Bebê Rena / Baby Reindeer

3.5 out of 5.0 stars

(Disponível na Netflix em 9/2024.)

Excelente, extraordinariamente bem escrito e bem realizado em todos os aspectos. Cinema de grande qualidade, não importa que tenha sido feito para a TV e o streaming. Uma impressionante lição de coragem de expor terríveis feridas pessoais. Mas Bebê Rena/Baby Reindeer, minissérie britânica de 2024, é daquele tipo de bela obra que é difícil, dolorosa demais de se ver.

É de uma tristeza imensa, infinita, que aperta o peito do espectador como se fosse a pata de um elefante. Muita tristeza demais, muita loucura. Meu Deus do céu e também da Terra, como as pessoas podem fazer tanta coisa doente, insana, ilógica, absurda…

Lançada em abril de 2024, Bebê Rena foi – como esperado, merecidissimamente – um imediato grande sucesso de crítica. O que me parece nem tão esperado foi que teve também ampla aceitação popular – algo em princípio estranho para uma obra sem grandes astros e com tanto drama, que fala da perseguição obsessiva de um homem por uma mulher desequilibrada e mais adiante de um trauma ainda mais profundo.

No IMDb, a minissérie tem a nota média de 7,7 em 10, o que é bem alto – não são muitos os filmes e/ou séries chegam a um resultado tão positivo. No site agregador de opiniões Rotten Tomatoes, Baby Reindeer alcança 80% de aprovação entre os leitores, o Popcornmeter. Entre os críticos, o Tomatometer, a série tem a fabulosa aprovação de 98%.

Bebê Rena foi a grande vencedora na sua categoria (minissérie ou filme) na premiação do Primetime Emmy de 2024, a mais importante da televisão dos Estados Unidos e Reino Unido. Foram nada menos que 11 indicações, e a serie venceu em seis delas.

Richard Gadd levou o Emmy de melhor ator e dividiu o prêmio de melhor minissérie com os demais produtores. Jessica Gunning levou o Emmy de melhor atriz coadjuvante por sua atuação impressionante como Martha Scott, a stalker, a mulher que persegue durante meses e meses a fio o personagem interpretado por Richard Gadd. E foram indicados aos prêmios de atriz e ator coadjuvantes Tom Goodman-Hill e Nava Mau – esta, uma mulher trans de presença forte, marcante, uma ótima atriz.

Ao todo, a série amealhou 18 vitórias e 24 indicações – e isso apenas nos seis primeiros meses após o lançamento, até setembro de 2024, quando escrevo esta anotação.

Tudo, em Baby Reindeer, é impressionante. Mas creio que o mais impressionante é que toda aquela insanidade, aquele absurdo que Richard Gadd escreveu e interpretou não saiu da cabeça dele. Não é uma ficção tresloucada – e sim baseada em fatos reais.

Por que você demorou tanto para apresentar a queixa?”

A série abre com o protagonista Donny Dunn, um sujeito de uns 30 e poucos anos, alto, um tanto desengonçado, feio pra danar, chegando a uma delegacia de polícia para fazer uma denúncia. – “Não sei bem como dizer isso, mas estou sendo perseguido”, diz ele ao jovem policial fardado do outro lado do balcão.

– “I’m geting stalked.”

Há algumas palavras na língua inglesa que são mais fortes, mais poderosas do que seus sinônimos na Última Flor do Lácio Inculta e Bela. Bem, sei lá – é o que eu acho, sinto. O verbo stalk, o substantivo stalker têm mais força, mais expressividade do que perseguir, perseguidor.

A primeira pergunta que o policial faz é “Por um homem ou por uma mulher?”

– “Por uma mulher.”

– “Vocês tiveram relações sexuais?”

– “Não. Ela é um tanto mais velha que eu”.

– “Geralmente não levamos em conta a idade.”

– “Claro. Mas eu garanto: não tivemos nenhuma relação.”

– “Certo. Você diz que essa mulher está perseguindo você.”

– “Sim. Ela vai ao meu trabalho, à minha casa, e me manda e-mails o tempo todo.”

