Nota:
Anotação em 2007, com complemento em 2008: Na segunda vez, gostei ainda mais desta deliciosa refilmagem da obra inglesa dos anos 50 com o grande Alec Guinness. O humor dos irmãos Coen nunca esteve tão afiado, corrosivo, implacável – e negro.
É a história de um grupo de ladrões atrapalhadíssimos, chefiado por um sujeito, Goldthwait Higginson Dorr (Tom Hanks), que se diz professor universitário e músico, e aluga um quarto na casa de uma senhora negra, e pede para usar o porão da casa para o ensaio de seu grupo musical dedicado a peças medievais. Enquanto um aparelho de som reproduz, alto, peças clássicas, Dorr e seus louquíssimos comparsas vão furando um túnel em direção ao cofre de um barco-cassino ali perto.
O cast é de um brilho raro – todas as figuras são absolutamente impagáveis. Tom Hanks está exageradíssimo (e engraçadíssimo) como o chefe da quadrilha, sempre falando numa linguagem absolutamente empolada para impressionar a dona da casa. Esta, por sua vez, interpretada com brilho por Irma P. Hall, é uma figuraça maravilhosa, interessantíssima. J.K.Simmons, um comediante hilário – só a cara dele já faz o espectador morrer de rir – está ótimo como o especialista em explosivos que, nas horas cruciais, tem diarréia. Marlon Wayans faz o jovem negro que se emprega no cassino para passar as informações para a quadrilha. Todos brigam entre si sem parar.
Como em Fargo, o espectador verá diversas mortes. A diferença é que a carnificina em Fargo é trágica; aqui, é uma brincadeira engraçada.
Mas a melhor coisa do filme, na minha opinião, é a trilha sonora, coordenada por T-Bone Burnett, cheia de canções de sangue negro, lindíssimas, capazes de fazer balançar até as pedras. A trilha sonora instrumental, original, é mais uma vez de Carter Burwell, o colaborador de sempre dos irmãos Coen.
O iMDB informa que este filme, de 2004, foi o primeiro em que os irmãos Joel e Ethan Coen assinaram a direção e a produção. Todos os muitos filmes anteriores da dupla haviam sido dirigidos e produzidos pelos dois, mas nos créditos era dito que Joel dirigia e Ethan produzia.
Para o registro: The Ladykillers original, feito pelo tradicional estúdio inglês Ealing Pictures, foi dirigido em 1955 por Alexander Mackendrick (1912-1993), e no Brasil teve o título de Quinteto de Morte; nele, a quadrilha de trapalhões chefiada por Alec Guinness incluía Herbert Lom e Peter Sellers, este em começo de carreira – os dois atores que iriam se encontrar várias vezes nos anos 60 dirigidos por Blake Edwards na série A Pantera Cor-de-Rosa.
Matadores de Velhinhas/The Ladykillers
De Ethan e Joel Coen, EUA, 2004
Com Tom Hanks, J.K.Simmons, Irma P.Hall, Diane Delano, Marlon Wayans
Roteiro Ethan e Joel Coen
Baseado no roteiro do filme Quinteto de Morte/The Ladykillers, de William Rose
Música Carter Burwell e T. Bone Burnett
Produção Touchstone Pictures
Cor, 104 min.
Deles sérgio, eu também gosto do ….Ei companheiro cadê voce,…. não sei o título em ingles,mas é com george clooney e outros dois que não me recordo.A trilha sonora também é muito boa. célia.
Exatamente: é o E Aí, Meu Irmão, Cadê Você? A trilha sonora é uma total delícia, e o filme é engraçadíssimo… Um abraço, e obrigado.
Sérgio
Uma ótima tarde !!
Assisti mes passado dia 31.
Achei a abertura do filme bem interessante.
“Voce sabe como eles chamam as pesôas de cor nessa música ? Voce tem idéia ? Chamam de crioulos. . . 2 mil anos depois de Cristo 30 anos após Luther King”
“Como diz o jogador de futebol, no mundo há 2 tipos de pessôas, as que sofrem da falta de vigor e as que vão sofrer”
“Ela tinha um trazeiro que podia rebocar um ônibus; melhor , era mais que um trazeiro, era poesia . . .”
O professor era um hilário e magnífico cara de pau. Tinha que ter muito óleo de peroba prá ele
“S I I – Sindrome Intestino Irritável – ela atinge a todos nós sem difrença de idade, sexo ou raça; – foi em um fim de semana para pacientes com SII que eu e Montana nos conhecemos” . Como voce diz, J.K.Simmons ele é demais, só a cara já faz rir. E lembar de seu personagem em ” OZ “. Nada a ver, não é?
É a tal da ” veia cômica ” . Me fez lembrar também o Leslie Nielsen. Vi filmes sérios, dramas , com ele . E no entanto ele veio fazer imenso sucesso nas comédias.
Na verdade o ano sabático do professor era todo ano. Aquele cão tinha o mesmo nome do cão do SGT Tainha ( recruta zero ).
Muito legal a cena do assalto na loja do “China” .
Fora os que citei , existem outros tantos belos diálogos neste filme.
Há uma frase que diz – ” juventude não é desculpa para nada ” . E , esta , me lembrou uma outra que voce costuma usar.
“A juventude é uma doença que o tempo cura.”
Aquela velhinha era impagável mesmo.
O personagem do Marlon é que não quer vê-la pela frente de jeito nenhum . . . aliás a rua onde ela morava era muito bonita.
As cenas das mortes, (a da dentadura então)e os “enterros” muito divertido.
Demais aquele final com o gato Pickles soltando o dedo na embarcação, demais mesmo.
Um filmaço !! Um filmaço, de verdade.
Sou mais apreciador de dramas, seja os Coen, Almodóvar, mas esta comédia do Joel e Ethan para mim, um filmaço !!!!
Tom Hanks e J.K.Simmons ” arrebentaram ” .
Gostei muito também do Marlon Wayans. E todos os outros estão muito bem.
Irma P. Hall, que velhinha do barulho. E, no final,ela que se deu bem.
Não é a toa que sou fã dos Coen, já assisti deles :
“O Homem que Não Estava Lá” – “Ajuste Final”.
“Gosto de Sangue” – “Bravura Indômita” .
“Onde os Fracos Não Têm Vez”
“O Grande Lebowisck”
“Queime Depois de Ler” – ” E aí,Meu Irmão “.
“Barton Fink” .
Um abraço !!
A minha opinião já ficou bem longa mas, são os Coen, tem que ser dito.
Muito bem sacado as cenas com o retrato do marido falecido da velhinha , na parede .
Este filme é um brilho !!