1.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2009: Este aqui foi o segundo longa-metragem escrito e dirigido por Julie Delpy, essa gracinha de atriz ao mesmo tempo francesa e americana, que já trabalhou sob a direção de diversos ótimos cineastas, na Europa e nos Estados Unidos. Achei bem fraquinho, uma bobagem dispensável.
Julie Delpy faz o papel de Marion, uma moça bem parecida com Julie Delpy. Assim como a diretora-roteirista-atriz, nascida em Paris em 1969, radicada nos Estados Unidos e cidadã americana desde 2001, Marion é uma parisiense que vive há um bom tempo nos Estados Unidos. Também como Julie Delpy, que tem sérios problemas de visão, Marion tem problemas para enxergar o mundo – apesar dos grandes óculos, vê tudo com uns furinhos pretos.
Quando a ação começa, Marion e seu namorado Jack (Adam Goldberg) estão no trem, voltando de férias em Veneza e indo para Paris, onde deverão embarcar dois dias depois de volta para Nova York. Ficarão no apartamento que Marion tem em Paris, no mesmo prédio em que vivem seu pai e sua mãe – interpretados por Albert Delpy e Marie Pillet, exatamente os pais de Julie, os dois atores. Papá e mamã de Marion têm um grande desprezo pela América e pelos americanos.
Marion e Jack estão juntos há dois anos; discutem bastante, pelas menores coisinhas do dia-a-dia. Na verdade, Jack é um sujeito bem chato, bem sacal, um pentelho, capaz, por exemplo, de indicar erradamente o caminho do Louvre para um grupo de turistas americanos, só para passar na frente deles na fila do táxi. Implica com a França, as coisas francesas, o mofo do banheiro do apartamento, com tudo possível e imaginável.
Marion aproveitará a estadia em Paris para rever ex-namorados – e ela teve vários. Jack, que já é por natureza um chato, vai virar um chato ciumento.
Marion mereceria um namorado melhorzinho. Os espectadores também mereceriam um filme melhorzinho.
Achei que os diálogos – muitos deles parecem improvisados – são falsos, forçados, uma tentativa de fazer um humor à la Woody Allen sem o talento do próprio. E me pareceu cansativa a câmara nervosa, agitada.
Mas esta é só a minha opinião particular. Julie Delpy foi indicada para o César de melhor roteiro original, e o filme teve outras indicações em festivais.
Dois Dias em Paris/2 Days in Paris
De Julie Delpy, França-Alemanha, 2007
Com Julie Delpy, Adam Goldberg, Daniel Brühl, Marie Pillet, Albert Delpy
Argumento e roteiro Julie Delpy
Produção Tempête Sous um Crâne. Estreou em SP 14/3/2008
Cor, 96 min
*
O filme é bem chatinho mesmo. Tem umas partes nada a ver (como quando começam a aparecer do nada os ex-namorados dela – todos bem sem noção, diga-se de passagem ). O tal Jack é um chato de duas galochas. Mas a parte da implicância dele com o apartamento, a sujeira e tals, eu até que gostei, pelo menos no filme a impressão que foi passada é de que estava mesmo tudo muito sujo.(Agradeço aos índios que nos ensinaram a tomar banho e a gostar de água. Acho que ninguém toma tanto banho quanto o brasileiro. Só em pensar que europeus e americanos limpam banheiro com paninho e sprayzinho, me dá gastura).
Indicação de roteiro original pra uma história fraquinha dessas? Se ela tivesse talento, poderia ter feito uma ótima comédia com as diferenças entre parisienses e nova iorquinos ou whatever. Gosto dela como atriz, mas como roteirista* e diretora ainda tem que comer muito arroz com feijão, ou muita baguete com queijo, sei lá.
* embora ela tenha participado do roteiro de Antes do Pôr-do-sol, um filme que adoro. Mas aí foi uma coisa a quatro mãos.