Uma maravilha, uma delícia. O Homem Que Queria Ser Rei tem a cara, o jeitão de John Huston, um homem que adorava aventuras, amizades, uma boa cachaça, lugares exóticos, paisagens diferentes, viagens, e, claro, mulheres.
Há momentos no filme em que os mais politicamente corretos, os mais ranhetamente politicamente corretos dirão que exibem uma visão colonialista do mundo, uma visão superior de gente do Primeiro Mundo que não compreende as agruras, as misérias dos países pobres, subdesenvolvidos.
Besteira.
O Homem Que Queria Ser Rei é uma aventura, uma diversão, da maior qualidade. Agora, se se quiser levá-lo a sério, também é possível, sim. E o próprio Huston, um dos autores do roteiro, diz lá, com todas as letras, através de seus personagens centrais, para que não o compreendam mal, não o acusem de etnocentrismo:
– “Culturas diferentes, comportamentos diferentes. Não seja preconceituoso.”
Um filme da safra 1975, uma safra excepcional
Mas acho que coloquei o carro à frente dos bois. Vamos começar do começo.
O Homem Que Queria Ser Rei é de 1975. Um grande ano, por sinal: o ano de Desire, um dos melhores discos de Bob Dylan, de Diamonds & Rust, um dos melhores de Joan Baez, da dupla Jóia e Qualquer Coisa, de Caetano, de A Última Noite de Bóris Grushenko, de Woody Allen, da minha filha.
John Huston estava com 34 anos de carreira como diretor, e a maturidade de um homem de 69 anos extraordinariamente bem vividos. Michael Caine era um experiente garotão de 42 anos, e Sean Connery, aos gloriosos 45 anos de idade, tinha finalmente ficado livre de James Bond, e podia exibir a careca. Às vezes dá a impressão de que ele está orgulhoso por poder exibir a careca, como faria também no ano seguinte, ao lado de Audrey Hepburn, um dos casais mais charmosos da história do cinema, em Robin e Marion, de Richard Lester.
Devem ter se divertido demais, esses três senhores, um americano, um escocês e um inglês, durante as filmagens no Marrocos. Devem ter consumido quantidades absurdas de uísque.
O filme se baseia em uma história de Rudyard Kipling (1865-1938), o poeta, jornalista e escritor inglês nascido e criado na Índia, Prêmio Nobel de Literatura em 1907. E aqui me aproprio de informações da Wikipedia – eu queria mesmo me apropriar de algum texto para não ter que fazer uma sinopse da história.
Então, The Man Who Would Be King é um conto (um tanto grande demais para ser chamado de conto, mas curto o suficiente para não poder ser chamado de romance) de Kipling publicado em 1888, sobre dois aventureiros britânicos que vivem um bom tempo na Índia e acabam indo parar no Kafiristão, uma parte remota do Afeganistão. Levam um carregamento de fuzis; sua intenção é conquistar as graças dos líderes das diversas tribos do lugar, unificá-las e proclamar um dos dois rei do lugar.
Diz a Wikipedia que a história foi inspirada pelas aventuras de James Brooke, um inglês que se tornou o primeiro rajá branco de Sarawak, em Bornéu, e também nas viagens do aventureiro americano Josiah Harlan, que recebeu o título de príncipe de Ghor. A narrativa incorpora ainda diversos elementos de histórias reais de que Kipling tomou conhecimento em seu trabalho como jornalista.
Ninguém trabalha mal sob a direção de John Huston
No roteiro que escreveu juntamente com Gladys Hill, John Huston colocou os dois aventureiros – Daniel Dravot (o papel de Connery) e Peachy Carnehan (o de Caine) – em contato com o próprio Rudyard Kipling, então correspondente do jornal The Northern Star.
Kipling é interpretado por Christopher Plummer, dez anos após o extraordinário sucesso de bilheteria de A Noviça Rebelde/The Sound of Music. Naquele maravilhoso musical de Robert Wise, Plummer estava, me parece, um tanto canastrão. Aqui, está excelente.
Ninguém trabalha mal sob a direção de John Huston, o único realizador que conseguiu dirigir o pai e a filha em papéis premiados com o Oscar: Walter Huston levou a estatueta como melhor ator coadjuvante em O Tesouro de Sierra Madre, de 1948, e Anjelica Huston, o de melhor atriz coadjuvante por A Honra do Poderoso Prizzi, de 1985, o penúltimo filme de John.
