Achei muito ruim, mas muito ruim demais este As Idades do Amor, no original Manuale d’am3re, de Giovanni Veronesi. São três episódios que pretendem mostrar o amor na juventude, na idade madura e na terceira idade. As histórias são todas ruins, bobas, inconsistentes, desinteressantes – e os atores, na sua quase totalidade, estão abaixo do péssimo.
Há gente bonita, extremamente bonita, na tela – e essa talvez seja a única coisa positiva que tenha este filme.
No primeiro episódio, o da juventude, Roberto (Riccardo Scamarcio, ator de fina estampa que trabalhou no ótimo O Primeiro que Disse/Mine Vaganti) é um jovem advogado que diz ter dois projetos na vida: casar com a namorada, Sara (interpretada por Valeria Solarino, moça de beleza estrondosa), e tornar-se um grande profissional. Sara tem dúvidas se quer casar já. Roberto é enviado numa missão profissional para um pequeno povoado na Toscana, e vai conhecer uma loura deslumbrante, Micol (Laura Chiatti), de comportamento bizarro.
Nesse episódio, o diretor Veronesi tenta – seguramente para seguir a longa tradição socialista do cinema italiano – estabelecer, numa trama paralela, um episódio da luta de classes, envolvendo uma família pobre de um lado e uma milionária corporação de outro. Nada funciona – nem a denúncia social, nem o namoro do moço com a moça e muito menos a história do moço com a loura esquisita.
O segundo episódio é deprimentemente horroroso. Trata de um apresentador de TV de meia-idade, Fabio (Carlo Verdone, que merece a Framboesa de Ouro especial de pior desempenho em um filme italiano nos últimos 110 anos), que tem um encontro tipo atração fatal com uma louca desvairada (Donatella Finocchiaro).
Este episódio é daquele tipo de coisa lastimável, lamentável, que transforma em grandes atores aquelas pessoas formadas na Academia Global de Artes Cênicas BBB.
No terceiro episódio há Robert De Niro e Monica Bellucci, e então as coisas melhoram – mas só um pouquinho. É interessante ver De Niro falar em italiano, a língua de seus antepassados. Ele faz um professor de história americano que, depois de um transplante de coração e um divórcio, aposentou-se e foi morar em Roma. Tornou-se amigo do zelador do velho prédio em que mora, Augusto (Michele Placido). Chega de volta, após dez anos em Paris, a filha de Augusto, Viola – a deusa Bellucci.
A história é bocó, não se sustenta de pé, mas ao menos na tela estão De Niro e La Bellucci.
Uma gigantesca porcaria, que, como tal, não merece que eu perca mais o meu tempo – nem o eventual leitor. Uma micro-anotação para filme de importância zero.
Anotação em setembro de 2012
As Idades do Amor/Manuale d’amore 3
De Giovanni Veronesi, Itália, 2011.
Com Riccardo Scamarcio (Roberto), Valeria Solarino (Sara), Laura Chiatti (Micol) (episódio Juventude);
Carlo Verdone (Fabio), Donatella Finocchiaro (Eliana) (episódio Maturidade);
Robert De Niro (Adrian), Monica Bellucci (Viola), Michele Placido (Augusto) (episódio Além).
Roteiro Ugo Chiti e Giovanni Veronesi
Fotografia Giovanni Canevari
Produção Filmauro. DVD Califórnia Filmes.
Cor, 125 min
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Sérgio, as suas críticas dos piores filmes são as melhores!
Claudia, pior é que é verdade. Acho que ele sente um prazer especial em achincalhar essas tralhas que às vezes assiste…
Pô, André, não é prazer de achincalhar… É para desopilar o fígado…
Um abraço.
Sérgio
Cara, um amigo meu, também chamado Sérgio, me pediu pra baixar esse filme pra ele… constatei que o filme é tão ruim, que é até quase impossível achar um torrent dele pra baixar… acabei parando aqui nessa página por acaso e ri demais lendo essa crítica… se eu não encontrar pra baixar, vou falar pra ele que nem valia a pena mesmo hahahah
Olá, Bruno!
Que delícia que meu texto fez você rir.
O filme de fato é um porre.
Obrigado pelo comentário gostoso, bem-humorado!
Um abraço.
Sérgio