2.5 out of 5.0 stars
Anotação em 2006, com complemento em 2008: Um filme estranho: me pareceu que André Téchiné, um diretor de filmes tão bons, quis contar esta história de uma forma absolutamente fria, sem qualquer emoção.
A ação começa em Paris, em 1940. As tropas nazistas estão invadindo a França, e em questão de dias estarão na capital. Uma jovem viúva, Odile (Emmanuelle Béart, tão absolutamente linda quanto, neste filme, inexpressiva), abandona a casa com seus dois filhos, Philippe (Grégoire Leprince-Ringuet) e Cathy (Clémence Meyer), de cerca de dez e oito anos de idade, rumo ao Sul, para fugir dos invasores. Exatamente como estão fazendo milhares e milhares e milhares de pessoas.
Depois de dias de fuga, em estradas lotadas, já longe de Paris, aproxima-se da família um adolescente, meio delinqüente, Yvan (Gaspard Ulliel); o garoto Philippe se dá bem com ele, quer que ele permaneça com a família. Um bombardeio alemão faz o grupo sair da estrada e se embrenhar pelo campo. Odile a princípio não tem muita confiança no rapaz, mas aceita sua companhia achando que ele afinal poderá ser útil naquele ambiente desconhecido. Inevitavelmente, haverá um caso entre os dois.
O filme se baseia num livro de Gilles Perrault, Le Garçon aux yeux Gris/O Garoto de Olhos Cinzentos. Fiquei meio sem entender por que Téchiné resolveu filmá-lo. Certo: os filmes que vi de Téchiné falam de família, relações familiares, questões afetivas, relações perigosas. E, sim, mexem também com a coisa do outro lado da lei: Minha Estação Preferida/Ma Saison Préférée, de 1993, Os Ladrões/Les Voleurs, de 1996, Alice e Martin, de 1998, Os Tempos Que Mudam/Le Temps qui Changent, de 2004. E são basicamente os mesmos temas que estão neste filme aqui. Mas ele me pareceu o mais fraco de todos. Não que seja ruim, de forma alguma. É que os outros quatro que citei são muito, muito bons.
E, quanto à minha observação inicial, de que o filme parece estranhamente frio, sem qualquer emoção, encontro no Dicionário de Jean Tulard uma observação segundo a qual os críticos aproximam Téchiné de Brecht – o distanciamento, o não emocional. OK – mas não tive essa sensação nos outros filmes dele.
Anjo da Guerra/Les Égarés
De André Téchiné, França-Inglaterra, 2003
Com Emanuelle Béart, Gaspard Ulliel, Grégoire Leprince-Ringuet, Clémence Meyer
Roteiro Gilles Taurand e André Téchiné
Música Philippe Sarde
Cor, 95 min.
O filme é apenas bonito, porém a trilha sonora de Phillipe Sarde é maravilhosa.
Acabei de asistir . Foi o que também achei, um filme muito estranho. Não sei bem dizer mas, a forma como as coisas acontecem. Como voce diz , sem emoção , uma coisa fria , diferente, não consigo encontrar a expressão certa.
Não sei mas , jamais imaginei que o filme terminaria do modo como foi. Não entendi.
O que tenho certeza é que concordo contigo quanto a Emanuelle Béart , linda e apagada .
Ainda não vi nenhum dos quatro filmes deste diretor, que voce citou . Vou tentar já que voce diz que são muito bons.
Uma coisa é certa, a Cathy me cativou muito.
Um abraço !!