(Ele encerraria sua carreira em 1987, com Os Vivos e os Mortos/The Dead, gloriosa adaptação de um dos contos de James Joyce do livro Dublinenses. O texto sobre Os Vivos e os Mortos neste site é um dos três ou quatro que não são meus; meu amigo Sandro Vaia tem uma especial admiração pelo filme, e então pedi a ele que me desse a honra de escrever a resenha.)
Uma figura andrajosa entre na sala em que está Rudyard Kipling
John Huston abre seu filme com imagens de uma cidade da Índia, aquele planeta de outro mundo. (Tenho para mim que o Planeta Terra contém três planetas diferentes: um deles é a China, o outro é a Índia, o outro é o resto.) Não há letreiros identificando os lugares e o ano em que se passa a ação de O Homem Que Queria Ser Rei, mas parece que a ação se inicia em Lahore. (Digo parece porque entendo pouquíssima coisa deste planeta – dos planetas Índia e China, então…) Vejo que Lahore hoje fica na província paquistanesa de Punjab; mas a ação se passa nos últimos anos do século XIX, e o Paquistão só veio a existir depois da independência da Índia, na segunda metade dos anos 1940, com a divisão do subcontinente em dois países.
Imagens de uma cidade da Índia. As ruas superpovoadas, pessoas exercendo seus ofícios, os tipos estranhos fazendo como que apresentações circenses na expectativa de alguns centavos – um amestrador de serpentes, um sujeito que bota escorpiões na boca.
Não há palavras. São cenas de uma cultura completamente diferente de qualquer outra, apenas isso.
Surgem os créditos iniciais, e, depois deles, estamos na sucursal do The Northern Star naquela cidade. Rudyard Kipling, após as horas como jornalista, está escrevendo seus próprios textos de ficção. Chega uma figura andrajosa, com a aparência de um mendigo muito doente. Kipling não reconhece a pessoa. O sujeito pede uma bebida. Atônito, sem saber o que fazer, Kipling oferece um trago.
O espectador mais atento reconhecerá não o rosto, mas a voz – inconfundível – de Michael Caine.
E então, depois de algum tempo, cai a ficha na memória de Kipling: aquele mendigo andrajoso e doente é Peachy Carnehan.
Peachy-Michael Caine confirma: sim, é ele mesmo. “Faz três verões e alguns milhares de anos que nos vimos pela última vez, aqui mesmo.”
E então ele conta para um estupefato Kipling – e para o espectador – o que aconteceu com ele nesses três últimos anos que parecem alguns milhares.
O líder tribal oferece as filhas. Como os ingleses recusam, ele oferece os filhos
A primeira tribo que os dois aventureiros encontram no Kafiristão, depois de uma epopéia para atravessar altíssimas e geladas cordilheiras, é chefiada por um tipo asqueroso chamado Ootah (Doghmi Larbi). No povoado de Ootah está Billy Fish (Saeed Jaffrey), um indiano que no passado pertenceu ao Exército inglês.
Billy Fish será fundamental para a narrativa – e para a vida dos aventureiros Danny e Peachy: ele será o intérprete dos dois, a voz dos dois para os nativos. Sem ele não haveria diálogo entre os ingleses e as pessoas das diversas tribos do Kafiristão – não haveria história, não haveria filme.
Danny e Peachy atacam e matam homens de uma tribo rival, e com isso conquistam a afeição do chefe Ootah. Ootah, então, oferece comida, bebida e mulheres aos dois forasteiros.
Acontece que Danny e Peachy haviam assinado um contrato, na presença de Rudyard Kipling, no qual se comprometiam a não beber nem ter aventuras com mulheres, até que conseguissem o objetivo de transformar Danny em rei. A idéia era que álcool e mulheres poderiam ser motivos de disputas entre eles, e os dois queriam permanecer unidos, sem cizânia, até a obtenção de seu objetivo maior.
Danny, então, pede a Billy Fish que explique a Ootah que eles não estão podendo beber.
Já que não podem beber, que escolham algumas entre aquelas mulheres que dançam em sua homenagem. É então que se dá o diálogo fantástico.
Billy Fish: – “Ootah diz para vocês fazerem sua escolha. Ele tem 23 filhas.”
