Carvão Negro, Gelo Fino / Bai ri yan huo

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3.0 out of 5.0 stars

Carvão Negro, Gelo Fino fisga o espectador desde as primeiras tomadas. A rigor, a rigor, já é fascinante desde antes de vermos as primeiras tomadas – só pelo título já encanta.

É um denso thriller que mostra crimes horrendos: como Jack, o Estripador, o assassino faz picadinho das vítimas. E – o que é mais assustador, e deixa os policiais zonzos, tontos – espalha os pedaços de corpos por diferentes lugares, num raio de mais de uma centena de quilômetros.

Muita gente viu nele influência forte do filme noir, aquela criação do cinema americano nos anos 40 – feito por americanos mas também por diversos diretores europeus em atuação em Hollywood, e com profunda influência do expressionismo alemão dos anos 20.

Carvão Negro, Gelo Fino, é um apavorante thriller com tons de filme noir – só que é em cores, e se passa na China de hoje.

É verdade que as cores são sombrias, nunca vivas, nunca claras. E não é a China das megalópoles já com muitos traços ocidentalizados, e sim uma província distante do Norte, não identificada.

É um brilho de filme, este que é o sexto escrito e apenas o terceiro dirigido por Diao Yinan, realizador nascido em Xi’an, na província de Shaanxi, em 1969, em meio à radicalização da Revolução Cultural promovida por Mao Tsé Tung.

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O realizador torna a narrativa propositadamente difícil, enrolada, nada clara

É brilhante – mas não é um filme fácil.

O roteiro – de autoria apenas de Diao Yinan, com base em história original criada por ele mesmo – não procura, de forma alguma, facilitar a vida do espectador. Mistura histórias, mostra simultaneamente ações que parecem desconectadas uma com a outra. Deixa elipses, lacunas, pelo meio do caminho. Explicita bem pouco – deixa muitas coisas apenas implícitas, sugeridas.

Creio que tudo isso era uma opção clara do realizador. E nisso estão certíssimos os que comparam o filme chinês de 2014 com os noir dos anos 40: eles também tinham tramas assim, complexas, enroladas, cheias de camadas, como a cebola, de fazer chorar os espectadores que gostam de tudo muito às claras, tudo muito nítido, em rigorosa ordem cronológica.

Não que o filme fique indo e vindo no tempo, com flashbacks se intrometendo na narrativa do hoje, do agora. Não, isso não. A narrativa segue, sim, e até com rigor, a ordem cronológica. Mas há saltos no tempo – não apenas o grande salto de cinco anos, de 1999 para 2004, mas também pequenos saltos no período em que se passa a maior parte da ação, 2004.

Então, é intenção do realizador que sua narrativa não seja muito clara, muito linear, muito simples.

Mas há também uma outra questão, que, naturalmente, eu não conhecia ao ver o filme: a primeira versão, o first cut, depois da montagem de todo o material filmado, tinha 210 minutos. No laboratório, na sala de montagem, Diao Yinam e seu montador, Yang Hongyu, tiveram que cortar, cortar, cortar, cortar – até chegar à versão de 110 minutos que foi apresentada ao respeitável público.

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E tem o seguinte: o realizador é estiloso. Faz questão de ser estiloso

Tem mais uma coisa. Pode parecer um detalhe, mas não é, é algo que tem bastante importância.

Diao Yinan é estiloso.

Por exemplo: bem no início da narrativa, vemos que o policial encarregado de investigar o crime (à direita na foto acima) está de pé, rolando com um dos pés uma garrafa que achou ali no chão da fábrica de carvão. A câmara focaliza rapidamente a garrafa sendo rolada pelo pé do policial. O espectador ouve o ruído do vidro rolando no cimento irregular.

(A atenção que o realizador dá ao som, à edição e montagem de som, é imensa, extraordinária. Os sons são elementos fundamentais ao longo de toda a narrativa.)

Um policial fardado se aproxima daquele policial em roupas civis que – dá para perceber – está chefiando a investigação:

– “Este é o pior caso que já vi. Partes de corpos sendo descartadas dessa maneira. Pedaços sendo espalhados por toda a província.”

