O Impossível é um belo filme, uma produção impressionantemente, estupendamente bem realizada. Tem um visual acuradíssimo, brilhante, de impressionar, de babar. Não é, no entanto, fácil de se ver – muito antes ao contrário.
Não é um filme que a gente gostaria de recomendar a um amigo querido que visse sem falta.
Porque é aterrorizante demais, doloroso demais. Tive a sensação de que é um dos filmes mais aterrorizantes, apavorantes que há. Porque é a recriação, com um realismo absurdo, do tsunami que assolou a Ásia e a Oceania em 2004, e de todo o sofrimento enfrentado por uma família que estava de férias num belo resort da Tailândia.
O diretor Juan Antonio Bayona faz questão de avisar bem no início: é uma história real.
E, meu Deus do céu e também da Terra, como sofrem aquelas pessoas.
Uma família feliz em férias numa praia paradisíaca. E vem o tsunami
É um casal jovem, aí na faixa dos 40 anos, com três filhos homens, o mais velho com uns 12 anos, o do meio com uns 8, o caçula com uns 5.
Henry (Ewan McGregor), Maria (Naomi Watts) e os meninos estavam vivendo no Japão, onde ele tinha um bom emprego. Maria é médica, ou melhor, era – não estava mais praticando, para cuidar dos meninos.
Essas informações nos são dadas quando a família chega ao belíssimo resort, diante das águas absolutamente límpidas do Índico.
O filme abre com a família no avião em direção à Tailândia. Há uma conversa entre Henry e Maria sobre quem tinha sido, afinal, o último a sair de casa, e se o alarme tinha sido ligado ou não. Maria diz que ela tinha sido a última, e que tinha ligado o alarme. Henry insiste em que ele havia sido o último, e ele não ligara.
É uma sequência feita para nos apresentar os personagens do gigantesco drama que virá a seguir.
O avião passa por uma zona de turbulência. Maria se assusta, muito mais do que o marido. Há quem tenha medo de avião.
A turbulência que deixa Maria assustada – o espectador já sabe disso – é uma bobagem, poeira do cocô do cavalo do bandido, comparada ao que virá depois. O espectador já sabe que depois virá o tsunami.
A família chega ao maravilhoso resort. Um funcionário os leva até o apartamento que ocuparão. O jovem tailandês pergunta o que Henry faz, o que Maria faz. Ao saber que eles vivem no Japão, o jovem brinca que eles não parecem japoneses.
É uma forma esperta do roteirista de mostrar quem é quem.
Vemos então cenas idílicas de uma família feliz em férias num resort diante de uma praia paradisíaca.
Não marquei a hora exata em que o tsunami chega, mas seguramente o filme está com 10, de forma alguma não mais do que 15 minutos.
O filme fica o tempo todo mostrando a tragédia que veio com o tsunami
Acho que qualquer pessoa que já tivesse visto Além da Vida/Hereafter, o filmaço de Clint Eastwood de 2010, pensaria algo semelhante ao que pensei, quando o tsunami chega ao belo resort na praia paradisíaca em que aquela família passava as férias de Natal. Primeiro: seria humanamente impossível recriar no cinema o tsunami de forma mais bela, mais aterradora, mais trágica, do que Clint já havia feito. Segundo: depois de ter visto aquela extraordinária abertura de Além da Vida, em que a personagem interpretada por Cécile de France é tragada pelo tsunami, não dá vontade alguma de ver de novo aquele fenômeno absurdo, impossível.
Pois a verdade é que, dois anos depois do tour-de-force da abertura de Além da Vida do veteraníssimo Clint Eastwood, o diretor espanhol Juan Antonio Bayona consegue o impossível: recria o tsunami com um talento, uma maestria de artesanato que é tsunâmico. Pode até não ser melhor do que Clint fez, com a perfeita equipe técnica à sua disposição numa produção hollywoodiana cara – mas, no mínimo, é tão boa quanto.
Talvez seja até melhor.