Danny: – “Essas são filhas dele? Mas que miserável vagabundo!”
Peachy: – “Epa, Danny. Diferentes países, diferentes costumes. Ele está apenas sendo hospitaleiro de acordo com seus modos. Billy, diga a ele que todas são belas e nós não conseguimos escolher.”
Billy traduz para Ootah, e então explica para os dois ingleses: – “Ootah diz que ele também tem 20 filhos, se vocês gostarem de garotos.”
Peachy, enfurecido: – “Diga a ele que ele me dá nojo. Diga a ele!”
E Danny: – “Calma, Peachy. Diferentes países, diferentes costumes. (Para Billy: ) Diga a ele que nós fizemos um juramento de não ter mulheres até que todos os nossos inimigos sejam destruídos.”
Uma seqüência para figurar no panteão dos mais virulentos ataques ao militarismo
Pouco depois desse diálogo, os ingleses Danny e Peachy passam a treinar os homens de Ootah – que até então nunca haviam visto uma arma de fogo – na arte da guerra, segundo os costumes ingleses.
O cinema tem longa tradição de obras pacifistas e anti-militaristas. Uma das seqüências mais desavergonhadamente, mais virulentamente anti-militarista de que me lembro foi feita por Milos Forman, em Hair, e para fazê-la o imigrante checo contou com a participação especial de Nicholas Ray, o grande realizador de Juventude Transviada/Rebel Without a Cause e Johnny Guitar, entre outras maravilhas.
Em uma de suas raríssimas aparições como ator, Nicholas Ray interpreta, em Hair, um general, que vai fazer um discurso à tropa perfilada diante dele. Algum hippie, algum drogadão consegue botar uma música nos alto-falantes do campo militar – e o general não consegue iniciar seu discurso. Sargentos e cabos, atendendo a uma ordem dada silenciosamente pelo general, começam a atirar em todos os alto-falantes.
É uma beleza de sequência, de um sarcasmo violentíssimo.
John Huston faz uma seqüência em O Homem Que Queria Ser Rei que merece estar ao lado daquela de Hair no panteão dos mais virulentos ataques ao militarismo.
Danny e Peachy estão ensinando a arte da guerra à moda civilizada para aqueles bárbaros de uma tribo perdida no Kafiristão. Enquanto ensinam aos futuros soldados como se perfilar, como pegar um fuzil, como atirar, Danny-Sean Connery vai dizendo, aos berros, com aquela voz inimitável do grande ator escocês, o seguinte:
– “Agora prestem atenção, seus imprestáveis. Nós vamos ensinar a vocês a ocupação mais nobre do mundo: a militar. Vocês aprenderão a trucidar seus inimigos como homens civilizados! Mas primeiro aprenderão a marcar o passo e a administrar as armas sem ter que pensar. Os bons soldados não pensam – só obedecem. Se um homem pensasse duas vezes, morreria por sua rainha, seu país? Porra nenhuma. Nem iria para o campo de batalha. Só de ver as caras de idiotas de vocês, sei que vocês serão uma tropa formidável.”
Huston dedica um capítulo inteiro de sua autobiografia ao filme
John Huston dedica ao filme um capítulo inteiro de sua fascinante autobiografia, Um Livro Aberto, publicada originalmente em 1980 e editada no Brasil pela gaúcha L&PM. A vontade que dá é de digitar o capítulo inteiro e transcrever aqui – o que, obviamente, daria uma trabalheira do cão.
No início do capítulo 32, em que fala da série de filmes que fez entre 1968 e 1973 que foram “absolutos fracassos”, Huston escreve: “Muitas vezes me perguntam o que há por trás da minha escolha de material, querendo insinuar que tenho alguma mensagem especial a transmitir. Não tenho, não. Quando faço um filme, é simplesmente porque acredito que vale a pena contar aquela história.”
O capítulo 34, o dedicado a O Homem Que Queria Ser Rei, abre assim: “Leio Kipling desde criança. Já decorei quilômetros de seus poemas, tão variados”.
Com seu texto gostoso, solto, à vontade, Huston conta que começou a pensar em fazer um filme a partir da história de Kipling ainda em 1952. Em 1955, ele passou uma temporada na Índia, caçando tigres no sopé do Himalaia e conhecendo um pouco daquele país gigantesco; na mesma viagem, conheceu também o Afeganistão, onde fica o Kafiristão descrito por Kipling (e que hoje é conhecido como Nuristão).
