Men in Black, de 1997, assim como suas duas continuações, é uma absoluta delícia, uma diversão maravilhosa, inventiva, inteligente, fascinante.
Tudo no primeiro filme (e também nos demais) é feito com imenso talento, tudo é perfeito, em todos os quesitos artísticos e técnicos, mas o que mais me impressionou quando vi pela primeira vez, e também agora, ao rever, foi a inteligência do conceito, da idéia básica a partir de que se desenvolveram as histórias.
É assim:
Estão entre nós, aqui no planeta, milhares de extraterrestres, alienígenas, vindos das mais diversas constelações e galáxias do universo. Vivem disfarçados de humanos, para não causarem susto e para não serem identificados como diferentes. A imensa maioria deles – como acontece com os seres humanos – é formada por seres pacíficos, tranquilos, que levam a vida normalmente. Apenas alguns deles são indivíduos de má índole, maus instintos, violentos, agressivos, perigosos.
Alguns são geniais, dotados de muito talento, e fazem imenso sucesso, sem que sua real condição de ET seja revelada.
Lá quase pelo final deste primeiro filme, o agente veterano, o principal Men in Black do título, Kay (Tommy Lee Jones), está ouvindo no seu carro “Promised Land”, com Elvis Presley. O agente novato, Jay (Will Smith), diz: – “Você sabe que Elvis morreu, certo?” E o veterano Kay retruca: – “Não, Elvis não morreu. Ele só voltou pra casa.”
Que delícia de sacada!
Alguns gênios que conhecemos são na verdade de outro planeta, de outra civilização, muito mais avançada que a nossa, e vieram para cá nos ensinar algumas boas lições.
Desde que vimos MIB: Homens de Preto pela primeira vez, Mary e eu sempre brincamos que Bob Dylan, por exemplo, não é mesmo deste planeta – é um ET, um alien.
Pense num gênio, um ser humano especialmente incrível – Ghandi, Mandela, Bach, Jesus Cristo. Eis aí a explicação de tanto talento especial, tanta sabedoria: são ETs, aliens, que vieram para cá tornar a vida neste planeta um pouco melhor.
O contrário também pode funcionar. Napoleão, Stálin, Hitler podem ter sido aliens – aqueles do Mal em Si.
É comédia aberta, escancarada – mas convida o espectador a refletir
Men in Black mistura fantasia – fantasia deliciosamente, insanamente fantástica –, humor, aventura e ação. Sim, tem ação, e muita ação: tiros, tiroteios, brigas, até mesmo perseguição de carro. E, como tantos filmes de fantasia, aventura e ação dos últimos anos, baseia-se em histórias em quadrinhos, ou novelas gráficas, como se diz hoje em dia.
Mas é completamente diferente – me parece – de tantos desses Batman, Super-homem, Homem-Aranha, Quarteto Fantástico, Homem de Ferro, etc, etc, etc, etc, que pululam feito praga nas últimas décadas.
Em primeiro lugar, porque, antes de mais nada, é comédia, comédia escancarada. É feito para fazer rir, para divertir o espectador. Não se leva a sério. Na verdade, não leva nada a sério.
E, no entanto, ao mesmo tempo, por mais paradoxal que possa a princípio parecer, Men in Black tem a ver com o mundo real, com a vida real. Bem ao contrário dos filmes desses super-heróis todos, que são apenas diversão, com boa dose de escapismo, Men in Black faz pensar. Convida gentilmente o espectador a – caso queira – refletir sobre este mundo em que vivemos.
Porque Men in Black, bem diferentemente dos Homem-Aranha, Quarteto Fantástico, Homem de Ferro, é sátira. Sátira – como diz o dicionário, narrativa “que visa a censurar, em estilo irônico, mordaz, os costumes, as instituições e as idéias vigentes numa época”.
A veia satírica dos três MIB é escancarada já na sequência de abertura do primeiro deles, que vou descrever daqui a bem pouquinho.
