O Anjo das Ruas / Street Angel

Nota: ★★★☆

(Disponível no YouTube, em 8/2023.)

O Anjo das Ruas, produção de 1928, quase um século atrás, pode causar estranheza entre as audiências mais jovens, e até surpreender pessoas que já deixaram bem para trás a juventude. Mas, independentemente da época em que foi feito, é um belo filme, forte, interessante, fascinante.

Qualquer pessoa que ame o cinema seguramente fica encantado com a fotografia, a direção de arte, o belíssimo uso de sombras nas paredes, as longas e bem elaboradíssimas tomadas em travelling mostrando dezenas e dezenas de figurantes nas ruas totalmente estilizadas, artificiais, de uma Nápoles que jamais existiu.

Sim, o filme, uma produção de Hollywood, se passa em Nápoles, Sul da Itália, e seus arredores.

Há diversos filmes antigos que são hoje mais propriamente belas peças de museu que belos filmes. Não é, em absoluto, o caso de Street Angel, que é bom cinema – e tem também, secundariamente, fascinantes características de peças raras.

Talvez a mais faiscante de todas suas características hoje seja o fato de que este é o filme que deu a Janet Gaynor o primeiro Oscar da categoria de melhor atriz. O primeirão de todos!

É também o único filme americano a receber indicações ao Oscar em dois anos diferentes, como aponta o IMDb. A indicação de Janet Gaynor veio em 1928, e as nas categorias de melhor fotografia (para Ernest G. Palmer) e melhor direção de arte (para Harry Oliver), em 1929. Isso aconteceu com alguns poucos filmes estrangeiros, registra o IMDb, mas, com filmes americanos, só com Street Angel, e com nenhum outro.

É ainda um filme ao mesmo tempo mudo e sonoro.

Vou falar mais desses pontos, mas antes é preciso registrar uma sinopse. Transcrevo a do IMDb, que me pareceu ótima, e em seguida o verbete do guia de Leonad Maltin, que faz bom resumo da trama e dá uma correta avaliação da importância da obra do diretor Frank Borzage.

Do IMDb: “Uma mulher que foge da Lei vê seu passado a envolvendo exatamente no momento em que está à beira da grande felicidade”.

Diacho! Que belo resumo. Meu, que inveja de quem tem esse poder de síntese. Isso aí de fato sintetiza o cerne da trama.

Do Leonald Maltin, que dá ao filme 3 estrelas em 4: “Garota italiana fugindo da polícia se une a um circo e se apaixona por um jovem pintor que encontra nela sua inspiração. Sequência do sucesso de Seventh Heaven e na verdade muito melhor: um filme mudo delicado, belamente fotografado. Gaynor ganhou o Oscar de melhor atriz (dividido com suas atuações em Seventh Heaven e Sunrise).”

O detalhe é interessantíssimo. Janet Gaynor ganhou o primeiro Oscar de melhor atriz não apenas por este O Anjo das Ruas, mas também por Sétimo Céu e Aurora, estes dois lançados um ano antes, em 1927, exatamente o ano em que o cinema começou a falar. Creio que este é também um caso absolutamente único – um Oscar de melhor atriz ou ator por um conjunto de três filmes.

Os fatos envolvendo o filme e o então bebezinho Oscar são fascinantes – mas é melhor deixar para falar deles mais tarde.

Angela é presa “por roubo, enquanto se oferecia nas ruas”

Dois profissionais assinam o roteiro de Street Angel – Philip Klein e Henry Roberts Symonds –, com base na peça teatral Cristilinda, lançada dois anos antes, em 1926, pelo dramaturgo irlandês Monckton Hoffe (1880–1951). Hoffe foi também ator e roteirista – assinou 36 roteiros, inclusive de As Três Noites de Eva/The Lady Eve (1941), de Preston Surges, que teve uma indicação ao Oscar.

Não dá para saber o quanto o roteiro do filme foi fiel à peça, mas a trama do filme gira em torno de Angela, moça pobre de Nápoles que, desesperada por não ter dinheiro para comprar remédio para a mãe doente, tenta imitar as prostitutas que vê nas ruas, e chega a se oferecer a alguns homens, sem conseguir atrai-los. Ao ver um sujeito com a carteira recheada pagando uma conta, Angela tenta pegar algumas notas, é presa e condenada roubo após “se oferecer nas ruas”.

Prestei atenção aos termos usados nas legendas originais – aqueles letreiros que surgem nos filmes mudos, no lugar dos diálogos que o cinema não sabia ainda como gravar e reproduzir. – “For robbery, while soliciting in the streets”, diz o juiz a quem o policial que a prendeu em flagrante a apresenta.

“Soliciting in the streets”. É a segunda acepção do verbo to solicit, no Dictionary of English Language and Culture da Longman, depois do primeiro, o óbvio, pedir, solicitar dinheiro, um favor, uma ajuda. Está lá: “(especialmente para mulheres) se oferecer por sexo mediante pagamento; anunciar-se como prostituta”.