Donny mexe nos bolsos, à procura do celular. O policial pergunta:

– “As mensagens contêm ameaças?”

Donny diz que com certeza, sim – e que vai pegar uma mensagem, aleatoriamente, para mostrar. Vemos em close-up o celular que Donny mostra: “Accabei de comer ovo. Enviado do meu iPhone”, diz a legenda. No original está escrito “I jusst had an egg”. Veremos, ao longo deste primeiro e de todos os outros seis episódios que Martha, embora se diga advogada, sempre comete erros de linguagem de todo o tipo – alguns bem feios, muito mais graves do que simplesmente duas letras S em vez de uma. E todas as mensagens terminam com “Enviado do meu iPhone” – uma pequena demonstração de que tem status social suficiente para comprar o aparelho caro.

– “Não há nada particularmente ameaçador nisso”, diz o policial, que logo pergunta quando aquilo começou.

– “Há uns seis meses.”

– “Seis meses? Por que você demorou tanto para apresentar a queixa?”

A câmara, que já mostrava o rosto de Donny em close-up, faz um zoom. O rosto tenso, nervoso, e agora surpreso de Donny ocupa toda a tela. Corta, fade out, e, sobre a tela agora toda negra, surge o letreiro: “Esta é uma história real”.

Vem um flashback, para o momento em que Martha Scott surgiu na vida de Donny. A voz dele em off conta para o espectador: – “Eu senti pena dela”.

Ele oferece um chá para a moça – e sua vida vira um inferno

Veremos que Donny Dunn é escocês, filho único de pais – gente boa, bom caráter, bom coração, que ama o rapaz; só ficaremos conhecendo os dois ali pelo quarto episódio. Queria ser um comediante, desses de tipo stand-up comedy. Estudou teatro, e na faculdade conheceu e passou a namorar uma moça bonita, simpática, Keeley (o papel de Shalom Brune-Franklin). Tinha passado a morar em Londres com Keeley na casa da mãe dela, Liz (Nina Sosanya), gente fina. Fazia apresentações, participava de concursos de talento, tentava abrir espaço na carreira hiper competitiva – e ganhava a vida trabalhando em um bar.

Estava atrás do balcão do bar, como sempre, quando a mulher entrou.

– “Eu senti pena dela. Esta foi a primeira coisa que senti”, ele relata para o espectador. Ao longo de todos os sete episódios, a voz em off de Donny Dunn-Richard Gadd vai narrando sua história apavorantemente triste, tristemente apavorante.

– “É um sentimento arrogante, sentir pena de alguém que você acabou de ver pela primeira vez, mas eu senti. Senti pena dela.”

Martha- Jessica Gunning sentou-se em uma das cadeiras altas junto do balcão – e começou a chorar.

Donny se aproxima dela, pergunta – delicadamente – se ela quer alguma coisa, ela diz que não. Britanicamente, ele tenta mais uma vez: – “Tem certeza? Uma xícara de chá?” Ela diz que não tem dinheiro. Ele oferece um chá por conta da casa – e então Martha levanta os olhos para, pela primeira vez, ver quem é aquela pessoa. Pela primeira vez o espectador vê de frente o rosto dela. Ainda não se passaram 3 minutos do primeiro episódio – e, a partir daquele momento, a vida de Donny vai virar um inferno.

“Inventei um personagem diferente de mim para me disfarçar”

Quando o segundo dos sete episódios de Bebê Rena começa, Donny está saindo com Teri, uma mulher transexual (o papel, como já foi dito, da atriz Nava Mau). Os dois haviam se conhecido através de um site para pessoas trans. Para Teri, uma terapeuta, mulher que parece forte, firme, resolvida, Donny se apresentou como Tony, um trabalhador na construção civil – “Inventei um emprego e um personagem totalmente diferente de mim para me disfarçar”, ele conta para o espectador. – “Nunca achei que eu me apaixonaria”.

Mais para o final desse segundo episódio, o falso Tony e Teri estão no metrô. O vagão está bem cheio, e os dois estão de pé, junto de uma das portas, um de frente para o outro.