O termo alien tanto se aplica ao monstro gosmento quanto ao mexicano, brasileiro…
O termo “alien” tem uma acepção pavorosa, nojenta, em inglês: a mesma palavra que designa seres de outro planeta é usada para qualificar os estrangeiros, em especial os imigrantes ilegais. Um mexicano, brasileiro ou argentino é chamado de alien da mesma maneira como o monstro pavoroso da trilogia iniciada com Alien, o Oitavo Passageiro (1979), de Ridley Scott.
Na canção “Trailways Bus”, que encerra seu musical The Capeman – sobre um jovem porto-riquenho que mata um membro de uma gangue rival, é condenado e, nos muitos anos de prisão, se arrepende do crime, se transforma numa pessoa de boa índole –, Paul Simon realçou de maneira brilhante o peso da palavra “alien”. Um policial entra no ônibus em que viaja o porto-riquenho, já libertado após cumprir sua longa pena, e pergunta: “Any aliens here? You better check with us. How about you, son? You look like you got Spanish blood. Do you habla inglês? Am I understood?” Algum alien aqui? Melhor falar conosco. Que tal você, filho? Você parece ter sangue espanhol. Você habla inglês? Estou sendo compreendido?
E o pobre Salvador Agron responde, a angústia, o desespero em estado bruto: “Yes, I am an alien from Mars. I come to Earth from outer space.” Sim, sou um alien de Marte, vim para a Terra do espaço sideral.”
Policiais flagram um caminhão com imigrantes ilegais. Aí chegam os Homens de Preto
Depois de créditos iniciais de visual extraordinário, em que vemos um inseto voador, parecido como uma libélula, percorrer o espaço sideral de cá para lá, ao som da trilha fascinante de Danny Elfman, Men in Black começa usando essa dualidade do termo alien, essa coisa tão incrustrada na mentalidade de boa parte da população americana de que os imigrantes, em especial os latino-americanos, são monstros como os marcianos da imaginação coletiva.
Uma caminhonete anda numa estrada deserta, à noite. Leva para dentro dos Estados Unidos um grupo grande de imigrantes ilegais, certamente mexicanos.
Um inseto voador é atingido pelo pára-brisa da caminhonete – explode contra o vidro, enquanto o motorista exclama: – “God damm bugs!” Droga de insetos!
Bugs, insetos – eles serão parte fundamental da trama.
A caminhonete é parada por um grupo de policiais estaduais. O motorista, Nick (Jon Gries), parece ser um velho conhecido da guarda da fronteira como transportador de aliens para dentro do país.
Os policiais mandam os imigrantes descerem da caminhonete. Falam em um espanhol bastante bom, apesar do sotaque forte: “Vamos! Façam uma fila aqui, por favor”.
Aí, de repente, surge no local um carro preto, do qual descem dois homens em impecáveis ternos pretos – os Homens de Preto do título. Os dois são experientes, veteranos. Um deles é o já citado Kay, o protagonista da história, o papel do sempre ótimo Tommy Lee Jones; seu parceiro, Dee (Richard Hamilton) é bem idoso – e demonstrará em seguida que já não está na sua melhor forma.
Os dois homens de preto se identificam como sendo do Serviço de Imigração, Divisão 6 – oficiais importantes de organismo federal. Dizem para os policiais estaduais, gente inferior, irem embora, porque eles cuidarão do caso a partir de agora.
Os policiais relutam em cumprir as ordens – mas o jeito dos caras, dos federais, é tão seguro, tão firme, que eles se afastam.
Os Homens de Preto dão uma olhada nos aliens. Estão atrás de um alien específico, que está usando como fantasia um corpo que parece humano, uma cara que parece humana. Uma vez identificado aquele alien, Kay manda os demais subirem na caminhonete e seguirem seu caminho.
Um dos policiais protesta, diz que os homens de preto não podem fazer aquilo. Kay lança sobre ele um olhar de alta autoridade que reprova a atitude do sujeitinho inferior: – “Não interfira, rapaz. Você não tem a mínima idéia de no que você está se metendo.”
O veterano explica para o novato: é como em Casablanca, só que sem nazistas
Kay e o parceiro levam o ET para um local um pouco distante do grupo de policiais, e o interrogam. O ET tenta fugir – e Kay o fuzila com um tiro de uma arma especial de matar ETs bandidos. O policialzinho que tinha tentado interferir havia se esgueirado para enxergar a cena – e borra-se todo de gosma verde quando o ET se desintegrada, baleado por Kay.
