2.5 out of 5.0 stars
Anotação em 1996, com complemento em 2008: O filme famosíssimo de Marcel Carné, feito em 1942, é pesadão, teatral, com diálogos artificiais. Tudo só funciona mesmo como documento histórico de uma parábola feita para enfrentar a censura dos invasores nazistas e do governo de Vichy. Os críticos chamaram o filme de “irrealismo poético”.
Na Idade Média (1485), um castelo está em festa para a filha do barão, Anne, que vai se casar com Rénaud. Chegam ao castelo dois menestréis, Gilles e Dominique, que enfeitiçam imediatamente os noivos, respectivamente, claro. Rapidamente ficamos sabendo que eles são mensageiros do Diabo – o qual mais tarde aparecerá também. Dominique não faz apenas o noivo se apaixonar por ela, mas também o pai da noiva, o barão viúvo. Dominique – que no passado teve um caso de amor agora em cinzas com Gilles – não tem dúvidas de consciência; é vendida para o diabo e pronto. Mas Gilles tem ganas de independência do patrão, e de fato se apaixona por Anne. Um amor que vai perdurar até mesmo depois que o Diabo os transforma em estátua.
O Diabo, claro, é Hitler, o nazismo, o invasor alemão.
O Cinéguide francês é curto e grosso – dá estrela de importância e resume assim: “1485. Um casal de menestréis é enviado pelo diabo para corromper os convidados de um castelo”.
O Dicionário de Filmes de Georges Sadoul se estende muito mais: “Excelente exposição, com a cavalgada por paisagens minerais, a chegada ao grande castelo branco, as exibições dos bobos da corte durante o banquete medieval, o baile que começa e cujos dançarinos de repente se imobilizam. Depois disso, nem a ação nem os atores transmitem convicção, e a perfeição dos enquadramentos não evita a demasiada falta de fantasia na narrativa. (…) Para Jacques Prévert (o grande poeta, um dos roteiristas do filme), o Diabo, encarnado pelo truculento Jules Berry, representava Hitler, e o filme devia ser realizado com os episódios mágicos, mas em trajes modernos. O diretor e o roteirista recorreram à Idade Média como um álibi. Suas alusões, muito disfarçadas, não foram compreensíveis nem para o espectador mais atento. A direção e os cenários inspiraram-se com êxito nas miniaturas medievais. O filme teve um sucesso considerável, do qual se beneficiaram Além da Vida e O Boulevard do Crime.”
Os Visitantes da Noite/Les Visiteurs du Soir
De Marcel Carné, França, 1942.
Com Jules Berry, Alain Cuny, Arletty, Marie Déa, Fernand Ledoux, Marcel Herrand, Gabriel Gabrio.
Roteiro Jacques Prévert e Pierre Laroche
Música Joseph Kosmas e Maurice Thirié, letras Jacques Prévert
P&B, 120 min
como fazer para adquirir dvd ou vhs do filme os visitantes da noite de marcel carné.estamos procurando por este filme o qual é excelente,principalmente as atuações de alain cuny e arletty. aguardo resposta, obrigada.
Caro Luiz Antonio, parece que vai ser difícil você achar o filme. Aparentemente, ele não chegou a ser lançado no Brasil em VHS (não consta do Videobook, um guia bem completo de tudo que saiu em VHS), nem em DVD. O site Allmusic não assinala que ele tenha sido lançado no mercado americano. E na Fnac francesa ele aparece como indisponível no momento.
O filme pode ser encontrado na interntet. Use o google para achar em rmvb.
https://www.cinefrance.com.br/filmes/os-visitantes-da-noite-1942
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