2.5 out of 5.0 stars
Anotação em 1998, com complemento em 2008: Uma comedinha romântica bem anos 90, fazendo muita questão de ser bem anos 90. A ação se passa toda ao longo de um dia, e o filme a todo momento mostra a passagem de tempo, focalizando relógios.
Começa por volta de meia-noite, quando uma arquiteta de Nova York, Melanie Parker (Michelle Pfeiffer, com mais trejeitos e tiques do que seria de se esperar dela), tenta fazer o filho de seis anos dormir para ela própria poder descansar. Ela é do tipo todo certinho, recatada, que quer ter controle sobre tudo, superprotege o filho – um pentelho horroroso, ou, em linguagem politicamente correta, um moleque bem moleque que não pára quieto um segundo. Vai se envolver ao longo do dia com um jornalista, Jack Taylor (George Clooney de Batman e Robin e Velocidade Máxima 2, extremamente careteiro), que obviamente é seu oposto, desarrumado, desregrado, mulherengo. Os dois, obviamente, são divorciados. Ele é pai de uma garota que, obviamente, previsivelmente, estuda na mesma escola que o filho dela.
De manhãzinha, a ex-mulher dele deixa com ele a filha, pois está se casando e saindo em lua de mel para Barbados. Ele deveria levar a filha para a casa de Melanie, vizinha da ex-mulher, que a deixaria na escola, mas é claro que não leva; atrasam-se, e os dois garotos perdem o barco no qual os alunos da escola fariam uma excursão.
Esse é o gancho e a história do filme: em um dia em que a arquiteta e o jornalista têm compromissos importantíssimos nas respectivas profissões, têm que cuidar dos filhos. E por que não contratam uma babá? Ora, não contratam uma babá porque, se contratassem, o filme não exisitiria.
Seguem-se as piadas esperadas, mais algumas inesperadas. Exemplo de piada esperada: ela leva o filho para o escritório e, por causa dos carrinhos de brinquedo dele, derruba a maquete do prédio que vai apresentar naquele dia para o cliente importante.
Exemplo de inesperada: ele leva a filha ao analista e tenta falar em linguagem cifrada, a filha, é claro, entendendo tudo.
Há diálogos interessantes entre os dois, questionando a mentalidade da mulher profissional modelo anos 90 que acha que pode fazer tudo sozinha. E a cena final é muito gostosa, remando contra qualquer expectativa do espectador de comedinha romântica.
No mais, o filme usa e abusa daquele recurso cujo nome desconheço, ou já esqueci, a montagem com a nova cena avançando lateralmente sobre a anterior, que era usada nas antigas comédias românticas de Hollywood. E usa e abusa daquele recurso de dividir a tela (split screen) para mostrar os dois ao mesmo tempo, estando eles em lugares diferentes, à la Confidências à Meia Noite.
A trilha sonora tem uma gravação nova (com a Natalie Merchant, ex-10,000 Maniacs, que eu só viria a conhecer anos mais tarde) de One Fine Day, a música composta nos anos 60, acho, pela dupla Carole King-Gerald Goffin, antes que o casamento e a parceria se desfizessem e ela passasse para a carreira solo e estourasse com Tapestry, de 1971. Não por acaso, o nome da música dá o título ao filme.
Uma observação engraçada (que faço em 2008, na hora de colocar no site a anotação original acima, feita em 1998): em 1998, eu falava de George Clooney como alguém que eu não conhecia antes. Este deve ter sido o primeiro filme que vi com ele; em seguida ele iria se transformar em um dos maiores astros de Hollywood, um ator respeitado – e um danado de um ativista político.
Um Dia Especial/One Fine Day
De Michael Hoffman, EUA, 1996.
Com Michelle Pfeiffer, George Clooney, Mae Whitman, Charles Durning
Roteiro Terrel Seltzer e Ellen Simon
Música James Newton Howard
Produção 20th Century Fox
Cor, 108 min.
**1/2
Título em Portugal: Um Dia em Grande
É um filme legalzinho, bom de se ver num feriado de dia chuvoso, se não estiver passando mais nada de interessante na TV. Nessa época eu já conhecia e suspirava, rs, pelo George Clooney pq ele fazia uma série que eu adorava, a E.R., que aqui no Brasil ficou conhecida como “Plantão Médico”.
Eu gostei da paradinha mostrando a passagem do tempo nos relógios e acho que todo filho superprotegido é “um pentelho horroroso”, rsrs. A versão da música ficou bonita, apesar de triste. O bom é que dá pra ouvir as duas em dias diferentes. A original, em dias animados, e a versão, em dias mais nublados, digamos assim.
este filme é tudo de bom,é sensacional
Não tem como definir melhor este filme do que uma comedinha romântica anos 90. Que filme agradável e fofo. ( o filho da Melanie me tirou do sério hahah) ! Michelle Pfeiffer e George Clooney no auge da beleza. Muito bom !!