No filme de Clint, o tsunami é apenas um ponto de partida. Há a sequência inicial, esplendorosa, chocante, apavorante, fantástica – e a partir daí ele vai discutir outras coisas, o tema de o que pensa da vida quem chegou bem perto da morte ou mesmo além.
O Impossível não vai além. Fica ali, o tempo todo, mostrando toda a tragédia que veio imediatamente após o tsunami.
Confesso (eu, que já sou bem velhinho, que estou cansado de ver dramas pungentes no cinema e na própria vida) que tive vontade imensa de que o filme desse um fast-forward, desse um pulo no tempo, desse um corte e nos mostrasse o que aconteceu mais tarde, após o pesadelo do tsunami, com os sobreviventes da família.
Uma das diferenças fundamentais entre o cinema e a vida é que o cinema permite o fast-forward.
Se a criação pudesse ser recriada, como Monteiro Lobato sugeriu em A Reforma da Natureza, ou o Karnak cantou em “Magina de Pipo”, mais importante do que haver um olho no dedão no pé, como sugeriu Lobato, ou do que não haver sementes na melancia, como propôs André Abujamra, seria a prática do fast-forward.
Desde as coisas mais simples. Você se senta na cadeira do dentista, e aperta a tecla de fast-forward. No momento seguinte, você já está fazendo cheque para ele. Não doeu nada, não houve momento algum de profundo desconforto: a tecla de fast-forward resolveu tudo. Pulou o momento ruim. Skippou. Esquipou. Escapou.
Imagine (magina de pipo) coisa pior. Imagine a dor de amor, que consegue às vezes ser pior que a de dente. Você está lá do fundo do fundo do fundo do fundo do poço da dor do amor – e aí aperta a tecla de fast-forward, e as coisas já estão muito melhores, dá para viver sem ela, e, quer saber?, dá até para ser mais feliz.
O filme realça que, no meio a tanta dor, o ser humano é capaz de ser solidário
Como a vida não vem com tecla de fast-forward, cheguei a pensar em sugerir a Mary que parássemos de ver aquele filme que vai tão fundo na dor.
Não fiz a proposta. Como resultado, vimos um filme extraordinariamente bem feito, fascinantemente bem feito. É um belo filme, embora não aconselhe um amigo querido a vê-lo – é sofrimento demais.
O que o diretor Juan Antonio Bayona conseguiu criar, a partir do roteiro de Sergio G. Sánchez, foi um dos filmes mais angustiantes da história – mas que, no meio de tanta angústia, mostra que a humanidade, essa coisa tão absolutamente insana, é capaz de pequenos gestos de imensa grandeza.
Talvez a característica mais fascinante de O Impossível seja sua capacidade de, suavemente, docemente, realçar, no meio a tanta tragédia, que o ser humano é capaz de ser solidário.
A mesma raça que é capaz de mentir, roubar, saquear, extorquir, vandalizar, matar, torturar é também capaz da grandeza que é a solidariedade.
Há diversos pequenos gestos de solidariedade, na história real recriada por Sergio G. Sánchez e filmada por Juan Antonio Bayona. Pequenos gestos – imenso significado.
O celular que pode não ser emprestado, porque não há mais o carregador – ou que pode, ser, sim, emprestado, porque, porra, aquele sujeito precisa mais do celular do que eu. A tailandesa dando para María roupas secas. Lucas (Tom Holland), o filho mais velho do casal, correndo pelo hospital abarrotado tentando ajudar pais a reencontrarem filhos.
Contra forças da natureza não há argumento
Por motivos que não saberia explicar, O Impossível me trouxe à lembrança Império do Sol, de Steven Spielberg.
O absurdo sofrimento do garotinho inglês James, subitamente retirado de uma vida de príncipe e lançado no lamaçal mais profundo que poderia haver, voltou à minha memória ao ver a queda no inferno dessa família inglesa no momento em que tirava férias numa beleza de praia.
Acho que, como espectador, poucas vezes sofri tanto com os personagens quanto sofri com o James de Império do Sol e com a família inglesa deste O Impossível.