Ao ser levada para a prisão, Angela consegue fugir. Em casa, encontra a mãe morta. Avistada pela polícia, consegue escapar, com a ajuda de Mascetto, o dono de um circo (o papel de Henry Armetta), que a esconde.

Quando estamos com uns 15 dos 102 minutos do filme, Angela já se transformou uma das principais atrações do circo mambembe de Mascetto. E é nessa altura também que surge na história Gino (Charles Farrell), um jovem e belo pintor, que bate o olho em Angela, se apaixona – e se junta imediatamente à trupe liderada por Mascetto.

O terceiro ato é um grande, imenso melodrama

É interessante notar que a história de Angela é contada em atos, como em uma peça teatral – e o filme não esconde sua origem teatral ao apresentar para o espectador climas bem díspares ao longo de seus 102 minutos.

Aquele começo que relatei é sem dúvida alguma dramático, pesado, duro – uma mulher pobre que se dispõe a se prostituir para comprar remédio para a mãe, é presa, perde a mãe e se torna uma fugitiva.

A partir aí mais ou menos dos 15 minutos, o filme passa a ter um ar bem mais leve, mais suave, com o aparecimento desse Guido, o amor que até Maria, a cartomante do circo, havia previsto que chegaria.

A princípio, Angela se recusa a admitir a possibilidade de um romance. Não quer saber de nada daquilo – mas o espectador está cansado de saber que em algum momento aquela dureza toda vai se derreter, aquela cara fechada vai se abrir.

Essa espécie assim de segundo ato é leve, quase leviana. Como um segundo movimento de concerto, que vem ralentado, mais suave, mais calmo que o anterior e o que virá a seguir.

Lá pelas tantas, Mary chegou a comentar: – “Está faltando o drama”.

O drama vem – e, diacho, vem pesado, carregado, duríssimo.

Muita gente poderá reclamar que é melodramático demais essa espécie assim de terceiro ato.

É, sim, um baita melodrama.

Essa é uma das muitas, muitas, muitas características que me fascinam nos filmes da época de ouro de Hollywood: eles não tinham vergonha de ser melodramáticos.

Igualinho que nem a tal da vida, essa danada, cette chienne, como diz a canção irreverente de Coralie Clément. Essa cadela dessa tal de vida, que, quando resolve virar melodrama, não tem qualquer tipo de escrúpulo.

O diretor Borzage foi “o poeta de um amor precário”

Adorei ler no Cinemania, assim que terminamos de ver o filme, o que diz a Katz’s Film Encyclopedia sobre o diretor Frank Borzage (1893- 1962): “Juntamente com Clarence Brown, Borzage foi o grande romântico de Hollywood, um sentimentalista ousado que contou algumas das mais belas histórias de amor das telas com uma ternura calorosa, lírica. Foi o pioneiro no uso do foco suave, e a fotografia de seus filmes, combinada com um movimento fluido, carinhoso da câmara, dava a seus amantes uma auréola que contrastava agudamente com o mundo egoísta, insensível ao redor deles. Deixado de lado por alguns historiadores como um ‘sentimentalista jovial’, Borzage foi um dos mais originais artistas de Hollywood e um dos mais consistentes em seu estilo.”

Que beleza de percepção!

“Uma auréola que contrastava agudamente com o mundo egoísta, insensível ao redor deles.” É a mais perfeita definição que poderia haver para a forma com que são apresentados os amantes da história, estes felizes e depois trágicos Angela e Guido.

Da mesma forma com que Janet Gaynor foi a primeira atriz a levar para casa um Oscar, Frank Borzage foi o primeiro diretor a carregar a estatueta para casa, na mesma primeira cerimônia de entrega do prêmio, em 16 de maio de 1929 – só que por outro filme, o já citado Sétimo Céu/Seventh Heaven, de 1927.

O detalhe delicioso é que o par central de atores dos dois filmes era o mesmo, Janet Gaynor e Charles Farrell, razão pela qual Leonard Maltin diz que este Street Angel é uma “sequência do sucesso de Seventh Heaven”.

Borzage foi, segundo o professor e crítico Henri Agel (1911-2008), citado por Jean Tulard em seu Dicionário de Cinema – Os Diretores, “o poeta de um amor precário, ameaçado por um mundo sórdido e brutal”.

Mais uma beleza de percepção. O amor da Angela de Janet Gaynor e Guido de Charles Farrell é exatamente isso: precário, ameaçado por um mundo sórdido e brutal.

Janet Gaynor foi a segunda “namoradinha da América”

Janet Gaynor e Charles Farrell formam, em O Anjo das Ruas, um casal simpático, que conquista inapelavelmente o espectador. Ela parece pequenina perto dele, ele parece muito altão junto dela. Confiro agora no IMDb que ela era mesmo baixinha, com 1 metro e 52, enquanto ele tinha 1 e 88.

