2.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2006, com complemento em 2008: Uma pequena, despretensiosa comédia sobre infidelidade de jovens casais – ou, na verdade, ao menos do desejo de jovens casados de serem infiéis. E a eterna lembrança de nossas paixões de adolescência.
A história é que uma jovem casada (Harley Jane Kozak) fica imaginando, sem parar, como teria sido sua vida se ela tivesse dado para o namorado da adolescência. Como não consegue realizar ela mesma o desejo, pede a uma amiga (interpretada pela gracinha da Elizabeth McGovern) para ir à cidade do antigo namorado e ver como é que ele é hoje, como ele trepa, e volte com um relato detalhado da experiência.
As peças que a vida prega nas pessoas. Temos então que o rapaz bonitão, interessante, que permanece fixo na memória da moça é hoje um imbecil, sujeito truculento, burro que nem a porta, insensível.
Elizabeth McGovern, que trabalhou em dois filmes esplêndidos, Era Uma Vez na América, de Sergio Leone e Nos Tempos do Ragtine/Ragtime, de Milos Forman, é uma dessas atrizes que mereceria ter tido mais papéis importantes na vida. Uma pena que não tenha tido.
Leonard Maltin, que não gostou do filme (ele diz que tudo é inverossímil), informa que ele ficou pronto em 1991, e, por causa das dificuldades financeiras da produtora Orion, só foi lançado em 1994.
Roger Ebert, sempre mais sensível, pega o que o filme quis dizer, me parece: “Por que as paixonites que temos enquanto adolescentes inexperientes parecem tão mais vívidas e comoventes do que a Coisa Real, quando ela finalmente aparece? Acho que é porque as relações adultas são entre duas pessoas, e as paixonites da adolescência envolvem apenas uma – nós mesmos. Amar outra pessoa, naquela idade, é odiar a nós mesmos – desprezar todos os defeitos, reais ou imaginárias, que nos faz não merecedores dessa outra pessoa perfeita que criamos na nossa imaginação.”
Um Favor Indecente/The Favor
De Donald Petrie, EUA, 1994.
Com Elizabeth McGovern, Harley Jane Kozak, Bill Pullman, Brad Pitt
Roteiro Sarah Perriott e Josann McGibbon
Música Thomas Newman
Cor, 97 min.
A atriz Harley Jane Kozak provou ser uma mulher bonita, atraente e sensual, sem sombra de dúvida uma mulher desejável. Afinal uma mulher como ela é para se ter. Ter-la é um motivo para se sentir um privilegiado, lisonjeado.
Ter uma mulher como ela, gostando o batom vermelho é para se sentir prazer.