O policial civil dá um chute na garrafa. A câmara mostra a garrafa rolando no chão de cimento da fábrica, indo para bem longe, o ruído da fricção do vidro contra o cimento bem alto.

A tomada dura talvez uns 30 segundos, talvez até um pouquinho mais. Toda a tela é ocupada pelo chão da fábrica de carvão, entre duas esteiras que carregam o carvão. A única ação é a garrafa que se afasta da câmara, indo para o fundo da imagem.

Dos 210 minutos da primeira versão após montagem, foi necessário cortar 100 minutos. Praticamente a metade. No entanto, no corte final, na edição final, Diao Yinan manteve essa tomada de mais de meio minuto em que não acontece nada – apenas uma garrafa sendo chutada pelo protagonista da história e rolando no chão da fábrica de carvão.

Por quê?

Porque é estilo, uai.

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Em ações paralelas, vemos pedaços de corpos no carvão e um casal que se separa

A primeira imagem que vemos é de algo mais claro, algo que parece embrulhado em papel, no meio de pedras escuras. Em seguida vemos que as pedras são carvão, o carvão negro do título. Um caminhão está transportando carvão – e dá para ver que no alto há algo que não é carvão, algo mais claro, embrulhado.

Um número na tela: 1999. Estamos em 1999.

Corta, e vemos um casal jogando cartas em uma cama. Parece um hotel, não uma casa. O casal não se fala. Dá para perceber que a mulher não sabe muito bem jogar, ou não está muito atenta – o homem indica uma ou outra carta para ela.

Corta, e vemos uma máquina gigantesca pegando o carvão que foi depositado pelos caminhões num pátio. A máquina recolhe o carvão e joga em esteiras rolantes. Vemos esteiras rolando. Um operário detecta um objeto estranho numa das esteiras, grita para que parem. A câmara mostra que há uma mão na esteira agora parada – não deve ter sido muito bem embrulhada, agora está à mostra.

Corta, e vemos quatro mãos sobre um lençol em que há cartas de baralho. Os corpos do homem e da mulher estão fora do quadro – é um close-up só das mãos que estão sobre o lençol em que há as cartas do baralho. Não está graficamente explicitado, mas está absolutamente claro: o homem está deitado em cima da mulher, que colocou as duas mãos à frente, e o homem as segurou por cima.

Não vemos propriamente a trepada – a câmara mostra em close-up o ventilador do quarto, uma mosca sobre as costas do homem –, mas podemos perfeitamente perceber que a trepada parece um tanto com uma luta livre, em que um dos contendores domina com sua força o outro contendor.

Corta, e o casal está numa estação de trem. Ela tira da bolsa um documento, entrega para ele – ele aproveita o gesto para segurar o braço dela. Ela pede que ele solte, diz que haviam combinado, que era o fim, mas ele vai se aproximando dela. Acabam caindo no chão. Ela segura um guarda-chuva, que, no meio da disputa, ela querendo se soltar dele, ele a dominando por cima, se abre.

Ela finalmente se desvencilha dele, levanta-se, apruma-se, fecha o guarda-chuvas, vai em direção ao trem que acabou de chegar à estação, e, antes de subir num dos vagões, deixa escapar, ou exclama, provavelmente as duas coisas juntas: – “Você é doente”.

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Encontram o documento de identidade junto a um pedaço do corpo da vítima

O espectador verá, pouco depois, que aquele homem que jogava cartas com a mulher no quarto de hotel, e que depois a come como se fosse uma luta livre, e que ainda tenta se grudar a ela nos instantes que faltam para ela entrar num trem e desapareça da vida dele, é o protagonista da história. Naquele momento ali do início do filme, ele é sargento na polícia daquela grande cidade jamais identificada. É o policial que vai chefiar a investigação daquele crime horrendo, em que o criminoso não apenas esquartejou a vítima, como ainda conseguiu enviar pedaços para os mais diferentes lugares em um raio de 160 quilômetros.

Chama-se Zhang Zili (interpretado por Liao Fan, ótimo ator).

É Zhang que fica, numa expressão de irritação nervosa, rolando de cá para lá com o pé a garrafa no chão da fábrica onde foi achado um pedaço de um corpo humano.