Na sequência fundamental, fulcral, de Império do Sol, a bomba atômica explode em Hiroshima. O protagonista James, que a essa altura tinha virado Jimmy, acha que era a alma de uma senhora do campo de concentração que ia para o céu.
A bomba, na cabeça do realizador Spielberg, foi o momento em que o mundo deixou de ser inocente.
A bomba é resultado de ação humana, de decisão política.
Um tsunami não depende das criaturas que habitam o planeta.
As famílias estão ali, felizes, maravilhadas, naquela praia paradisíaca da Tailândia assim como em tantas outras praias do Oceano Índico – e de repente o paraíso vira o pior dos infernos.
Contra forças da natureza não há argumento.
A família da vida real acompanhou as filmagens, e sobreviventes trabalharam como extras
Vi o filme pensando que se tratava de uma produção internacional, uma co-produção de vários países, dirigida por um espanhol. Na verdade, o filme é todinho espanhol – toda a equipe técnica é espanhola, os produtores, financiadores, são espanhóis. E a família cuja história é contada nela também é espanhola. O roteirista Sergio G. Sánchez se baseou no relato escrito por María Belón – que, no filme, virou Maria Bennett.
A decisão de transformar os espanhóis da família Belón em ingleses da família Bennet, interpretados por atores de língua inglesa (Naomi Watts é inglesa criada na Austrália, Ewan McGregor é escocês), se deve, seguramente, ao fato de que assim o filme teria muito mais chances de sucesso nas bilheterias de um grande número de países.
Foi, digamos assim, uma espécie de licença poética – ou uma licença poético-comercial.
Mas, fora isso, as indicações são de que o filme procurou ser o mais fiel possível à história real. Exatamente como os Bennett do filme, a família Belón vivia no Japão, e foi à Tailândia em dezembro de 2004 para passar as férias de Natal.
“Para realizar o filme, trabalhamos muito próximos da família”, contou o diretor Juan Antonio Bayona ao repórter Pedro Caiado, conforme matéria dele publicada em O Estado de S. Paulo em 24 de dezembro de 2012. “Trocávamos bilhetes a todo instante. Contatamos muitos sobreviventes e fizemos pesquisa na internet para conseguir recriar aquela experiência. Queríamos mostrar como deveria ser estar naquele instante.”
Mais ainda: as filmagens foram na Tailândia, no exato local do resort em que a família Belón se hospedou em dezembro de 2004. E o casal, com seus filhos, acompanhou parte das filmagens. Diversos dos extras (e o filme tem milhares de extras) são sobreviventes do tsunami.
“Naomi é uma atriz que quer sempre mais e melhor”, contou Bayona ao repórter Pedro Caiado. “Este filme é muito intenso e tentei ter essa intensidade também a todo instante no set. Lembro de filmar direto várias cenas. Naomi nunca estava cansada. Ela gosta de ir ao limite.
Sobre as seqüências em que Maria é tragada pelo tsunami, Bayona contou: “Aquela cena foi muito difícil. Naomi teve de ficar sentada em uma cadeira de metal, girando dentro da água. Foi tudo muito real, sem computação gráfica. Tivemos de ter muito cuidado. Só podíamos filmar três cenas por dia, por exemplo. Mas tinha de ser de verdade.”
O filme ganhou 23 prêmios e teve indicações a 37 outros
Todo o elenco está magnífico. De Ewan McGregor só se pode mesmo esperar bela atuação: ele trabalha bem em cada um dos quatro ou cinco filmes que faz por ano. O garoto Tom Holland, que faz Lucas, o primogênito, é um espanto. Bayona contou com a participação especial de Geraldine Chaplin, que aparece numa única sequência; a filha do grande gênio do cinema mantém ainda seus laços com a Espanha, onde morou durante vários anos, casada com o realizador Carlos Saura.
Mas o que mais impressiona, sem dúvida, é a interpretação de Naomi Watts. É brilhante – e aterradora.