Os Homens de Preto reúnem os policiais estaduais, pedem que eles olhem atentamente para um aparelho que Kay segura em sua mão – e do aparelhinho sai uma luz forte, como um flash poderosíssimo.
O tal aparelhinho voltará a ser acionado várias vezes por Kay, ao longo dos deliciosos 98 minutos do filme. É um neuralizador: o flash que sai dele faz com que os terráqueos se esqueçam completamente do que viram nos últimos minutos. É uma arma fundamental para ser usada sobre as pessoas que viram coisas que os terráqueos comuns não deveriam ver.
Kay, o veterano, explicará da seguinte maneira como tudo começou para o novato Jay, interpretado por um Will Smith novinho de tudo, com 29 aninhos no ano de lançamento do filme, mas parecendo ter uns 19:
– “Em meados dos anos 50, o governo criou, com orçamento pequeno, uma agência com o simples e até hilariante propósito de estabelecer contato com raças não deste planeta. Todos pensavam que a agência era uma piada, menos os aliens que estabeleceram contato em março de 1961, perto de Nova York. Éramos nove de nós naquela primeira noite. Sete agentes, um astrônomo e um garotão bobo que tinha entrado naquela história.”
Kay mostra para Jay uma foto dele mesmo com um alien altão, parecido com o ET cheio de boas intenções de O Dia em que a Terra Parou (1951), de Robert Wise. Jay, um cara sempre piadista, sempre alegre, sempre gozador, observa: – “Ah, você levou flores para o homem alto!”
Kay continua, sério (o veterano Kay sempre está sério, ao contrário de seu parceiro novato): – “Era um grupo de refugiados intergalácticos. Eles queriam que a Terra se tornasse uma zona apolítica para criaturas sem planeta. Você viu Casablanca? A mesma coisa, só que sem nazistas. Concordamos e escondemos todas as evidências do pouso deles. (…) A partir daí, mais não-humanos chegam a cada ano e vivem entre nós em segredo.”
Diálogos inteligentes, piadas gostosas sobre ícones da cultura pop
Os diálogos são ágeis, inteligentes, bem sacados – e sempre muito engraçados. Como este aqui:
Jay: – “A qual braço do governo nós nos reportamos?”
Kay: – “Nenhum. Eles fazem perguntas demais.”
Jay: – “Então quem paga por tudo isso?”
Kay: – “Nós temos as patentes de algumas engenhocas que confiscamos dos visitantes. Velcro, fornos de micro-ondas, lipossucção. (Mostra um aparelhinho para o parceiro novato.) “Ei aqui uma engenhoca fascinante. Vai tomar o lugar dos CDs em pouco tempo. Acho que vou ter que comprar o Álbum Branco de novo.”
Elvis não morreu, só voltou pra casa. A Terra virou um planeta neutro que recebe refugiados intergalácticos – a mesma coisa que Casablanca, só que sem nazistas. Um novo tipo de suporte físico para substituir os CDs – e o veterano Kay vai ter que comprar o Álbum Branco dos Beatles mais uma vez.
Piadas gostosas, inteligentes – um monte de referências a ícones da cultura pop. Men in Black é uma delícia absoluta.
Mais adiante, no mesmo diálogo, Kay nos faz pensar sobre nossa pequenez: – “Este aqui é um tradutor universal. A rigor, nem deveríamos ter acesso a ele. Te digo por quê. O pensamento humano é tão primitivo que é tido como uma doença infecciosa em algumas das melhores galáxias.”
Neste primeiro dos três filmes, o novato Jay questiona o colega veterano sobre a política adotada pela agência de não permitir que a opinião pública tome conhecimento da existência dos extraterrestres. Há dois ótimos diálogos sobre esse tema. Eis o primeiro:
Jay : – “Por que tanto segredo? As pessoas são inteligentes. Elas poderiam compreender.”
