3.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2009: Este é um belo filme. A história de uma mulher na visão de mulheres – a autora do livro, as roteiristas e a diretora são todas mulheres. É a história de travessias, jornadas, das quais a passagem de um vilarejo perdido no interior de Bangladesh para um bairro de Londres é apenas a mais evidente.
O filme fala de imigração e das dificuldades que vêm com ela: a dura adaptação num lugar desconhecido, numa cultura completamente diferente, a criação de filhos num novo país, a chegada a essa espécie de limbo em que se perde a noção do que é a “casa”, a terra da gente – é o lugar que se abandonou, ou aquele em que se viveu durante os últimos muitos anos?
Fala da falta de voz da mulher na cultura machista muçulmana, de casamentos arranjados, decididos pelo pai; e de como é impossível manter esses absurdos princípios da total dominação das mulheres, especialmente as jovens, já nascidas no Ocidente, criadas em escolas ocidentais, em meio a hábitos ocidentais. Como é uma história recente, que se desenrola no novo século, passa, inevitavelmente, pelo 11 de setembro, pelo recrudescimento do racismo, pela rejeição a todos muçulmanos tornada maior depois dos ataques terroristas.
A protagonista, o centro do filme, é Nazneen (Tannishtha Chatterjee). A ação começa quando ela é uma adolescente numa pequena vila de Bangladesh, crescendo ao lado da irmã mais nova, Hasina, com quem é unha e carne.
Lembranças idílicas da infância na terra de origem
A Bangladesh que a jovem diretora inglesa Sarah Gravron mostra não tem absolutamente nada do que temos em nosso imaginário sobre aquela região, Paquistão, Índia, Bangladesh, de miséria total, superpopulação, fome. O início do filme, cerca de cinco a dez minutos passados em Bangladesh – assim como outras imagens da protagonista Nazneen adolescente brincando com a irmã Hasina, que serão mostradas rapidamente ao longo do filme, entremeadas com as seqüências em Londres – mostra imagens idílicas, de sonho. As duas garotas brincam em campos verdejantes, belíssimos, sob um céu de azul puríssimo, numa paisagem que inclui belas lagoas e é tornada ainda mais esfuziante com as roupas de cores fortíssimas.
E fazem sentido, essas imagens idílicas, porque é a lembrança que Nazneen mais tarde terá de sua infância.
A mãe das garotas – que ensinou a elas noções de força, de resistência, de enfrentamento das situações mais duras –, sucumbe no entanto a seus próprios dramas, e se mata. Viúvo, o pai acerta o casamento da jovem Nazneen com um compatriota que vive na Inglaterra. Vemos a partida de Nazneen de sua aldeia, em um pequeno barco, outra grande dor da sua vida, a despedida da irmã querida, logo após a perda da mãe. Não temos nem dez minutos de filme, e o rosto da pequena Nazneen (Debjani Deb) se funde com o de Nazneen 20 anos depois (agora interpretada por Tannishtha Chatterjee), véu na cabeça, andando numa rua de Londres, de volta de compras para seu apartamento em um grande conjunto habitacional de classe média baixa, na Brick Lane do título, bairro da região Leste de Londres que historicamente acolhe imigrantes, e hoje é onde vive boa parte da comunidade vinda da Bangladesh.
Depois dessa grande travessia, de um lugar perdido no meio do nada de Bangladesh para uma das maiores e mais importantes metrópoles do mundo, da adolescência para a vida adulta, acompanharemos, pelos 90 minutos seguintes, a vida de Nazneen em Brick Lane. Haverá novas travessias, não tão espetaculares, bem mais sutis, mas, a rigor, tão profundas quanto a primeira.
Um filme anti-exageros
Depois de ver o filme, e ver também as entrevistas da diretora, dos atores, de produtores, nos especiais do DVD, enquanto deglutia as informações todas, me peguei pensando que a grande característica deste filme, sua maior qualidade, é que ele é anti-exagero. Anti-foguetório. Ele é o anti-Quem Quer Ser um Milionário? Rema contra uma das tendências mais desagradáveis do atual cinemão mainstream, o cinemão comercial, o cinemão em busca do blockbuster, que é exatamente o exagero, o over do over do over do over.
Vou me permitir aqui uma tergiversação.
Quando vi a segunda refilmagem de King Kong, a de 2005, feita pelo neo-zelandês Peter Jackson, que vinha do tremendo sucesso da trilogia O Senhor dos Anéis, anotei: “É o exagero do exagero do exagero. Como se Peter Jackson tivesse se desafiado a fazer um filme que misturasse Indiana Jones com Godzilla com Parque dos Dinossauros com Titanic e fosse mais exagerado que todos eles juntos.”