Naomi Watts foi indicada ao Oscar e ao Globo de Ouro por seu extraordinário desempenho. No Oscar, concorreu com Jessica Chastain (por A Hora Mais Escura/ Zero Dark Thirty), Emmanuelle Riva (por Amour), Quvenzhané Wallis (por Beasts of the Southern Wild) e Jennifer Lawrence (por O Lado Bom da Vida/Silver Linings Playbook). A jovem Jennifer, a queridinha de Hollywood no momento, levou o prêmio.
Ao todo, O Impossível ganhou 23 prêmios e teve indicações a 37 outros.
Foi o grande vencedor do ano na premiação do Goya, o Oscar espanhol. Teve 14 indicações, e levou os Goya de direção, montagem, direção de produção, som e efeitos especiais.
O diretor Juan Antonio Bayona é absurdamente jovem: nasceu em 1975, em Barcelona. O Impossível foi seu segundo longa-metragem, após O Orfanato, um competente filme de terror.
A Espanha está mergulhada em profunda crise econômica. Mas o cinema que se faz naquele país é hoje um dos melhores do mundo. O Impossível confirma isso mais uma vez.
Anotação em junho de 2013
O Impossível/The Impossible/Lo Impossible
De Juan Antonio Bayona, Espanha, 2012
Com Naomi Watts (Maria), Ewan McGregor (Henry), Tom Holland (Lucas), Samuel Joslin (Thomas), Oaklee Pendergast (Simon), Marta Etura (Simone), Geraldine Chaplin (a velha senhora)
Roteiro Sergio G. Sánchez, baseado em história de María Belón
Fotografia Óscar Faura
Música Fernando Velázquez
Montagem Elena Ruiz e Bernat Vilaplana
Produção Apaches Entertainment, Telecinco Cinema, Mediaset España, Canal+ España, Generalitat Valenciana, Institut Valencia de Cinematografia (IVAC). DVD Paris Filmes.
Cor, 114 min
***1/2
Ainda não vi e estou muito interessado em ver.
A equipa deste filme é a mesma de outro de que gostei muito – O Orfanato.
Apesar de todo o sofrimento do filme, eu gostei bastante, não consegui desgrudar da tela; na primeira meia hora já dei uma choradinha, o que acho que foi normal, pois li vários comentários de pessoas falando que choraram muito.
Adorei os atores mirins, são muito fofos e foram muito bem escolhidos.
Acho que a história fala sobre solidariedade, mas mostra também, ainda que rapidamente, os que não são nem um pouco solidários. Pessoas que ficaram intactas mas que só queriam sair de lá, numa demonstração de egoísmo sem fim.
Interessante você ter se lembrado de Império do Sol, que, diga-se de passagem, foi o primeiro filme adulto que vi no cinema. Eu também sofri com o personagem James. A cena onde ele se perde dos pais me marcou; lembro de ter ficado muito agoniada, até porque eu era bem novinha, e me coloquei na pele do menino (sem falar que quando pequena eu tinha muito medo de me perder da minha mãe, mesmo que fosse dentro de uma loja, que para uma criança é algo gigantesco).
E já que você falou em bomba atômica, vi numa entrevista com a María Belón que esse tsunami teve uma energia equivalente a 23 bombas atômicas, tanto que fez estrago em 13 países.
O cenário devastador após a passagem do tsunami, aquelas centenas de pessoas dentro e fora do hospital, nas ruas e abrigos, também me lembraram o cenário de uma guerra.
Mas, Sérgio, permita-me fazer uma pequena correção: a família do filme não é inglesa, apesar dos meninos terem sotaque inglês (o Ewan manteve o sotaque escocês, ele falou que não precisou mudá-lo). A María Belón disse que foi bastante dura e “proibiu” o diretor de atribuir uma nacionalidade à família, pois ela queria que a história representasse todas as famílias que foram atingidas, independente do país de origem. Então em nenhum momento eles dizem que são ingleses, tanto que falaram que moravam no Japão, por motivos de trabalho do marido, mas não falaram de onde eram. Talvez tenha sido coincidência que as três crianças fossem inglesas, não sei.