É uma sequência absolutamente brilhante.

Teri pega a mão dele, repara que não tem calos, diz que é estranho um trabalhador da construção civil ter aquela mão. Aproxima-se bem dele, e fala baixinho, a boca perto de seu ouvido: – “O que é preciso fazer para que você me dê um beijo de verdade?”

A câmara mostra o rosto de Teri-Nava Mau em big close-up enquanto ela diz isso, a voz sensual. Corta, e vemos em big close-up o rosto de Donny que se finge de Tony. Seu rosto está tenso, ele olha para as pessoas que estão no metrô – e a gente percebe perfeitamente que ele está sentindo que todos os outros passageiros estão olhando para os dois, para ele e aquela mulher que ele acha que todos percebem que é trans. Uma tomada mostra dois homens de fato prestando atenção ao casal. Big close-up do rosto de Teri doida para ser beijada, ocupando toda a tela. Big close-up do rosto de Donny, nervoso, tenso: – “Desculpe. O que você disse?:” Teri: – “Me beije”. O metrô pára, vemos que a porta atrás de Tony se abriu. Ele dá um passo para trás, pisa no chão da estação. Os dois estão frente a frente, as portas se fecham, o metrô vai embora.

Meu, que sequência fantástica!

No terceiro episódio, Donny nos conta que combinou com os patrões de ficar um tempo sem trabalhar, na esperança de que Martha se canse e finalmente desapareça de sua vida. Estava indo bem em um dos concursos de talento, chegando perto de uma semifinal. No dia da apresentação importante, ele se surpreende ao ver Teri chegar ao nightclub, com um grupo de amigos. Não haviam se visto de novo desde que ele fugira dela no metrô. O pobre sujeito fica mais nervoso ainda do que já estava.

Durante seu show – danado de ruim, diga-se –, ele até consegue arrancar algumas risadas. Até mesmo da própria Teri. Mas, em um momento em que está indo bem, a conhecidíssima voz de Martha começa a cantar lá no fundo. – “Senti sua falta”, ela berra. E arma um tremendo de um barraco, gritando insultos contra ele, até ser carregada para fora do lugar.

Depois do espetáculo, do tumulto todo, Donny e Teri vão para um bar, conversam, começam a se entender – até que Martha aparece. – “Quem é essa puta, cacete?”, diz a mulher insana, e isso é só o começo. Martha xinga Teri seguidamente, depois parte para cima dela, a derruba no chão. Enquanto Tony tenta segurá-la para que não agrida fisicdamente Teri, Martha solta todo tipo de xingamento, até berrar: – “Você parece homem”.

Pode haver agressão maior a uma mulher trans?

“Este episódio contém imagens de violência sexual”

No início do quarto dos sete episódios de Bebê Rena, rolam de novo algumas tomadas da sequência de abertura – Donny chegando à delegacia de polícia para finalmente prestar queixa contra Martha. Enquanto vemos aquele momento rolando de novo, ficamos sabendo, pelo que nos conta a voz em off de Donny-Richard Gadd, que a ida à delegacia foi no dia seguinte ao da agressão de Martha a Teri:

– “Seis meses! Eu levei seis meses para denunciar Martha. Eu devia ter falado de Teri, que Martha a atacou ontem, mas não falei. Devia ter dito seu nome, as reportagens (sobre outros casos de perseguição envolvendo Martha), os crimes, mas não falei. E quando o policial perguntou por que eu não denunciei antes, tudo voltou de forma avassaladora.”

Será só neste quarto episódio que o espectador ficará sabendo a origem dos problemas psicológicos que Donny enfrenta.      Que ficará conhecendo o trauma que o levou a, no passado, parar de fazer sexo com a namorada Keeley – e, assim, a terminar o relacionamento que até então era bom, saudável, gostoso. Que depois o fez entrar no site de encontro de trans, e conhecer Teri – por quem se apaixonou, mas com quem não se permitia até então ter sexo.

Já relatei coisas demais da trama aqui, mas não creio que foram propriamente spoilers. Spoiler seria revelar o que o quarto episódio mostra – e isso é claro que não vou fazer. Mas adianto aqui que ele começa com este aviso:

“Este episódio contém imagens de violência sexual que podem ser perturbadoras para alguns espectadores.”

