Nota:
Anotação em 2003: Este filme com clima noir tem uma característica interessante: o fato de que toda a primeira terça parte do filme é com a tal da câmara subjetiva – a câmara é o olhar do personagem central, interpretado por Humphrey Bogart.
Desta forma, Bogey, então no auge da fama, e o maior atrativo na bilheteria (além de sua então jovem esposa Lauren Bacall, belíssima), só aparece quase na metade do filme, o que é no mínimo, no mínimo, bem ousado. E quando finalmente aparece, é depois de uma operação plástica para não ser reconhecido (ele acabava de fugir da penitenciária de San Quentin), e seu rosto está coberto por ataduras.
Mas é um daqueles filmes que prometem no início mais do que entregam. No final, as soluções são simplistas demais, o que é no mínimo contraditório num filme que se quer noir, já que noir, necessariamente, é complexo, complicado, enrolado.
Prisioneiro do Passado/Dark Passage
De Delmer Daves, EUA, 1947.
Com Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Agnes Moorehead
Roteiro Delmer Daves
Baseado em novela David Goodis
P&B, 106 min.
Tá bom, tá bom… Mas é Humphrey Bogart. E Bogart já vale. Aliás, eu vi o filme há muitos anos e teria de rever.