No mais, concordo com tudo o que você escreveu, e adoraria que existisse uma tecla fast-forward na vida real (detesto ir ao dentista, mesmo sendo a mesma desde que era criança. Sofro em toda revisão anual, pelo simples fato de ter que me sentar naquela cadeira do terror, mesmo estando sem dor). Sobre a dor de amor nem há o que falar. Quem não gostaria de passar incólume por ela?
Senti falta que o filme contasse como foi o “depois” da família, ainda que rapidamente, e também fiquei curiosa pra saber se tudo aquilo aconteceu com eles do jeito que foi mostrado (a cena em que o Lucas encontra uma lata de refrigerante me fez duvidar, mas ela ocorreu mesmo). Então fui atrás de informações, e não consegui parar de ver as entrevistas, tanto com a Maria quanto com os 3 atores principais e o diretor; vou deixar as informações que achei mais interessantes aqui, como curiosidade. Mas sugiro que quem gostou do filme vá atrás das entrevistas com ela, vale muito a pena, é uma grande história e ela parece ser uma pessoa fantástica e cheia de bom humor.
Sobre as cenas, o diretor disse que foi o mais fiel possível ao relato, e todas elas ocorreram mesmo. Claro que houve uns acréscimos por causa da linguagem do cinema, mas foi bem pouca coisa.
Tenho tanto pavorrr de dentista que até errei o tempo do verbo. Desde que sou criança, não, desde que eu era criança.
Olá Sérgio
Por mero preconceito não tencionava ver este filme. Más críticas, um pouco por todo o lado, mas essencialmente o motivo maior você o revela: a existência do filme do Clint e a (quase) certeza de que aquela abertura não poderia sequer ser igualada. Mas como prezo muito os teus comentários (que já me fizeram descobrir coisas muito boas), vou comprar o filme em blu-ray, logo que saia do serviço, para o ver logo à noitinha.
Grande abraço
Olá Sergio! Sempre leio suas críticas e hoje resolvi deixar um comentário. Me arrisco a dizer que este foi o melhor filme “catástrofe” que já assisti. Achei a direção primorosa e o desempenho dos atores realmente impressionante (principalmente da Naomi e do garoto prodígio Tom Holland). Adorei o filme do Clint “Além da vida”, mas penso que as cenas da Tsunami neste filme ficaram ainda mais impressionantes e realistas. A cena do Pai falando ao celular e o reencontro dos irmãos são de arrancar lágrimas mesmo dos mais durões. Grande Abraço! Aprecio muito seus textos
Já vi o filme e gostei bastante, mesmo que a recriação do tsunami não ultrapasse a do filme do Clint. Algumas sequências são um pouco duvidosas, tratando-se de algo verídico (será que na verdade aconteceram assim?), mas o resultado final é muito bom. E recomendável, apesar do sofrimento retratável. Um nome a reter: TOM HOLANND. Está ali um grande actor em potência.
Vi este filme em 31 de maio deste ano.
Maravilhoso !! Magnífico !!
Como disse o José Luís , do mesmo diretor de “O Orfanato”, que também gostei muito.
Sou um admirador confesso de Clint Eastwood como ator e muito mais ainda como diretor.
Vi e gostei demais de ” Além da Vida ” mas , para mim os dois tsunamis são “estupendos” .
A diferença é a que voce disse. Neste filme tudo se concentra nele (tsunami), em tôda sua devastação.
Como já foi dito por todos aqui , aquele menino, Tom Holland, ele “arrasa”. Caramba, acho que ele amadureceu antes da hora.
Ele e a Naomi carregaram o filme. Acho até que ele um pouco mais.
Gosto muito tbm de Ewan McGregor, vi ótimos filmes com ele.Os outros dois meninos também estão bem. E lembrar que foi tudo real, que essa familia passou por tudo aquilo, segundo eu li, exatamente como está no filme.
Meu Deus , que destruição. Contra as forças da natureza somos nada.
Além dos momentos de solidariedade que voce citou Sergio, Tem tbm aquele em que a Maria e o Lucas tentando se salvar , resgatam o menino que estava preso entre os galhos e as folhagens.