É isso: o cinemão mainstream, comercialão, virou nos últimos anos, nas últimas décadas, uma competição atlética, uma olimpíada para ver quem exagera mais. E quando digo cinemão mainstream, comercialão, não me refiro apenas ao que se convenciou chamar de Hollywood (mesmo agora, quando a imensa maioria dos filmes “de Hollywood” é feita em outros Estados americanos, ou no Canadá, ou na Europa). Filmes como os franceses Pacto dos Lobos ou Rios Vermelhos/Les Rivières Pourpres, ou o alemão-francês espanhol Perfume – A História de um Assassino, ou o inglês todo passado na Índia Quem Quer Ser um Milionário? são exatamente do mesmo jeito que o mais genuinamente hollyoodiano dos filmes hollywoodianos. Todos buscam o exagero do exagero do exagero. Os heróis são mais heróis do que todos os super-heróis de quadrinhos, os vilões são mais vilões que qualquer Coringa ou Liberty Valence. As tramas são cada vez mais rebuscadas, mais barrocas, mais gongóricas. Agora que chegamos à era das imagens geradas por computador, os efeitos especiais são os mais especiais que se possa conceber.
Basta lembrar dos Matrix, ou daquela bobagem quase criminosa de O Procurado/Wanted: joga-se qualquer lógica ou verossimilhança no lixo, e agora as balas de revólver dão voltas, fazem curvas, uma bala acerta na outra no meio do ar. E, pra não dizer que isso é coisa só dos últimos cinco, dez anos, lembro que no Robin Hood: Prince of Thieves, de 1991 com Kevin Costner, essas bobagens já aconteciam. Por falar em Kevin Costner, seu Eliot Ness de Os Intocáveis de Brian De Palma, de 1987, já era um super-herói mais super-herói que Indiana Jones.
O exagero do exagero do exagero.
Tudo cada vez mais distante do universo das pessoas comuns, de gente como a gente, você e eu.
Ora, seu idiota da objetividade – qualquer um poderia argumentar –, cinema também é diversão, cinema também é escapismo. Sim, sim, claro, estou mais cansado de saber disso do que trabalhador depois de 12 horas em mina de carvão. Mas o fato é que o cinemão comercialão, com essa tendência do exagero do exagero, está de fato ficando cada vez mais distante da vida das pessoas.
Não é preciso exagerar para tornar uma história atraente
E aí volto a este Brick Lane. Brick Lane é o anti-tudo isso aí do exagero.
Há problemas, há conflitos, sérios, graves, como há também travessia, mudança, crescimento – mas não é necessário exagerar para tornar uma história atraente, uma experiência prazerosa.
Tome-se o personagem Chanu Ahmed (interpretado por Satish Kaushik), o homem de Bangladesh que imigrou para Londres e de lá importou uma adolescente de aldeiazinha para se casar com ela. A situação – o casamento por contrato feito pelo noivo com o pai da noiva – é absurda, em todos os sentidos, mas é da cultura daquelas pessoas. Chanu Ahmed não é culpado disso.
Chanu é machista, sim – como 99,99% de seus conterrâneos, provavelmente. Com seus 150 quilos ou mais (ele é um sujeito gordo, além de 20 anos mais velho que a mulher pequena, franzinha), trepa desleixadamente sobre ela e nela, que suporta o peso e a situação com a normalidade com que encara os demais deveres de dona de casa. Ele exige respeito, obediência e educação das filhas adolescentes Shahana (Naeema Begum) e Bibi (Lana Rahman). Mas não é um homem violento; não encosta a mão agressiva na mulher ou nas filhas – ao contrário de tantos e tantos maridos e pais, muçulmanos, católicos, protestantes, ateus, o escambau. Seu meio de comunicação com a mulher e as filhas são as palavras (é um leitor compulsivo de clássicos, de ficção e de não-ficção), e não a porrada. Será com palavras que tentará reagir, bem mais para o final da narrativa, ao rapaz, Karim (Christopher Simpson) que ele desconfia seja o amante da sua jovem esposa.
E, no aspecto mais material, a família não vive na miséria, nem muito perto dela – ao contrário de tantos imigrantes de países pobres para os mais ricos do planeta. A vida é dura, mas não é miserável. O apartamento é pobre, mas tem as condições básicas para uma vida decente.
O que estou querendo dizer é que a vida de Nazneen, como a vemos no início do filme, antes que ela passe por novas travessias, não é o inferno total, o exagero do exagero. É uma vida dura, de família classe média baixa, de uma cultura milenarmente repressora das mulheres, em um país estranho – mas não é o inferno total, por exemplo, de uma Celie, a personagem do livro de Alice Walker que Steven Spielberg levou para o cinema em A Cor Púrpura. Muito longe disso.