Kay: – “Uma pessoa é inteligente. As pessoas são burras, animais panicamente perigosas, e você sabe disso. Mil e quinhentos anos atrás todo mundo sabia que a Terra era o centro do universo. Quinhentos anos atrás todo mundo sabia que a Terra era plana, e 15 minutos atrás você sabia que os humanos estavam sozinhos neste planeta. Imagine o que você vai ficar sabendo amanhã.”
Mais tarde, ao tentar atingir o ET bandidão, o jovem e impetuoso Jay usa uma das armas secretas que só o pessoal da agência conhece. Kay dá uma boa bronca nele, dizendo que é terminantemente proibido usar armas à vista do público. Ao que Jay retruca: – “Cara, não temos tempo para essa besteira de ficar escondendo as coisas das pessoas. Não sei se você se esqueceu ou não, mas há uma nave de guerra dos Arquilianos que está prestes a…”
E Kay: – “Há sempre uma nave de guerra dos Arquilianos, ou um Raio Mortal dos Corilianos, ou uma praga intergaláctica que está prestes a destruir todos os tipos de vida deste miserável planetinha, e o único jeito de as pessoas continuarem a tocar suas alegres vidinhas é não ficar sabendo de nada disso!”
As histórias em quadrinho originais tinham também demônios, zumbis, lobisomens…
O sujeito que criou Men in Black se chama Lowell Cunningham; nasceu no Tennessee em 1959. Em 1990, ele lançou, por uma editora pequena, Aircel Comics, três volumes de histórias em quadrinhos com o título de The Men in Black. E, nas histórias em quadrinhos originais, a coisa é ainda mais ousada e pretensiosa do que nos filmes: The Men in Black é uma organização internacional de espionagem que monitora e investiga não apenas as atividades dos extraterrestres como também as de todos os tipos de paranormais – demônios, mutantes, zumbis, lobisomens e, literalmente, outros bichos.
Só os membros da organização têm conhecimento de tudo isso. Para manter em segredo a existência de todos esses tipos de criaturas, os agentes usam um neuralizador para apagar a memória recente das pessoas que por acaso presenciam a ação dos aliens e/ou paranormais.
Nisso, os filmes seguiram direitinho as idéias dos quadrinhos originais.
Os produtores dos filmes Men in Black – a Columbia Pictures, a Amblin de Steven Spielberg – e o diretor Barry Sonnenfeld tiveram a belíssima sacada de tirar fora toda a zorra de demônios, mutantes, zumbis, lobisomens, e se concentrar nos extraterrestres.
Os produtores e o diretor Barry Sonnenfeld encomendaram a Ed Solomon que criasse uma história específica para o primeiro filme, com base nas idéias e nos personagens das histórias em quadrinhos de Lowell Cunningham. Solomon criou então uma história deliciosa, fascinante – e foi, ele mesmo, o autor do roteiro.
A bela e sensual Linda Fiorentino faz uma médica por quem Jay baba
A trama deste primeiro MIB gira em torno de um bandido da raça Insetos que vem de seu planeta até a Terra à procura de uma fonte inesgotável de energia chamada A Galáxia, pertencente aos habitantes de um planeta de inteligência superior. Ele pousa seu horrendo disco-voador numa pequena fazenda no interior do Estado de Nova York, mata o fazendeiro, um tal Edgar, e passa a usar a pele dele como se fosse uma roupa. O Insetão que toma a forma do pobre fazendeiro Edgar é interpretado – deliciosamente – por Vincent D’Onofrio.
A principal missão de Kay e Jay, neste primeiro MIB, é caçar o Insetão e impedir que ele obtenha A Galáxia, já que os donos dessa fonte de energia ameaçam destruir a Terra caso os terráqueos permitam que ela caia nas mãos do bandidão.
Para melhorar o visual e agradar a platéia masculina, há uma deliciosa personagem por quem Jay fica babando (assim como os espectadores). É uma médica legista de um IML de Manhattan, onde vão parar várias vítimas dos conflitos entre extraterrestres, a dra. Laurel Weaver – interpretada por Linda Fiorentino, bela como seu nome indica, e dona de uma voz que é um dos melhores sinônimos de tesão que o cinema já mostrou.