“Durante todos os anos e viagens subsequentes à Índia, ao Afeganistão e ao Paquistão, nunca desisti da idéia de filmar O Homem Que Queria Ser Rei. Em determinada ocasião consegui que Aeneas MacKenzie – o mesmo MacKenzie que tinha trabalhado comigo em Juarez em 1939 – escrevesse um roteiro, que depois Steve Grimes e Tony Veiller aproveitaram bastante. Cheguei a pensar em pôr (Humphrey) Bogart e (Clark) Gable nos papéis principais e os dois concordaram. Mas na hora em que íamos iniciar a produção, Bogie ficou doente e morreu. Arquivei o projeto. Em 1960 Gable voltou de novo ao assunto, na esperança de dar andamento aos nossos planos depois de aprontar Os Desajustados. Eu já andava à procura de outro ator para contracenar com ele quando Gable morreu. E lá se foi tudo, mais uma vez, para a gaveta.”
Em 1973, depois que terminou de fazer O Emissário de Mackintosh, um filme de que não tem qualquer boa lembrança, com o produtor John Foreman e Paul Newman como protagonista, a idéia de fazer o filme voltou à baila. “No nosso triplo arrependimento por causa de O Emissário de Mackintosh, John, Paul e eu estávamos ansiosos para fazer alguma coisa de que depois nos pudéssemos orgulhar.”
E então Huston e Gladys Hill viajaram para uma temporada em Cuernavaca, no México, onde escreveram o roteiro – aproveitando uma série de coisas do roteiro anterior que havia sido abandonado. Huston diz que esse roteiro final procurou ser mais fiel à história original de Kipling; nele estão os temas do conto, aos quais foram acrescentadas passagens inventadas pela dupla, mas sempre procurando “o tom, o sentimento e o espírito imanentes no conto original”.
“Gosto tanto desse roteiro que não vacilo em colocá-lo entre os melhores que já escrevi até hoje.”
E aí Huston relata um episódio que é tão sensacional que parece ter sido inventado por ele.
Trabalho pronto, Huston mandou o roteiro para Paul Newman. Ele adorou. Chegou-se a falar que o outro papel principal poderia ser de Robert Redford – os dois tinham feito juntos Butch Cassidy and the Sundance Kid, de 1963, e Golpe de Mestre/The Sting, de 1973. Mas aí Paul Newman fez ver que os dois papéis deveriam ser feitos por atores britânicos – e ele mesmo sugeriu Sean Connery e Michael Caine!
A autobiografia transcreve a frase de Paul Newman:
“Pelo amor de Deus, John, pega o Connery e o Caine!”
Na última hora, escolheram para o papel feminino a mulher de Michael Caine
John Huston conta longamente detalhes sobre o processo de arrecadação de dinheiro para financiar a produção, e depois sobre a escolha dos locais de filmagem. Filmar no próprio Kafiristão, lugar ainda completamente fechado para os estrangeiros, era impossível. Chegaram a negociar com autoridades da Turquia, mas tiveram que abandonar a idéia, e acabaram optando por fazer as filmagens no Marrocos – onde a produção teve que dar propina a diversas pequenas autoridades para facilitar os trabalhos.
Segundo o relato de Huston, Sean Connery e Michael Caine ensaiavam sozinhos muitas das cenas em que os dois aparecem juntos – bem, em boa parte do filme os dois aparecem juntos. “Prepararam cada uma de antemão, com tal perfeição, que eu tinha apenas que escolher a melhor maneira de filmá-la. Parecia até que estava assistindo a um número de vaudeville que viesse sendo repetido há anos – tudo funcionando como o mecanismo de um relógio, em cima da deixa e com ritmo impecável.”
Lá pelas tantas, na história de Kipling recriada por Huston e Gladys Hill, surge uma moça chamada Roxanne, de extraordinária beleza, por quem o personagem de Connery, Danny, perde a cabeça. Huston conta que a princípio imaginava uma Roxanne loura de olhos azuis: “Volta e meia se vêem moças assim no Kafiristão – o cenário da história de Kipling -, que se supõe que sejam descendentes dos soldados de Alexandre Magno.”
