamento | R$ 120 mil. | US$ 5,2 milhões. |
Um pouco sobre a carreira desses dois filmes cariocas | Apesar dos prêmios, teve dificuldades para romper as barreiras da distribuição. Estreou no Rio no final de 1998, e só chegou às salas de São Paulo em junho de 1999. O DVD foi lançado em agosto de 2000, por uma distribuidora pequena, a Versátil. “Não tenho dinheiro para a mídia e, se não tenho mídia, meu filme não interessa aos exibidores”, disse Domingos. O filme sai de cartaz antes que a propaganda boca a boca possa levar mais gente aos cinemas. | Com distribuição e vasta campanha de marketing bancadas por uma das gigantes americanas, teve estréia nacional em 150 salas, no final de março de 2000. Bruno e Amy Irving deram entrevistas para todos os jornais e emissoras de TV do país. Nos EUA, foi lançado em abril de 2000 e, segundo a Variety, em julho era o 41º mais visto entre os filmes “independentes” dos grandes estúdios, acima de O Cadete Winslow, de David Mamet, e de O Terceiro Milagre, de Agnieszka Holland; até julho de 2000, já havia arrecadado nos EUA US$ 1,5 milhão. |
Duas ou três coisas sobre eles
* Amores é o primeiro filme de Domingos Oliveira em 19 anos. Depois de Teu, Tua, de 1979, o autor dedicou-se apenas ao teatro e à TV. Priscilla Rosenbaun é mulher do diretor, na vida real.
* O hoje comentarista Arnaldo Jabor tinha os direitos de filmagem do texto de Sérgio Sant’Anna, “A Senhorita Simpson”. Ele mostrou o texto para a atriz Amy Irving há cerca de 11 anos, quando ela e Bruno Barreto vieram ao Brasil passar uma temporada em Búzios. Barreto encantou-se com a idéia de fazer um filme a partir da história da americana que vive no Rio e dá aulas de inglês com a própria mulher no papel principal, e convenceu Jabor a vender-lhe os direitos de filmagens.
* Leopoldo Serran, tido como um dos melhores roteiristas do Brasil, fez o primeiro roteiro de Bossa Nova, a partir do texto de Sérgio Sant’Anna. Ele e Bruno Barreto já haviam trabalhado juntos em três outros filmes, igualmente baseados em obras literárias – A Estrela Sobe, de 1974, baseado no romance de Marques Rebelo, Dona Flor e Seus Dois Maridos, de 1976, do romance de Jorge Amado, e O Que É Isso, Companheiro, de 1997, do livro de memórias de Fernando Gabeira. Mas Barreto não gostou do trabalho de Serran, e procurou outros roteiristas. Quando encontrou Alexandre Machado e Fernanda Young, pediu a eles que trabalhassem a partir de uma sinopse preparada por ele mesmo, e não a partir do texto de Sérgio Sant’Anna ou do roteiro de Serran.
* Nos comentários em áudio de Bruno Barreto e Amy Irving no DVD, há uma tietagem explícita dos dois quando procuram explicar ao público americano quem é Antônio Fagundes. Ela diz que ele é o maior astro brasileiro; ele o define como meio Cary Grant, meio Marcello Mastroianni – e ela acrescenta: com um pouco de Gérard Depardieu.
* Só para lembrar: a atriz que faz a filha de Domingos Oliveira em Amores é a filha dele na vida real, Maria Mariana, ela mesma, embora tão jovem, já uma autora de sucesso, com a peça Confissões de Uma Adolescente e depois os belos especiais de TV baseados nela.
Texto brilhante
Para dar vontade de ver Amores, aí vão alguns exemplos do texto brilhante de Domingos Oliveira e Priscilla Rozenbaum:
* Diálogo entre Vieira e Telma:
– Eu tenho que ir pra casa, tenho que escrever – diz Vieira, que acabava de contar a Telma que está sendo demitido pela Globo.
– Escrever o quê? Você está desempregado.
– Exatamente, minha agenda de desempregado. Vou escolher qual é o projeto que eu vou entregar pra qual trouxa me empregar pra fazer qualquer besteira, enfim, uma coisa complicadíssima.
– E como é que estão suas reservas?
– Morais, né, Telminha? Porque você sabe que eu não sou capaz de guardar um tostão.
* Vieira diz para Telma que sua filha, Cintia, está apaixonada. Telma pergunta se a própria Cintia contou e Vieira responde:
– Contar propriamente ela não me contou, porque você sabe como ela é, passou de bom dia, boa noite, ela já considera invasão de privacidade.
* No seu monólogo quase no final do filme, contando para a câmara o que havia acontecido com ela nos últimos meses, Telma resume assim o caráter de um antigo namorado:
– Ele tinha se transformado num tipo clássico de pequeno burguês semi-bem-sucedido: terno bem cortado, doses razoáveis de senso de humor e nenhuma capacidade para ingerir álcool – porre no terceiro uísque.
* Luíza, no seu monólogo quase no final:
– A moral é uma coisa que o homem inventou para uso em campos muito limitados.
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voces deviam colocar a funçao de cada um que trabalho no filme!