Nota: 
Anotação em 1999: Tem aquele charme de filme dessa época dourada, os anos 1940, e, em especial o charme com o qual me fascino cada vez mais de Barbara Stanwyck, essa atriz de presença extremamente forte e beleza estranha e hoje fora do padrão. Mas a trama é tão pouco verossímil, tão insensata, tão estranha.
Um fato curioso: lá pelas tantas, o filme sugere que o casal vai trepar – embora não casado. Uma suave ousadia para os tempos do Código Hays.
É muito interessante notar que a mesma dupla central que aqui faz uma história tão absolutamente ingênua protagonizou quatro anos mais tarde, em 1944, aquele noir barra pesada, cheio de culpa e danação, que é Pacto de Sangue/Double Indemnity.
Impressionante como La Stanwyck é capaz de caras tão diferentes – é uma Meryl Streep, uma atriz para 200 personagens. Dentro deste único filme, ela tem momentos absolutamente díspares uns dos outros.
Gozado: em Pacto de Sangue, quatro anos depois desta comédia meio sem graça de Leisen, ela parece mais jovem que no filme de 1940.
Diz o livro da Paramount que “tanto a imprensa quanto o público responderam com aplausos carinhosos para todos os envolvidos”. Diz também que o filme tem um “charme irresistível” – e é interessante o uso da exata palavra que eu usei de início para definir o filme, antes de ler qualquer coisa. Diz ainda duas coisas interessantes: que o filme se baseia mais nos personagens que na trama – o que é bem verdade – e que ele tem um jeito dos filmes de Frank Capra – o que também é correto.
Anoto a resenha do Maltin – corretinha: 3.0 stars out of 4. Beautifully made, sentimental story of prosecutor MacMurray falling in love with shoplifter Stanwyck during Christmas court recess; builds masterfully as it creates a very special mood. Script by Preston Sturges.
Lembra-te Daquela Noite/Remember the Night
De Mitchell Leisen, EUA, 1940.
Com Barbara Stanwyck, Fred MacMurray, Beula Bondi.
Roteiro Preston Sturges
Produção Paramount
P&B, 94 min.
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