3.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2007, com complemento em 2008: Eis aí um bom suspense. Primeira grande qualidade: embora feito em 2007, não segue nenhuma das duas recentes danações do cinema americano – a mania de complicar o que poderia ser simples e a mania de fazer tudo parecer um videoclip, aceleradinho, aceleradinho.
Segunda grande qualidade: é uma trama muito inteligente. Ted Crawford, o personagem de Anthony Hopkins, é um bilionário de intelecto genial que planeja e executa com rigorosa maestria a tentativa de assassinato da mulher que o trai com um tenente da polícia de Los Angeles. A base do plano é, simplesmente, tornar a sua própria confissão (feita ao próprio amante da mulher) inválida diante do júri – e não deixar nenhuma prova material do crime.
Boa parte da qualidade da trama toda vem do embate entre o bilionário e o assistente da Promotoria que pega o caso, Willy Beachum. Esse promotor (feito por um garoto que eu desconhecia, Ryan Gosling) é um jovem brilhantíssimo, de origem muito humilde e extrema ambição, que está no momento exato da ação prestes a deixar o emprego público para ir para uma firma bilionária de advocacia.
Vamos ter, então, uma briga de inteligências – um assassino frio, calculista, espertíssimo, contra um jovem profissional brilhante, mas enrolado em sua própria ambição.
É um prazer ver um thriller americano recente que não tem explosões, perseguições de carros, ação frenética.
Esse diretor Gregory Hoblit começou a carreira na TV, produzindo e dirigindo episódios de seriados sobre crime e Justiça. Domina bem esse coisa que exerce grande fascínio, os filmes sobre tribunal. Seu primeiro longa-metragem foi um ótimo filme que começa com o assassinato de um importante bispo de Boston, As Duas Faces de Um Crime/Primal Fear, de 1996, com Richard Gere e Edward Norton.
Um Crime de Mestre/Fracture
De Gregory Hoblit, EUA-Alemanha, 2007.
Com Anthony Hopkins, Ryan Gosling, David Strathairn, Rosamund Pike, Embetz Davidtz, Fionna Shaw
Roteiro Daniel Pyne Glenn Gers
Argumento Daniel Pyne
Música Jeff Danna e Mychael Danna
Produção New Line e Castle Rock. Estreou em SP 11/5/2007.
Cor, 112 min
***
Vi o filme e também gostei. Mas alguma coisa me chamou a atenção… percebam a sutil semelhança da história do filme com a fantástica história de OJSimpson. Este, todos sabem que matou a esposa – provavelmente por motivo de traição -, foi absolvido por provas indevidas (no filme a arma do crime é tudo) e, depois inda quis contar num livro como teria sido o crime “se ele o tivesse cometido”. E conta tudo… como no filme… incrível. Quem o fez, pensou nisso, com certeza. O filme é mesmo genial.
O seu site também… estou acompanhando… e vendo filmes pra caramba. Que arte!!!
De fato, Heringer, tem tudo a ver com a história do O.J. Simpson. Agradeço muito por você ter enviado seu comentário, porque eu não havia percebido essa semelhança. Agora que você chamou a atenção, realmente é óbvio. Obrigado, e comente sempre!
A trama é muito boa, gosto de filmes de tribunal, mas achei o filme meio chato, parado demais. Faltou um pouquinho de ação, rs. Gosto do Anthony Hopkins mas tb achei que ele estava chato. Aliás, esse filme segue o mesmo ritmo de As Duas Faces de Um Crime, que tb achei meio arrastado. Me dá a impressão que as histórias são boas, os finais surpreendem, mas o cara não sabe contá-los.