Kay está sempre querendo usar o neuralizador para que a dra. Laurel se esqueça de que examinou o corpo morto de um indivíduo que com toda certeza não é da raça humana – e Jay está sempre tentando evitar que isso aconteça.
Bem ao final do filme, a dra. Laurel presencia a batalha final entre Kay e Jay de um lado e o Insetão do outro. Aí, com aquela voz mais sensual até mesmo que a da coelhinha Jessica Rabbit (na verdade, de Kathleen Turner), ela diz esta frase deliciosa:
– “Trabalho interessante esse de vocês, meninos…”
A série tem aquelas americanices de se crer que os EUA são o centro do mundo
É necessário registrar: Men in Black, este primeiro, assim como os dois que viriam depois, em 2002 e 2012, tem aquelas americanices típicas de uma civilização que se julga o umbigo do mundo. Se julga, não – tem a absoluta certeza de que é o umbigo do mundo.
Assim, os extraterrestres atravessam zilhões de anos-luz para chegar até o Planeta Terra – e, para eles, o Planeta Terra tem como capital Nova York. Boa parte da ação dos filmes da série se passa em Manhattan, o umbigo de Nova York. Quando chegaram as primeiras levas, foram procurar, naturalmente, a agência do governo americano que cuida de contatos com ETs. Que ONU, que nada – é o governo americano, e pronto.
Essa americanice, essa coisa umbigocêntrica não chega a empanar o brilho do filme, dos filmes. Acaba fazendo parte da sátira. A série MIB inclui na gozação aos costumes, às instituições e às idéias vigentes o próprio umbigocentrismo americano.
Anotação em janeiro de 2017
MIB: Homens de Preto/Men in Black
De Barry Sonnenfeld, EUA, 1997
Com Tommy Lee Jones (Kay), Will Smith (James Edwards, depois Jay)
e Linda Fiorentino (dra. Laurel Weaver), Vincent D’Onofrio (o inseto que se veste de Edgar), Rip Torn (Zed), Tony Shalhoub (Jeebs), Siobhan Fallon Hogan (Beatrice), Mike Nussbaum (o joalheiro Rosenburg), Jon Gries (o motorista da van), Sergio Calderón (José), Carel Struycken (o Arquilliano). Fredric Lehne (agente Janus), Richard Hamilton (Dee), Kent Faulcon (tenente Jake Jensen), John Alexander (Mikey), Keith Campbell (Perp)
História e roteiro Ed Solomon
Baseado nos quadrinhos de Lowell Cunningham
Fotografia Donald Peterman
Música Danny Elfman
Montagem Jim Miller
Casting David Rubin e Debra Zane
Cor, 98 min
Produção Amblin Entertainment, Columbia Pictures. DVD Columbia Pictures.
***1/2
É um filme interessante, concordo com o Sérgio.
Tenho no entanto uma dúvida, não sobre o filme, mas sobre a sua escrita.
O que significa a palavra “escarrada” ou “escarrado” no português do Brasil.
Já andei a pesquisar no Google (Portugal e Brasil) e não consegui compreender.
Não há acordo ortográfico que nos valha!
Caro Sérgio,
Gostaria muito que explicasse a questão que coloquei, não é uma crítica o que escrevi é mesmo um pedido de esclarecimento.
Agradeço muito.
Caríssimo José Luís, mil perdões por não ter respondido à sua mensagem anterior.
Em minha defesa, para tentar explicar essa demora, posso dizer que a situação desta terra aqui do outro lado do Atlântico que os seus antepassados colonizaram anda tão ruim, tão cheia de más notícias a cada minuto, que a atenção da gente fica quase toda tomada pela crise…
Fui agora atrás do significado da palavra “escarrado” nos dois dicionários do Português publicados no Brasil que tenho em casa, e também consultei o Google – e a verdade é que não encontrei a acepção que eu achava que a palavra tinha.
Para mim, escarrado tinha também o significado de escancarado, totalmente aberto, óbvio, visível. Não tem.
Vou em seguida retirar a palavra dos textos em que já a usei.
Um grande abraço.
Sérgio
“It rains black people in New York”, diz J ao cair em cima de um ônibus turístico.