Borzage e seu diretor de fotografia Ernest G. Palmer – ele também o primeiro oscarizado de sua categoria – souberam tirar proveito dessa grande diferença de estatura dos dois atores principais do filme. Em diversas sequências, a distância entre os rostos dos dois atores é realçada.

Sétimo Céu e O Anjo das Ruas foram apenas dois dos 12 filmes em que trabalharam juntos Janet Gaynor e Charles Farrell. Doze filmes, meu! É muita coisa! Ficaram conhecidos como “America’s Favorite Lovebirds”.

Janet Gaynor (1906-1984) foi, no início dos anos 30, a “namoradinha da América”, a segunda atriz a ter esse título, essa alcunha, depois da pioneira Mary Pickford, a grande estrela das duas primeiras décadas do século XX, que, juntamente com os monstros sagrados Charles Chaplin, Douglas Fairbanks e D.W. Griffith, criou a United Artists. Janet Gaynor inclusive fez refilmagens de sucessos de Mary Pickford.

Há registros de que, a rigor, a rigor, Janet Gaynor não era assim propriamente uma boa atriz.

Pois é. Mas, na minha opinião, a interpretação da moça neste O Anjo das Ruas é extraordinária. É impressionante a vastidão de emoções que o rosto dela consegue exprimir.

Na sequência final, meu Deus do céu e também da Terra! A gente vê no rosto daquela atriz a passagem de Angela das profundezas do inferno para uma certa esperança, avançando depois, aos poucos, para a tal da morada da felicidade.

Meu, que maravilha!

“Ah, mas esse filme não é da minha época!”

Ver pela primeira vez em 2023 este filme lançado em 1928, provocou em mim diferentes emoções.

Chegamos a ele por acaso. Eu queria, mais uma vez, ver um filme da época de ouro de Hollywood, e Mary tem desenvolvido um especial talento em pescar pérolas no oceano infindável que é o YouTube. Ela me apresentou a opção; o título O Anjo das Ruas não me dizia nada, ao contrário, é claro, dos nomes de Frank Borzage e Janet Gaynor. E o ano de 1928 também era interessante: epa, já na era dos talkies, os falados, os sonoros. Então resolvemos ver.

Confesso que fiquei decepcionado logo de início ao perceber que, apesar de ter sido lançado um ano depois do ano inicial do cinema sonoro, o filme era mudo.

Sou velho, sou cinéfilo há um monte de décadas, sou quase da época do cinema mudo – filmes mudos não são novidade alguma para mim. Apesar disso, fiquei um pouco de pé atrás. Mais ainda: me preocupei com a Mary. Ela gosta de cinema, e portanto gosta de clássicos, de velharias, mas não tem (como várias vezes diz para mim) a mesma paciência que eu para filmes que só têm valor histórico. Afinal (como costuma repetir), ela não tem site de filmes.

Então fiquei um pouco de pé atrás, e até perguntei se ela queria continuar vendo o filme. Ela queria.

O pé atrás foi sendo esquecido. Não poderia ser diferente: Street Angel é um belo filme.

Mas confesso que achei uma coincidência sensacional ler, no dia seguinte àquele em que vimos o filme, 12 de agosto, a seguinte frase em artigo de Leandro Karnal no Estadão:

“Quando falo com jovens e cito um filme, eles me dizem, invariavelmente: ‘Não é da minha época!’.”

Fantástica coincidência!

De fato, parte dos jovens tem essa noção idiota de que o mundo começou no dia em que eles nasceram. Assim como muita gente acha que o cinema começou com Quentin Tarantino. Uma lástima.

Não há diálogo gravado, mas tem uma bela trilha sonora

É necessário voltar àquela característica de que O Anjo das Ruas é ao mesmo tempo mudo e sonoro.

Não encontrei, numa pesquisa confesso que não muito extensa, uma informação redonda, acabada, sobre isso, mas, por diversos indicativos, dá para supor, com boa dose de certeza, que o filme foi rodado no esquema habitual do cinema mudo, muito provavelmente ainda em 1927 – exatamente o ano em que a tecnologia de acrescentar o som às películas começou a ser implantada. Filmagens completadas, os realizadores devem ter optado por não refazer tudo, e sim encomendar uma trilha sonora, que foi então acoplada às imagens. Assim, o filme – creio eu – já chegou às salas com trilha sonora – diferentemente dos filmes mudos anteriores, que tiveram trilha composta e acoplada posteriormente ao lançamento.

