As séries que não vimos até o fim (1)

Reuni aqui informações básicas sobre três séries que Mary e eu começamos a ver mas abandonamos. Antes de mais nada, acho que seria obrigatório falar sobre dois pontos fundamentais: por que não fomos até o fim, e por que, não tendo visto a série toda, vou falar dela.

Nem sempre desistimos de ver uma série porque ela é ruim. Não necessariamente. Pode ser simplesmente que não aconteceu de nos envolvermos muito com a trama. Ou porque percebemos que não estávamos gostando muito, por não ser, afinal, um tema que nos atraia a ponto de passarmos muitas horas diante diante dele na TV.

Série, afinal, é diferente de filme – é mais longa, mesmo as que não não têm tantos episódios assim. E, diacho, a vida é curta demais – e há séries e filmes demais para ver.

Tá, isso aí pode explicar por que não fomos até o fim – mas, se eu não vi o troço até o fim, que autoridade eu tenho para falar sobre ele? Por que vou postar aqui sobre o troço?

Bem, em parte porque o site o meu e eu boto nele o que eu bem entender. Em parte porque, se passei um tempo diante da série, e tenho um site sobre filmes e/ou séries, seria bobagem desperdiçar a chance de registrar algo sobre ela… Em parte, brincadeiras deixadas de lado, porque coloco nas minhas anotações informações objetivas, que podem eventualmente ser úteis a quem chegar até aqui.

E então vamos lá.

Três Vidas/Triada

De Leonardo D’Antoni e Alba Gil, México, 2023.

Com Maite Perroni (Aleida Trajano/Becca Fuentes/Tasmara),

David Chocarro, Ofelia Medina, Flavio Medina, Claudia Lobo,

Nuria Bages

Argumento e roteiro Nayura Aragon, Leticia López Margalli, Patricio López Margalli

Cor, cerca de 360 min (6h)

(Disponível na Netflix em março de 2023.)

A trama é complexa e até bastante interessante: logo na abertura, Aleida Trujano, uma mulher em um surto psicótico, invade o lugar em que sua psiquiatra está dando aula, atira em um guarda e uma secretária, e obriga a médica a ir com ela para o topo do prédio, um grande terraço aberto, vazio.

A polícia chega com tudo, atiradores, helicóptero, grande equipe. Um sniper atira e acaba ferindo a médica; outros policiais atiram na mulher surtada – e todos crêem que ela já está morta. Uma perita forense, Rebecca, chega para examinar o corpo – e descobre que a moça não apenas está viva como é absolutamente idêntica a ela. Aleida, a moça ferida, reconhece a outra, a chama pelo nome – mas Rebecca não tem a menor idéia de quem seja aquela sua sósia.

Rebecca, a perita forense, é a protagonista da história. Personagem complexo, alcoólatra, amante do chefe, um comandante de equipe policial. Manda fazer teste de DNA dela mesma e de Aleida – e dá que elas são gêmeas idênticas.

Aleida não resiste aos ferimentos e morre. Rebecca vai ao enterro dela – e o primeiro episódio acaba mostrando que, no cemitério, está uma terceira mulher idêntica às outras duas, Tamara.

Pelo que o primeiro episódio mostra, e o IMDb revela, as três são mesmo trigêmeas, que foram dadas para adoção para três diferentes famílias.

Apesar da trama interessante, decidimos não continuar vendo, basicamente porque os atores estão muito, mas muito mal. A moça Maite Perroni, que interpreta as três gêmeas, e parece que é famosérrima no México, é muito, mas muito, mas muito ruim. Uma atriz que trabalha mal em três papéis diferentes é demais, né?

         A série tem oito episódios de cerca de 45 minutos cada. No IMDb, estava em março de 2023 com a nota 6,3 em 10 na média da avaliação de mais de 1.500 leitores. No site agregador de opiniões Rotten Tomatoes, Triptych, tríptico, como a série chamou nos países de língua inglesa, ainda não tinha nota no Tomatometer, que mede as opiniões dos críticos. Mas tinha 75% de aprovação da audiência.