Interessante: duas circunstâncias me fizeram lembrar de A Cor Púrpura, depois de ver Brick Lane. A profunda amizade entre as duas irmãs, Nazneen e Hasina, o fato de elas terem sido cruelmente separadas uma da outra, e o fato de elas, distantes geograficamente, passarem a se corresponder, ao longo de décadas, tudo isso já havia me levado a pensar na história de Alice Walker, onde acontecem exatamente essas mesmas coisas. Depois me ocorreu isso – enquanto as duas histórias se aproximam muito na amizade das irmãs separadas à força, contra sua vontade, elas se distanciam brutalmente quando mostram a relação entre a protagonista e seu marido. O marido de Celie é brutal, um imbecil completo, um brutamontes em tudo por tudo desprezível. O marido de Nazneen, Chanu Ahmed, é – como descreve uma vizinha da família em Brick Lane, e também a diretora Sarah Gravron numa entrevista no DVD do filme – um bobo, simplório, ao mesmo tempo que se julga muito culto, muito lido, muito sabido. É bobo, e é pomposo nas suas citações dos clássicos, de Hume a Tagore, mas não é, de forma alguma, um mau caráter, um filho da puta.
É tudo parecido com a vida real
Para mostrar conflitos, problemas, travessia, melhora, superação, crescimento, não é preciso exagero – isso foi o que me pareceu querer dizer esse belo filme.
Toda a trajetória de Nazneen em Brick Lane, a partir do momento em que a vemos pela primeira vez, com dez minutos de filme, até o final, é uma trajetória de crescimento, de melhora – passando pelos inevitáveis solavancos, ameaças, pequenas tragédias. Mas é tudo factível, é parecido com a vida real, em que não há super-heróis, super-heroínas.
Até mesmo a rebeldia de Shahana, a mais velha das filhas do casal, é uma coisa mais para suave do que para radical. Ela nasceu na Inglaterra, freqüenta escolas inglesas, é necessariamente diferente da mãe, muitíssimo diferente do pai. Enfrenta o pai – mas ao mesmo tempo gosta dele, tem respeito por ele. Autores, roteiristas, diretores mais propensos a um exagero para conseguir resultado mais dramático poderiam perfeitamente ter desenhado uma Shahana muito mais radical, e portanto mais estereotipado e mais longe do comum, do normal.
Sarah Gavron, um nome para se guardar
Foi o primeiro longa-metragem dirigido por essa moça Sarah Gavron, que veio do documentário e de um curso na Escola Nacional de Cinema e Televisão britânica. A moça tem talento: quem gosta de bom cinema deve ficar atento ao nome dela. Quando perguntada sobre como é fazer um filme sobre uma cultura diferente da sua, tem na ponta da língua dois bons exemplos: pois o indiano Shekhar Kapur não fez os dois Elizabeth, com Cate Blanchett no papel da rainha Elizabeth I, e o chinês Ang Lee não filmou o inglesérrimo Orgulho e Preconceito?
Demonstra respeito por David Lean, a moça Sarah Gavron, e só por isso já tiro meu chapéu para ela. Cineasta inglês que homenageia Sir David Lean merece respeito. (Numa determinada etapa do filme em que Nazneen está descobrindo o que é sensualidade, passa na TV de seu apartamento Desencanto/Brief Encounter, o belíssimo filme de Lean sobre infidelidade conjugal, de 1945.)
As roteiristas são outras duas mulheres, Laura Jones e Abi Morgan, esta inglesa, aquela, australiana. A autora do livro em que se baseia o filme, um best-seller (do qual, confesso, jamais tinha ouvido falar), é Monica Ali, ela própria nascida em 1967 em Daca, a capital de Bangladesh.
O ator Satish Kaushik, que faz Chanu, o marido, é um veterano, com mais de 70 títulos em sua filmografia que também já dirigiu seus próprios filmes, mais de dez. Este aqui foi o primeiro filme em que falou em inglês.
O garoto Christopher Simpson, que faz Karim, e Tannishtha Chatterjee, que interpreta Nazneen, me impressionaram tanto no filme quanto nos especiais para o DVD – nas entrevistas, demonstram inteligência, perspicácia, seriedade, preparo, estudo, e muita cultura. Falam de maneira extremamente articulada sobre os personagens, as situações. Não são jovens bonitinhos que trabalharam como modelo e daí passaram para o cinema: têm talento, estudaram. Ele nasceu na Irlanda, em 1975, filho de pai irlandês e mãe filha de gregos e ruandenses. Que maravilha esses cruzamentos todos, a globalização do sangue.
Tannishtha Chatterjee é uma jovem atriz indiana. A rigor, conforme nos conta a diretora Sarah Gravron, é bengali; seus avós se mudaram de Bangladesh para a Índia durante a Partição. Estudou arte dramática, fez teatro. Juro que não me lembrava disso, mas ela já está aqui neste site: trabalhou em Sombras do Passado/Schatten der Zeit, uma produção alemã totalmente passada na Índia, dirigida por Florian Gallenberger, outro filme muito interessante.