Uma coisa que achei bonita de ver, quando o Lucas com timidez e respeito fecha os olhos para a nudez de sua mãe.
Não lembro de ter visto algum comentário teu Sergio,sôbre uma coisa que me deixou curioso.
O que foi aquela onda em sentido contrário ao da primeira que já havia passado ??
Apesar de tôda a beleza e grandiosidade deste filme, vi dois deslizes.
No momento em que a Maria e o Lucas se apoiam naquele tronco que flutuava para descansar, tem um detalhe com uma folha no ombro da Maria e, depois,quando o homem que tenta encontrar em desespero, seu filho, o Lucas pega a caneta e escreve com a mao esquerda e depois logo na cena seguinte ele está escrevendo com a mão direita. Se bem que aqui, pode não ser um deslize, o menino podia muito bem ser ambidestro. É que são detalhes que podem passar despercebido .
Eu já tinha visto ” A Hora Mais Escura ” e ” Amor ” e procurei assistir “O Lado Bom da Vida”, antes de dar minha opinião sôbre este filme, pelo detalhe que voce cita sôbre o Oscar.
Achei o filme com a Jennifer Lawrence muito bom mesmo, gostei muito. Mas não achei que ela mereceu ganhar a estatueta.
Jessica Chastain e Emannuele Riva, elas sim, mereciam e em minha opinião, Emannuelle era a vencedora.
Pelo menos , se não estou enganado , “Amor” com a Emannuelle levou o Oscar de melhor filme estrangeiro .
” O Impossível ” , um filme para se aplaudir de pé .
Um abraço , Sergio !!
Tentei resumir ao máximo os fatos verídicos/curiosidades mais importantes, mas não sou boa em resumir:
– Maria Belón conta que desde que se tornou mãe sempre tinha pesadelos com uma onda gigante levando os filhos dela, e que tinha muito medo de tsunamis.
– Quando estavam no Japão e foram comprar imóvel, ela perguntou ao corretor se a casa era segura contra tsunamis; ele disse que em mais de 20 anos trabalhando na área imobiliária nunca ninguém havia feito uma pergunta tão estranha. Então ela disse que era uma pessoa um pouco estranha.
– Quando eles saíram de férias para a Tailândia, ela falou para uma amiga no Japão, que finalmente se livraria por 15 dias dessa preocupação.
– Na véspera da catástrofe ela passou o dia todo como um “animal nervoso”, angustiada. Nesse mesmo dia os donos do resort estavam lá comemorando com champanhe a inauguração do hotel, que havia acontecido há pouco tempo.
– Maria faz tratamento até hoje contra as sequelas físicas. Perdeu parte da perna, teve politraumatismo, hemorragias e muitas infecções graves. Demorou dois anos e meio para que ela se “recuperasse” fisicamente, e ela ficou 2 anos sem conseguir ler (estresse pós-traumático).
– Ela chama o tsunami de monstro. Disse que quando viu o “muro negro” vindo pensou que seria o fim, e que seu pesadelo tinha ido buscá-los.
– Foi jogada várias vezes contra as paredes do hotel, que se quebravam com a força das águas, e à medida em que quebravam iam atingindo seu corpo.
– Quando finalmente conseguiu emergir e notou que estava viva, ficou procurando o tal túnel com a luz, que muita gente que fica entre a vida e a morte diz ver, pois pensou que somente ela tivesse sobrevivido e desejou morrer. Só depois que avistou o filho mais velho foi que decidiu lutar pela vida, mas por 2 dias pensou que o marido e os outros 2 filhos haviam morrido, e falava deles no passado.
Continuando:
– María diz que o homem vive muito desconectado da natureza, que ninguém notou que algo estranho estava para acontecer; diferente dos animais.