Charles Chaplin fez isso nos anos que se seguiram à chegada do som. A princípio, recusou-se a usar diálogos – continuou a usar a técnica de colocar as legendas de tempos em tempo, quando necessário, mas acrescentou trilha sonora, muitas vezes de sua própria autoria. O Circo (1928), Luzes da Cidade (1931) e Tempos Modernos (1936) são assim. Apenas em O Grande Ditador, de 1940, as vozes dos personagens de Chaplin passaram a ser ouvidos pelos espectadores.

Nos créditos iniciais deste Street Angel, não há menção ao autor da trilha sonora, mas sabe-se que a música – que combina perfeitamente com a ação, faz parte integrante dela – é de autoria de Erno Rapee.

A página de Trivia sobre o filme no IMDb traz dois itens sobre o assunto:

* “De acordo com um grande cartaz anunciando este filme no jornal Providence News de 8 de setembro de 1928, a trilha foi descrita como ‘sincronização sinfônica pela Orquestra do Teatro Roxy’.”

* “O filme é reconhecido como o primeiro ‘talkie’ a ser exibido na Nova Zelândia, em 8 de março de 1929. Não existia nenhum diálogo gravado na versão ‘talkie’, mas música gravada foi adicionada ao filme.”

“Talkie” é o termo em inglês para o nosso falado. Cinema mudo, cinema falado ou sonoro – em inglês se usa “silent” e “talkie”.

A descrição de como foi a primeira festa do Oscar

E volto ao Oscar, esse prêmio que acabou virando um dos mais importantes que há no mundo, na mesma estatura de importância planetária que o Nobel.

O que vai abaixo é a rigor, a rigor, uma tergiversação, não tem muito a ver com Street Angel em si – mas, diabo, afinal de contas o diretor Frank Borzage foi o primeiro a receber o Oscar de melhor diretor e Janet Gaynor, a primeira a levar o de melhor atriz.

E, além disso, é curiosíssimo, interessantíssimo.

Aqui vai a descrição de como foi a primeira cerimônia de entrega do Oscar, em 16 de maio de 1929, que está no ótimo livro Tudo Sobre o Oscar, de Fernando Albagli, da Zit Editora (2003). Concorriam os filmes lançados em Los Angeles entre 1º de agosto de 1927 e 31 de julho de 1929:

“Cinco meses antes da grande queda da Bolsa de Nova York, no ano em que o Empire States começou a ser construído e em que o gângster Al  Capone foi condenado, a indústria cinematográfica sofria uma grande transformação: a transição do cinema silencioso para o sonoro. No dia 16 de maio de 1929, cerca de 200 personalidades do cinema se reuniram em um tranqüilo banquete no Hollywood Roosevelt Hotel. Celebravam o segundo aniversário da recém-formada Academia e aplaudiam os vencedores dos primeiros prêmios distribuídos pela instituição, que tinham sido anunciados três meses antes, na última página de uma publicação chamada Boletim da Academia. Não foi uma noite espetacular. Mereceu pequenas coberturas de jornais locais, mas foi totalmente ignorada pela imprensa nacional. Janet Gaynor estava presente para receber a estatueta, mas Emil Jannings já tinha voltado para casa, em Berlim. (Emil Jannings, o mundialmente famoso ator principal de O Anjo Azul, de 1930, venceu por Tentação da Carne/The Way of All Flesh,) Pedira para levar a sua, e seu desejo fora atendido. Ele foi, portanto, a primeira pessoa a receber um Oscar. Todos os filmes premiados eram mudos. O diretor William C. DeMille, irmão mais velho do famoso Cecil B,, foi o Mestre-de-Cerimônias, e as estatuetas foram entregues pelo presidente da Academia Douglas Fairbanks em exatamente quatro minutos e vinte e dois segundos. Nesta primeira premiação, os prêmios podiam ser dados por um filme ou mais, realizados dentro do período. Por essa razão, uma pessoa podia receber indicações por mais de um filme.”

Ah, que maravilha é a História… Os jovens que acham que o mundo nasceu com eles não sabem disso, os bocós…

Anotação em 8/2023

O Anjo das Ruas/Street Angel

De Frank Borzage, EUA, 1928

Janet Gaynor (Angela),

Charles Farrell (Gino)

e Alberto Rabagliati (policial), Guido Trento (Neri), Henry Armetta (Mascetto, o dono do circo), Louis Liggett (Beppo), Milton Dickinson (Bimbo), Helena Herman (Andrea), Natalie Kingston (Lisetta, a prostituta), Dave Kashner (o Homem Forte do circo), Jennie Bruno (a dona da pensão)

Roteiro Philip Klein, Henry Roberts Symonds

Baseado na peça “Cristilinda”, de Monckton Hoffe

Música Erno Rapee

Fotografia Ernest G. Palmer

Montagem Barney Wolf

Direção de arte Harry Oliver

Figurinos Katheleen Kay

Produção William Fox, Fox Film Corporation

P&B, mudo & sonoro, 102 min (1h42)

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