O Paraíso e a Serpente/The Serpent

De Hans Herbots, Tom Shankland, Reino Unido, 2021

Com Tahar Rahim (Charles Sobhraj),

Billy Howle (Herman Knippenberg),

Jenna Coleman, Ellie Bamber, Mathilde Warnier

Roteiro Richard Warlow & Toby Finlay

Cor, cerca de 450 min (7h30)

(Disponível na Netflix em fevereiro de 2023.)

Após vermos o primeiro dos oito episódios de cerca de 55 minutos cada, desistimos de ver esta série inglesa não porque ela seja ruim, de forma alguma. Parece ser bastante boa, na verdade. Pelo que se vê no primeiro episódio, é extremamente bem realizada – afinal, é uma produção da BBC, algo que já é em si um selo de qualidade.

A questão, para nós, foi o tema. É a história real de um sujeito que matou diversas, mas diversas pessoas na Bangok dos anos 70, quando aquilo ali era cheio de turistas hippies dos países mais ricos do mundo.

É aquela minha velha idiossincrasia: há filmes e séries demais sobre bandidos, ladrões, escroques, assassinos, serial killers. Há mais filmes sobre bandidos do que sobre seres humanos como eu e o eventual leitor. Ah, não… Canseira. A vida é curta – curta.

Eis a sinopse do IMDb: “Inspirada em fatos reais, a série O Paraíso e a Serpente conta a história do criminoso Charles Sobhraj e das muitas tentativas de levá-lo aos tribunais.”

A cotação média dos leitores do IMDb é de 7,6 – bem alta. No Rotten Tomatoes, ela tem 68% no Tomatometer, a média das opiniões da crítica, e 79% de aprovação dos leitores.

Sagrada Família/Sagrada Familia

De Manolo Caro, criador, diretor, Espanha, 2022

Com Najwa Nimri (Gloria Román/Julia Santos),

Alba Flores, Álex García, Macarena Gómez, Álvaro Rico, Jon Olivares,

Ella Kweku, Nicolás Illoro, Laura Laprida, Carla Campra

Roteiro Manolo Caro, María Miranda, Gabriel Nuncio. Fernando Pérez

Baseado em história de Manolo Caro

Cor, cerca de 320 min (5h20)

(Disponível na Netflix em 3/2023)

O tema, como indica o título, é família – mais especificamente, maternidade, ser mãe, ter filhos e cuidar deles. A série abre com um parto, na cidade de “Melilla, Espanha, novembro de 1998”, como informa um letreiro – e logo em seguida estamos em uma sala de aula em que a professora fala de maternidade, como as mães mudaram os rumos da História.

São apresentadas ao espectador quatro mães, vizinhas, moradoras do belo bairro madrilenho de Fuente del Berro. A protagonista, aquela que será a pessoa mais importante da trama, é Gloria Roman – o papel de Najwa Nimri, essa bela, maravilhosa atriz de tantos bons filmes, como Lúcia e o Sexo (2001), O Que Você Faria?/El Método (2005), Rota Irlandesa (2010).

Muitos segredos cercam Gloria, seus filhos Aitana e Abel e o bebezinho Hugo, que na verdade era Nico, assim como Gloria era Julia, antes que a família se mudasse para Fuente del Berro. E há mistérios também em torno de um novo casal que se muda para o lugar, Caterina e Germán, pais da bebê Ana.

Há muito talento em exposição – mas o criador da série e diretor de todos os oito episódios de cerca de 40 minutos cada, Manolo Caro, envolve tudo em tanta camada de mistério que, ao final do primeiro episódio, Mary e eu olhamos um para o outro e chegamos à conclusão de que não havíamos entendido de que, afinal, se tratava aquilo. A curiosidade me levou a ver o segundo episódio – e a permanência do clima de mistério ajudou a me fazer desistir por aí.

Manolo Caro, é forçoso registrar, é o criador da série A Casa das Flores, grande sucesso, com três temporadas, de 2018 a 2020.

A avaliação de Sagrada Familia no IMDb é de 6,5 em 10. No Rotten Tomatoes, a série Holy Family tem 73% de aprovação dos leitores.

Postado em abril de 2022

 

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