Como citei bengali e a Partição, acho que podem ajudar algumas informações básicas. Bengali aparece no Dicionário Unesp de Português Contemporâneo como natural ou habitante de Bangladesh, mas não parece uma acepção exata. A rigor, o termo se refere à região onde se fala o bengali, a língua bengali – e essa região inclui Bangladesh e também o Estado indiano de Bengal Ocidental. Como aconteceu em diversas outras regiões da Ásia e também da África, colonizadas por europeus, as fronteiras criadas ali são artificiais, não respeitam a divisão etno-linguística. Essas fronteiras foram estabelecidas em 1947, com o fim da ocupação britânica e a independência da Índia – o que ficou na História como a Partição. Junto com a independência da Índia, foi criado o Paquistão, onde se concentrava a população muçulmana – um país com dois territórios, um a Leste, outro a Oeste, separados pela Índia no meio. O lado do Leste tornou-se o atual Bangladesh, depois da guerra de independência em 1971. Dizimado pela guerra e por desastres naturais, o país era, no início dos anos 70, um dos lugares mais miseráveis do mundo; foi para minorar a fome do povo da recém-independente Bangladesh que George Harrison, por influência do grande Ravi Shankar, organizou os famosos concertos no Madison Square Garden de Nova York, que resultaram em disco triplo e documentário longa-metragem – os primeiros gigantescos shows de rock por uma causa humanitária.
Que beleza a cor morena, a cor mulata
Para terminar esta anotação já muito longa e cheia de tergiversações, lá vai mais uma: que maravilha é a cor da pele de Tannishtha Chatterjee, e dos demais bengalis mostrados no filme. Que beleza que é aquela cor bem morena, a cor tão comum no Brasil, a cor mulata, resultado da miscigenação, esse abençoado antítodo contra o crime do racismo.
Um Lugar Chamado Brick Lane/Brick Lane
De Sarah Gavron, Inglaterra-Índia, 2007
Diretores assistentes Ruhul Arnin e Sangeeta Datta
Com Tannishtha Chatterjee (Nazneen), Satish Kaushik (Chanu Ahmed),
Christopher Simpson (Karim), Naeema Begum (Shahana), Lana Rahman (Bibi), Zafreen (Hasina)
Roteiro Laura Jones e Abi Morgan
Baseado no livro de Monica Ali
Fotografia Robbie Ryan
Música Jocelyn Pook
Produção Film4, Ingenious, UK Film Fund.
Cor, 102 min
***
Eu gostei do filme, mas não morri de amores… me dá uma certa gastura ver mulheres submissas, apesar de que, como vc falou, o marido não era violento. E por falar na peça, ele me lembrou o americano médio, uma espécie de Homer Simpson; aliás, pra quem ainda não sabe, essa é a forma como o William Bonner vê os seus telespectadores! Mas voltando, ele me lembrou o americano médio: enorme de gordo, do tipo que tem um trabalho meio mecânico e sacal, chega em casa e se planta em frente à TV (e vai assistir ao JN pra não ter que pensar!), quando sai pra passear faz aquele típico programa de índio!! A diferença é que ele era um leitor voraz, mas ainda assim, acho que ele não sabia interpretar o que lia, rs. Em duas palavras, um bobalhão ridículo (até no jeito de puxar as meias até o joelho como o americano faz!). Mas deixo aqui um “uau” de respeito pq o cara lia Tagore.
Tb gostei da atuação dos atores, todos muito bem, incluindo as crianças (que são lindas).
Como disse antes, não morri de amores; mas é um bom filme, delicado, muito pela delicadeza da protagonista (que me lembrou a Dira Paes quando era mais nova). As cores fortíssimas que vc citou e que a diretora usou pra retratar a infância da protagonista lembram um pouco o estilo do Almodóvar, só que sem ser kitsch.
Tb acho muito bonita a cor da pele deles, que no Brasil lembra muito as morenas-jambo. Pena que aqui as pessoas façam de tudo pra “embranquecer” e negam até não mais poder as suas origens.
* Ótimo paralelo vc fez com as irmãs de A Cor Púrpura. Realmente a vida de Nezneen não tem nada da vida da Celie, ainda bem! Lembro que vi esse filme ainda adolescente, meio que pré-adolescente, e sofri vendo o sofrimento daquelas duas. Aquelas eram as verdadeiras vidas secas. Considero um ótimo filme, mas pra quem tem coração é duríssimo assistir.
Jussara, já falei com você que só pelo prazer de ler seus comentários já valeria a pena eu ter criado o meu site?
A Mary disse que com os comentários que você mandou já dava para você fazer o seu blog. Mas aí eu disse: não, não, se a Jussara fizer um blog ela não manda mais comentários pra cá…
Excelentes, como sempre, as suas observações. O detalhe de o maridão puxar as meias até o joelho é demais!
Abração grande.