– Ela não conseguiu reencontrar a pessoa que a salvou, e disse que ali ela descobriu o que é a verdadeira solidariedade. Quando ele a resgatou, ela sentiu que estava prestes a morrer, e ele mesmo sem conhecê-la, a arrastou (ela não consegui andar) e passou mais de 5 horas com ela; que esse tempo ele podia ter dedicado a encontrar algum familiar, mas que para ele era como se ela fosse um ente querido naquele momento. Ele falou o tempo todo num dialeto local “seja forte”, e mesmo sem falar a língua ela disse que entendeu. Ela também se comoveu com a ajuda que recebeu da mulheres da vila.
– Ela agora é advogada e dá seminários contando sobre o que aconteceu e falando sobre a solidariedade, que todos podem fazer alguma coisa por alguém, independente de etnia, nacionalidade, idade, língua, cor de pele; que é para isso que estamos aqui.
– Os meninos estão rapazes (são lindos os três, ela também é bem bonita, do alto de seus quase 50 anos): o Lucas estuda medicina em Londres, o Tomás está fazendo curso para ser salva-vidas no País de Gales, e o caçula sempre pergunta a ela qual é a profissão que mais ajuda as pessoas.
– Todas as cenas do filme realmente aconteceram: a da lata de refrigerante (tem uma história engraçada por trás dessa cena, que chegou a ser filmada mas foi editada), a do resgate do Daniel, a da mulher em choque ao lado dela na maca, a do encontro “casual” de todos da família no hospital. Mas claro que houve liberdade cinematográfica, do contrário não seria um filme.
Vi o filme e gostei muito, está tudo bem feito, os actores estão excelentes em particular Naomi Watts e Tom Holland. O filme é um tanto melodramático mas aceita-se. A comparação com o filme de Clint Eastwood não vem muito a propósito são filmes muito diferentes. Dizer que “o Orfanato é um competente filme de terror” é que me parece errado. O Orfanato é mais do que competente. Penso eu e outros como Roger Ebert que lhe atribuiu 3 e 1/2 pontos.
Mas é a sua opinião; já viu o filme Caro Sérgio?
José Luís, concordo plenamente com você: “O Impossível” e “Além da Vida” são filmes muito diferentes, sem dúvida alguma. Mas, como os dois mostram o mesmo tsunami, e os dois fazem uma extraordinária reconstituição do momento do fenômeno, têm algo em comum, um faz lembrar o outro.
Eu vi “O Orfanato”, e gostei muito. Mas não anotei nada na época; preciso revê-lo.
Um abraço.
Sérgio
muito e mosionante
eu gostei muito fiquei emocionada e muito tris…
UM MES ANTES DA TRAGÉDIA EU HAVIA SONHADO COM UMA TEMPESTADE DE VENTO MUITO FORTE ARRASTANDO CARROS QUE BATIAM UNS NOS OUTROS. ESTAVA NA CASA DA MINHA MÃE PASSANDO O NATAL FOI QUANDO VI NA TELEVISÃO AS ONDAS GIGANTES ARRASTANDO TUDO. NA HORA FALEI : VI TUDO ISSO AI NO SONHO MAS DE FORMA DIFERENTE. FIQUEI ARREPIADA E CHOREI MUITO AO ASSISTIR O FILME A POUCAS HORAS . É EMOCIONANTE !!
Assisti esse filme já faz uns meses, mas até hoje não me esqueço. É uma história linda, de solidariedade e união. Sonho em conhecer as praias da Tailândia, mas minha família tem medo – por causa do filme. Mas um dia ainda vou realizar meu sonho, de conhecer a Tailândia. Se não vou? Kkk
Sinto que os filmes por que são muito interessantes, podemos encontrar de diferentes gêneros. De forma interessante, o criador optou por inserir uma cena de abertura com personagens novos, o que acaba sendo um choque para o espectador, que esperarava reencontrar de cara as queridas crianças. Desde que vi o elenco de O Impossível imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos, Pessoalmente eu irei ver por causo do actriz Naomi Watts, uma atriz muito comprometida (Os Filmes de Naomi Watts para Eles são uma ótima opção para entreter), além disso, acho que ele é muito bonito e de bom estilo. Não posso esperar para ver a nova temporada, estou ansiosa.