Anotação em 2010: Este Caso 39 até que não começa mal. Não. Começa até bem, e vai se mantendo interessante durante uns 30 minutos. Aí desanda completamente, e vai desandando cada vez mais, até um final grotesco.
Começa como um suspense, até com uma pitada de drama sério, pesado, sobre uma das piores mazelas da sociedade, pais que abusam de filhos. Renée Zellweger, fazendo uma pausa na série de comedinhas românticas que tem estrelado, interpreta Emily, uma dedicada assistente social, funcionária da repartição pública do Estado do Oregon que cuida de crianças vítimas de violência em suas próprias casas.
Seu chefe, Wayne (Adrien Lester), chega ao módulo de trabalho dela, pergunta com quantos casos ativos ela está. Quando Emily responde que são 38, Wayne joga uma nova pasta sobre a mesa dela. A moça protesta, reclama, mas fazer o quê?
Dedicada, séria, Emily lê os documentos da pasta, o seu caso 39. Uma garota de dez anos, Lilith, aparentemente está sofrendo violência dos pais; suas notas na escola de repente despencaram; ela adormece na classe constantemente. Emily vai fazer uma visita à família de Lilith – a menina (interpretada por Jodelle Ferland, atriz mirim absolutamente impressionante) parece muito traumatizada, e seus pais, Edward (Callum Keith Rennie) e Margaret (Kerry O’Malley), têm uma aparência de fato assustadora. Têm rostos macilentos, doentios, pálidos. A casa parece um inferno.
Emily fica plenamente convencida de que eles estão cometendo algum tipo sério de crueldade contra a criança.
Quando o filme chega aí aos 30 e tantos minutos, pláft! Vira tudo se quiser – o espectador fica sabendo de toda a história, não há mais suspense, o filme resvala para o sobrenatural e vira um terror tenebroso, sanguinário, de quinta categoria.
Os assustadores garotos de Os Inocentes, o impressionante filme inglês dirigido por Jack Clayton em 1961, com Deborah Kerr numa grande interpretação, são absolutamente angelicais, comparados com o que este filme aqui mostra.
Tadinha da Renée Zellweger – deveria ter continuado nas comedinhas românticas.
Foi só depois que o filme terminou que me caiu a ficha que o nome Lilith não foi escolhido à toa. O povo chegado ao ocultismo adora as lendas em torno de Lilith, que teria sido a primeira mulher de Adão, criada ao mesmo tempo que ele. Segundo a Wikiapedia, “no moderno Luciferianismo, Lilith é considerada uma consorte de Lúcifer”.
E chega. Não tem sentido gastar muito tempo com este filme ruim.
Caso 39/Case 39
De Christian Alvart, EUA-Canadá, 2009
Com Renée Zellweger (Emily), Jodelle Ferland (Lilith), Ian McShane (Mike), Bradley Cooper (Doug), Adrien Lester (Wayne), Kerry O’Malley (Margaret), Callum Keith Rennie (Edward)
Roteiro Ray Wright
Fotografia Hagen Bogdanski
Montaem Mark Goldblatt
Produção Paramount, Annonymous Content, Misher Films.
Cor, 109 min
*
Sérgio, gosto de Zellweger, mesmo ela tendo sempre a cara de Bridget Jones em todos seus filmes. Mas é sempre bacaninha. Este filme também é assim: bacaninha. Poderia ser, definitivamente, muito melhor, como você aponta. Mas é uma boa opção para passar o tempo. Só isso.
eu amei esse filme…. mt bom, mt bom mesmo…
Acompanho tudo que a Zellweger faz,e não acho essa bomba que todos dizem.
É bacaninha e rende bons sustos.
A garota é realmente filha do cão…
Ri bastante na sequencia do incendio. Eita menininha diabolica.rsrsrsrs. O Bradley Cooper teve uma morte sensacional. Adorei o filme mas como comedia mesmo. Fiquei com mais medo da menina de A Orfa, esse sik um terror bastante legal e surpeendente. Abracos.