E, ao final do episódio, surge outro letreiro: “Se você ou alguém que você conhece sofreu violência sexual, por favor visite www.wannatalkaboutit.com para encontrar mais informações e recursos.”

“A série mais perturbadora do ano”

Assim como seu personagem Donny Dunn, Richard Gadd é de uma pequena cidade escocesa. Na série não se diz o nome cidade dos pais de Donny, mas Richard nasceu em Wormit, um vilarejo do Leste da Escócia, a cerca de 50 quilômetros de Edinburgh, em 1989. Estava, portanto, com 35 anos quando Bebê Rena foi lançado.

Muito jovem – mas, diacho, com uma maturidade incrível, fantástica, para escrever esta obra com profundas observações sobre a alma humana, sobre os traumas e suas consequências na vida, no comportamento das pessoas.

A filmografia de Gadd tinha, em setembro de 2024, 21 títulos como ator, incluindo curtas e séries de TV; os títulos não me dizem nada – não são obras muito conhecidas aqui, creio. Como roteirista, Bebê Rena foi seu quinto trabalho.

Em 2019, Gadd escreveu a história do aspirante a comediante assediado por uma stalker na forma de um monólogo de teatro. A peça foi então reescrita para o formato de série de TV.

E, conforme avisa aquele primeiro letreiro bem no início do primeiro episódio, “Esta é uma história real”.

“Em 2015, uma mulher entrou em um bar de Londres em que Gadd trabalhava. Depois de lhe oferecer uma xícara de chá, ele puxou conversa com ela. Nos três anos seguintes, ela manteve uma investida de assédio, começando a aparecer incessantemente no trabalho dele e depois em todas as apresentações de comédia de que ele participava.”

O parágrafo acima é de uma extensa, séria, bela reportagem da BBC News, de autoria de Laura Martin, publicada no site brasileiro do conglomerado britânico de comunicação em 23 de abril de 2024, dias após o lançamento mundial da série. A reportagem prossegue:

“Mais tarde, a mulher conseguiu o e-mail do comediante, enviando mais de 41.000 mensagens durante esse período. Assim que conseguiu o número do celular dele, deixou 350 horas de mensagens de voz.

Ela lhe enviava presentes indesejados — chamando-o de ‘bebê rena’ em referência a um brinquedo de infância que a fazia lembrar dele — e fez falsas acusações contra a família do comediante para a polícia.”

Mais adiante, o texto de Laura Martin relata o que acontece no quarto episódio – o que eu não fiz por considerar que seria um spoiler pesado, grave. E em seguida explica que também aquela experiência pavorosa vivida por Donny é a versão ficcional do que Richard Gadd sofreu na vida real!

O que a série mostra – escreve Laura Martin, com carradas de razão, creio – raramente foi mostrado “de forma tão crua e visceral na televisão — em partes, Bebê Rena parece um filme de terror. E Gadd é corajosamente aberto e honesto sobre essa experiência devastadora, além de habilidoso em traduzir as complexidades da situação para o público da televisão.”

Laura Martin conclui assim sua bela reportagem: “Embora muitas vezes essa seja extremamente difícil de assistir — e, por isso, merece a fama de série mais perturbadora de 2024 —, a série é, em última análise, uma oportunidade privilegiada de juntar-se a Gadd enquanto ele tenta entender quem é, por meio do que deve ser a forma mais extrema de terapia que se pode imaginar.”

Uma grande ajuda a quem já sofreu abuso

Acho obrigatório fazer um registro, ainda que pequeno, sobre as duas atrizes que fazem os papéis principais da série depois do protagonista Donny Dunn – Martha, a stalker, e Teri, a mulher trans.

