Pulp Fiction


Nota: ★★☆☆

Anotação em 1999, com complemento em 2008: Onze de cada dez espectadores adoraram Pulp Fiction. Virou um dos maiores cults da história. Nunca, nos últimos anos, um diretor foi tão badalado quanto Quentin Tarantino. Para mim, ele pareceu apenas mais um filme daquele subgênero tão desagradável e moralmente perigoso que chamo de Como São Charmosos e Sensacionais os Fora-da-Lei.

Anélio Barreto, que há um ano me cobrava por não ter visto o filme, me emprestou o DVD. Vi com evidente preconceito e indisposição – é preciso dizer. No fim, fiquei como estava antes de ver.

O que tanta gente anda chamando de o novo Cidadão Kane para mim é mais um filme violento que finge se aproveitar do gosto popular pela violência para denunciá-la quando na verdade está mesmo é se aproveitando do gosto popular pela violência e fazendo-a crescer como uma bola de neve cancerosa.

Apenas mais um filme violento que, ah, sim, tem uma sacadinha na narrativa. Sim, é verdade, é uma boa sacadinha – quando o espectador está achando que a história acabou, o filme pega um outro ângulo e volta atrás no tempo, para a cena de abertura – o casal resolvendo assaltar o bar – da qual o espectador menos interessado na fascinante vida dos fora-da-lei totalmente drogados já nem se lembrava mais.

Prefiro Jackie Brown, que o diretor faria três anos mais tarde, em 1997. Tem a mesma sacadinha da narrativa, e é mais interessante porque fala de uma pessoa – o personagem título – que não é totalmente fora-da-lei e totalmente drogado, e até se parece um pouco com os 99,99% dos seres humanos que o cinemão violento de Hollywood não retrata.

E, em termos de sacada de narrativa, prefiro mil vezes o final do O Sexto Sentido, de M. Night Shyamaln.

Pulp Fiction

De Quentin Tarantino, EUA, 1994.

Com John Travolta, Samuel L. Jackson, Uma Thurman, Harvey Keitel,

Argumento Roger Avary e Quentin Tarantino

Roteiro Quentin Tarantino

Cor, 154 min. Depois saiu uma edição com 168 min.

11 Comentários para “Pulp Fiction”

  1. final por final fico com ” Os suspeitos “, que é anterior ao “Sexto sentido”.

  2. Olá, Stélio!
    Não, não tem isso de eu não ter gostado do seu comentário. É que o programa prevê que comentários de leitores novos precisam ser aprovados pelo administrador do site. E leva um tempinho até eu ver que chegou comentário novo, e aí aprovar para que ele entre no ar.
    Sérgio

  3. Oi Sérgio!Obrigada por ter respondido ao meu post de forma tão atenciosa e gentil e pela força pra continuar escrevendo!estou feliz pq finalmente encontrei alguém com a mesma opinião q eu!!Pra falar a verdade,eu não conseguir passar da metade de Pulp Fiction, um filme de mto mau gosto.Tbm não entendo pq tanta gente gosta do Tarantino. Pra mim,ele é óbvio e pervertido demais!E ,pervertido por pervertido,prefiro o Kubrick, q é mais inteligente!
    Bjinho,
    Thitah.

  4. Em algum momento eu sabia que ia me deparar com quem não gostasse de Tarantino, não dava pra crer que ele fosse unanimidade.

  5. A narrativa até está bem urdida, várias histórias que se interligam, o pior é o resto. O resto é o vazio total, não há nada que fique depois de ver um dos seus filmes.

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