“Mas no Marrocos não existe gente branca e percebi logo que precisava mudar de idéia e me conformar com uma beldade morena. A mulher de Michael Caine, indiana, preenchia todos os requisitos. Perguntei se não daria para ela fazer o papel e Mike concordou, meio relutante. Disse que ela não sabia representar. Os dois, aliás, garantiram que ela não possuía o menor talento como atriz. Mas isso, enfim, não era fundamental, exceto talvez na última cena do filme, quando apavorada ela dá uma mordida em Dravot. Quando chegou a hora de rodá-la, descobri que Mike e Shakira haviam sido absolutamente francos: ela não conseguia fingir medo – estava muito habituada a ser sincera para poder dissimular. Resolvi o problema fazendo-a revirar os olhos, deixando apenas o branco à mostra. Parecia drogada, prestes a desmaiar, completamente desatinada. Funcionou que foi uma maravilha.”
A sra. Michael Caine não sabe mesmo representar. Mas que mulher linda!
Que absoluta figura, John Huston!
Há dois erros no delicioso parágrafo de sua autobiografia que transcrevi logo acima. Essa cena em que a personagem Roxanne dá uma mordida em Danny Dravot não é a última do filme. E Shakira Caine não é indiana. Pode até ser descendentes de indianos, mas nasceu na Guiana, a antiga Guiana Inglesa.
Era, de fato, uma beldade, uma coisa impressionante. Michael Caine e ela se casaram em 1973, tiveram um filho e estão casados até hoje. Na internet há dezenas de fotos do casal, várias delas em pré-estréias dos filmes com o ator.
O Homem Que Queria Ser Rei é, repito, para encerrar, uma beleza, uma maravilha de filme. Não tem nada de imperialista, de colonialista, de etnocentrista. Mesmo que tivesse, ainda assim seria um grande filme – mas não tem nada disso.
Muito ao contrário. É um filme anti-militarista, como já ficou demonstrado na transcrição daquela fala violenta de Sean Connery.
Como muita coisa que Rudyard Kipling escreveu, é um conto moral – contra as guerras, e, sobretudo, contra a cobiça.
Um grande filme.
Anotação em dezembro de 2012
O Homem Que Queria Ser Rei/The Man Who Would Be King
De John Huston, Inglaterra-EUA, 1975.
Com Sean Connery (Daniel Dravot), Michael Caine (Peachy Carnehan),
e Christopher Plummer (Rudyard Kipling), Saeed Jaffrey (Billy Fish), Karroum Ben Bouih (Kafu-Selim), Jack May (comissário), Doghmi Larbi (Ootah), Shakira Caine (Roxanne), Mohammed Shamsi (Babu)
Roteiro John Huston e Gladys Hill
Baseado em conto de Rudyard Kipling
Fotografia Oswald Morris
Música Maurice Jarre
Montagem Russell Lloyd
Figurinos Edith Head
Produção John Foreman, Columbia Pictures, Allied Artists Pictures. DVD New Line Home Video.
Cor, 129 min
***1/2
John Huston era um tiozinho supimpa!!!
Hum… Supimpa, é verdade. Mas por que tiozinho?
Um abraço, Senhorita!
Sérgio
“Tiozinho” é carinhoso, penso assim provavelmente por que ele era pai da Anjelica…
Dois abraços, Sérgio!!! :]
Como vc disse, uma delícia de filme. E agradeçamos a Paul Newman por haver sugerido esses dois impressionantes atores.Na lista de
meus Huston favoritos, está atrás, pela ordem, de “O Tesouro de Sierra Madre”, “Reliquia Macabra”, O Segredo das Jóias”, “Cidade das Ilusões” – não será esse o meu predileto? – “Paixões em Fúria”, “Moulin Rouge” e “Os vivos e os Mortos”, o que não é pouco, pois está à frente de “Uma aventura na África”, “Os Desajustados”, “A Honra do Poderoso Prizzi”, “Moby Dick”, “O pecado de todos nós”, etc. Para mim, mais do que o grande diretor da cobiça, Huston é o diretor do “looser” que sonha em vencer, mas sucumbe diante do irreversível destino de derrotado.
Talvez, mesmo inconscientemente, seja o maior crítico no cinema da sociedade neo liberal capitalista.