Nanny McPhee – A Babá Encantada / Nanny McPhee

3.0 out of 5.0 stars

Nanny McPhee – A Babá Encantada é tudo que um filme para toda a família precisa ser: engraçado, gostoso, alegre, imaginativo, mágico. Filme para crianças e jovens que também agrada aos adultos, porque é feito com inteligência e talento.

O cinema inglês é assim: faz qualquer gênero com inteligência e talento.

E que elenco! Um elenco de superprodução – Colin Firth, Emma Thompson, Imelda Staunton (as duas repetindo a parceria de Razão e Sensibilidade de 1995, Muito Barulho por Nada e Para o Resto de Nossas Vidas), a gracinha da Kelly Macdonald e, em participações especiais, os veteraníssimos Derek Jacobi e Angela Lansbury.

A história se baseia em personagens de uma série de livros infanto-juvenis escritos por Christianna Brand, Nurse Matilda. Quem escreveu o roteiro foi Emma Thompson, essa atriz maravilhosa, esplendorosa, que ganhou um Oscar pelo roteiro de Razão e Sensibilidade, dirigido por Ang Lee. O nome da personagem central foi trocado de Matilda para McPhee.

A história é assim: o senhor Brown (o papel de Colin Firth), dono de uma agência funerária numa pequena cidadezinha do interior da Inglaterra, ficou viúvo, e tem sete filhos, uma escadinha, que começa com Simon (Thomas Sangster, o garoto de Simplesmente Amor), aí de uns 14 anos, e vai até Aggie, um bebê fofo de menos de um ano de idade. São, todos eles, umas pestes, impossíveis, pequenos demoninhos.

Quando a ação começa, os pentelhinhos estão acabando de esgotar a paciência da 17ª babá contratada pelo pobre Brown após a perda da mulher. Conseguiram a proeza dizendo que estavam comendo o bebê Aggie.

Na casa trabalham duas empregadas. Há a moça dos serviços gerais, Evangeline, uma gracinha de garota, que, na primeira sequência em que aparece, já demonstra que tem uma imensa admiração pelo patrão; e a cozinheira Mrs. Blatherwick, que só trabalha na casa porque tem um contrato assinado pelo patrão garantindo que os meninos não podem entrar na cozinha.

Evangeline é interpretada pela bela jovem escocesa Kelly Macdonald. E Mrs. Blatgherwick é feita por Imelda Staunton, protagonista do extraordinário O Segredo de Vera Drake, de Mike Leigh, entre muitos outros bons filmes.

Mas Brown não é rico. Na verdade, ele só consegue manter a casa, alimentar os sete filhos, pagar as duas empregadas mais a babá porque recebe uma pensão da tia, Adelaide (o papel de Angela Lansbury), mulher tão rica quanto autoritária. A Tia Adelaide quer que Brown se case de novo, para que a garotada volte a ter uma presença feminina dirigindo a casa. Ou Brown se casa de novo, ou ela cortará a pensão que dá a ele.

A única mulher disponível para casamento na região, segundo Brown, é uma tal de Mrs. Quickly (o papel Celia Imrie, exagerada, impagável, de aparência cuidadosamente horrorosa), trombolho que já levou três maridos para o cemitério. Claro que a Brown não ocorre o óbvio que ocorre para qualquer espectador: se é para casar de novo, a solução está ali diante dele – a bela e doce Evangeline.

Cai do céu a babá McPhee – uma Emma Thompson tornada feia como a fome

Livres da 17ª babá consecutiva, os pentelhinhos fazem o que o contrato assinado pelo pai proibia: entram na cozinha, amarram a pobre Mrs. Blatgherwick e promovem a maior, mais total, mais absoluta zorra lá dentro.

É quando cai do céu a babá McPhee – o papel de Emma Thompson.

A babá McPhee é feia que nem a fome. Parece uma bruxa de história em quadrinhos. Tem duas imensas verrugas no rosto, um nariz gigantesco e apavorante, e um dentão que sai para fora de sua boca fechada.

O trabalho da equipe de maquiagem para tornar horrorosa a bela Emma Thompson merecia um Oscar, um Bafta, seja o que for.

Fada tem varinha de condão. A babá McPhee é uma fada com cara de bruxa, e então sua varinha de condão é um cajado.

A única coisa que falta neste delicioso filme é imprevisibilidade

Ótimos atores, personagens interessantes, boas situações engraçadas, muita traquinagem dos garotos, piadas legais, efeitos especiais de primeira, trilha sonora idem, assinada por um mestre, Patrick Doyle.

A única coisa que está em falta em Nanny McPhee é imprevisibilidade. Tudo se encaminha direitinho para o final que qualquer um pode prever. Mas não faz mal nenhum.

O diretor Kirk Jones é experiente – e bom de serviço. É do tipo que faz poucos filmes. Estreou em 1998 com A Fortuna de Ned/Waking Ned Devine, uma comédia absolutamente deliciosa passada num pequenino vilarejo da Irlanda. Este aqui foi seu segundo filme. E depois fez, nos Estados Unidos, Estão Todos Bem/Everybody’s Fine, de 2009, refilmagem de Estamos Todos Bem/Stanno Tutti Bene, de Giuseppe Tornatore.

O filme teve uma seqüência, feita em 2010, Nanny McPhee e as Lições Mágicas/Nanny McPhee and the Big Bang, também com roteiro de Emma Thompson e ela mesma no papel da fada babá.

Nanny McPhee é uma delícia de programa para pais ou avós com os filhos. Não é, no entanto, desaconselhável para adultos desacompanhados de pimpolhos, bagunceiros ou não: Mary e eu nos divertimos bastante.

Anotação em março de 2012

Nanny McPhee – A Babá Encantada/Nanny McPhee

De Kirk Jones, Inglaterra-EUA-França, 2005

Com Emma Thompson (Nanny McPhee), Colin Firth (Mr. Brown), Kelly Macdonald (Evangeline), Imelda Staunton (Mrs. Blatherwick), Angela Lansbury (Tia Adelaide), Celia Imrie (Mrs. Quickly), Elizabeth Berrington (Letitia), Derek Jacobi (Mr. Wheen), Patrick Barlow (Mr. Jowls), Adam Godley (o vigário)

e as crianças Thomas Sangster (Simon), Eliza Bennett (Tora), Jennifer Rae Daykin (Lily), Raphaël Coleman (Eric), Samuel Honywood (Sebastian), Holly Gibbs (Christianna), Hebe e Zommoa Barnes (bebê Agatha)

Roteiro Emma Thompson

Baseado nos livros Nurse Matilda, de Christianna Brand

Fotografia Henry Braham

Música Patrick Doyle

Cor, 97 min

Produção Universal Pictures, StudioCanal, Metro-Goldwyn-Mayer, Working Title Films.

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