Os Desgraçados Não Choram / The Damned Don’t Cry


2.5 out of 5.0 stars

 Anotação em 2006, com complemento em 2008: Este aqui é um daqueles “preto-e-brancos com uma mulher no forte papel principal” de que fala a canção dos Cowboy Junkies. As décadas de 30 a 50 tiveram muitos desses filmes, mas o modelo quebrou, já não se fazem mais. A mulher é Joan Crawford – e papel principal forte é com ela mesma.  

O filme é todo construído em flashbacks. Começa com um assassinato numa casa de novo rico, envolvendo uma mulher da sociedade. Os flashbacks vão revelar que a mulher era muito, mas muito pobre; abandonou o marido e foi escalando os Alpes da escala social à medida em que se envolvia com homens ricos – e com o gangsterismo. Como disse Leonard Maltin, numa boa frase, ela vai descobrir tarde demais que mulher de gângster não tem direito a amor ou felicidade.  

Segundo o iMDB, a história é vagamente baseada na vida de Virginia Hill, que foi amante do gângster Bugsy Siegel – o sujeito que criou Las Vagas, e teve sua vida retratada no filme Bugsy, de Barry Levinson, em 1991, com Warren Beatty no papel principal e Annette Benning no da amante.     

Pauline Kael detestou o filme. Diz que Joan Crawford, de cara rígida, faz um papel que só teria sentido se fosse interpretado por uma jovem de beleza radiante. “Ela tem o dobro da idade que deveria ter, e sua atuação é carrancuda e como uma máscara. Interpreta uma mulher de passado sem brilho que quer dinheiro e poder, e pensa que fará tudo para obtê-los; abandona o marido e se envolve com gângsters. Steve Cochran, que é um deles, tem o único papel interessante; ele tem alguma energia e frescor, e o filme morre quando ele é assassinado.”

Os Desgraçados Não Choram/The Damned Don’t Cry

De Vincent Sherman, EUA, 1950

Com Joan Crawford, Richard Egan, Steve Cochran, Kent Smith

Roteiro Harold Medford e Jerome Weidman

Baseado em história de Gertrude Walker

Produção Warner Bros.

P&B, 103 min.

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