Jessica Gunning, que faz Martha, é inglesa de Holmfirth, West Yorkshire, da classe de 1986 – a geração de Keira Knightley, Carey Mulligan, Lily James, para citar apenas atrizes britânicas. Começou a atuar no teatro, e participou de montagens da comédia Much Ado About Nothing, de Shakespeare, e Major Barbara. de Bernard Shaw. Estreou na TV em 2007, e de lá até setembro de 2024 colocou 39 títulos na sua filmografia como atriz. Não vi nenhum deles. Em 2022, portanto aos 36 anos, Jessica se assumiu como lésbica: é uma “big old gay”, proclamou.

Por sua fabulosa interpretação de Martha Scott, Jessica teve cinco diferentes indicações, e ganhou três prêmios. Além do já mencionado Emmy, foi escolhida como a melhor atriz coadjuvante no International Online Cinema Awards e no Gold Derby Awards.

Nava Mau, que interpreta Teri, nasceu na Cidade do México, em 1992 – ela é, assim, da geração de Kristen Steward, Eve Hewson, Saoirse Ronan, Dakota Fanning. Mas foi criada do outro lado do Rio Grande, em San Antonio, Texas, e Oakland, California. Formou-se em linguística e ciência cognitiva no Pomona College, uma faculdade particular da Califórnia.

Antes de se dedicar á televisão e ao cinema, foi ativista em organizações que prestam assistência legal a imigrantes e membros da comunidade LGBTQ sobreviventes de violência. Em 2019, escreveu, dirigiu, produziu e foi a atriz principal de Waking Hour, um curta-metragem sobre Sofia, uma jovem mulher trans, que, ao conhecer um homem em uma festa, fica dividida entre sua preocupação com a segurança e a vontade de ter relações afetivas e sexuais com ele. Em 2021, interpretou uma das principais personagens da série Generation, da HBO Max – mais uma vez, uma transexual. Por sua interpretação de Teri em Bebê Rena, teve quatro indicações – uma delas, como já foi dito, ao Emmy.

Uma reportagem da edição norte-americana da Marie Claire publicada no mês de lançamento de Bebê Rena, abril de 2024, começa assim: “Na vida real, a atriz, realizadora e produtora nascida no México

é também uma corajosa e apaixonada advogada da comunidade trans”. A reportagem cita uma bela declaração de Nava Mau: “Acredito que a indústria do cinema precisa desesperadamente de uma mudança cultural, e então espero nunca deixar isso de lado. Esta é a minha missão.”

O trabalho da mexicana Nava Mau, da inglesa Jessica Gunning e do escocês Richard Gadd nesta série é absolutamente extraordinário, Ao revelar sua própria história, seu trauma, seus medos, sua inadequação, esse rapaz prestou um grande serviço a todas as pessoas que de alguma maneira já sofreram algum tipo de abuso.

Anotação em setembro de 2024

Bebê Rena/Baby Reindeer

De Richard Gadd, criador, roteirista, Reino Unido, 2024

Direção Weronika Tofilska (4 episódios), Josephine Bornebusch (3 episódios)

Com Richard Gadd (Donny Dunn),

Jessica Gunning (Martha Scott),

Nava Mau (Teri),

Nina Sosanya (Liz, a amiga, mãe de Keeley), Shalom Brune-Franklin (Keeley, a namorada), Tom Goodman-Hill (Darrien, o estuprador), Michael Wildman (Greggsy), Danny Kirrane (Gino), Thomas Coombes (Daniels), Mark Lewis Jones (Gerry), Amanda Root (Elle), Alexandria Riley (Culver), Tom Durant Pritchard (Jason), Hugh Coles (Francis), Josh Finan (Diggsy), Jim Caesar (Bijou), Miya Ocego (garçonete), Laura Smyth (Glenda), Leah MacRae (Gwen)

Roteiro Richard Gadd

Baseado na peça de teatro de sua autoria

Fotografia Krzysztof Trojnar, Annika Summerson …     

Música Evgueni Galperine, Sacha Galperine        

Montagem Peter Oliver, Mike Holliday, Benjamin Gerstein

Casting Nina Gold, Martin Ware

Desenho de produção Debbie Burton

Figurinos Mekel Bailey

Na Netflix. Produção Matthew Mulot, Clerkenwell Films.

Cor, cerca de 245 min (4h05)

***1/2

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