Chutada por Zhang, a garrafa vai então rolando, rolando, rolando, rolando…

Quando um realizador é estiloso, mas tem talento, não há problema algum. Ao contrário: se há talento sobrando, mesmo que o diretor queira demonstrar que tem muito estilo, tudo bem – o resultado é bom.

A garrafa vai rolando, rolando…

E um policial grita que achou uma coisa importante. Achou o documento de identidade. O documento mostra que o morto se chamava Liang Zhijun.

Veremos mais adiante que aquele policial da equipe de Zhang que achou o documento de identidade chama-se Wang. Será um personagem importantíssimo na história.

O policial Wang vai até a mulher de Liang Zhijun, na lavanderia em que ela trabalha. Tenta extrair dela informações que possam levar ao assassino – mas a mulher só chora, copiosamente, e não responde às perguntas.

Corta, e vemos que Zhang está interrogando os colegas de Liang Zhijun (na foto acima). Um dos colegas dele diz que Liang trabalhou oito anos pesando carvão e nunca fez um inimigo.

Corta, e vemos o local em que Zhang trabalhava – a estação de pesagem de caminhões de transporte de carvão.

Corta, e vemos um grupo de policiais reunidos. Comem grandes pedaços de melancia. Um dos policiais – todos eles respondem ao sargento Zhang – explica por que veio a suspeitar de um tal Liu Fayin. Em geral, os motoristas de caminhões que transportavam carvão entregavam a mercadoria a uma única fábrica. Esse tal Liu Fayin, diferentemente da imensa maioria, havia feito entregas a diversas fábricas.

Corta, e estamos num salão de beleza bissex em que estavam o suspeito Liu Fayin e seu irmão.

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Uma extraordinária sequência de tiros e mortes em um salão de beleza

A sequência no salão de beleza é absolutamente, mas absolutamente extraordinária.

Os mais jovens ou mais neófitos nessa coisa de gostar de filmes poderão dizer que é uma sequência à la Tarantino.

Quando Tarantino ainda usava fraldas, o cinema já fazia sequências desse tipo. Howard Hawks fez muitas. Raoul Walsh, Michael Curtiz, Robert Aldrich, para citar só alguns pouquíssimos. Para não falar de Akira Kurosawa.

O salão de beleza tem uma luz, uma coloração esquisita, sombria. É um clima de lusco-fusco – nada muito claro, um tom neon fim de noite, fim de festa, fim de feira.

Há uma mulher gorda com a cabeça enfiada num grande secador.

Do outro lado, há dois homens sendo atendidos por um barbeiro.

A equipe de Zhang que chega ao salão é composta por cinco pessoas.

Os dois homens se levantam das cadeiras do salão, tentam fugir, são agarrados, postos no chão.

Ao longo dessa sequência, a câmara fica estática, um tanto distante – o plano é geral, vemos várias pessoas inteiras no quadro. Os dois homens dominados, presos, estão à esquerda da tela.

Vemos que Wang, o policial que é subalterno ao sargento Zhang, é um tanto nervoso, um tanto apressado, um tanto violento. Zhang é em tudo o contrário dele.

Após os primeiros questionamentos, os dois presos se mantêm calados. Zhang diz que é hora de levá-los à delegacia. Aquela aí no chão é a jaqueta de um deles? Um dos homens de Zhang vai pegar a jaqueta. Quando ele segura a jaqueta, cai no chão um revólver – um dos presos pega o revólver, atira no policial.

É uma única tomada, sem corte, câmara parada, em cima de confortável tripé. O que é rápido, rapidíssimo, não é o corte, as tomadas rapidinhas, a montagem excitada como num videoclipe – o que é rápido é a ação.

Há vários tiros. Dois policiais são mortos. Um dos presos já está morto, o outro está ferido, mas ainda vivo.

Wang, que havia saído para respirar um pouco, volta com a arma na mão e depara com a cena sangrenta. Zhang, apavorado, arfante, depois de ter visto dois companheiros serem mortos, depois de ter atirado em dois bandidos, vira a arma contra o próprio companheiro que chega sem ter visto nada e diz que é ele, é só ele.

Os dois baixam as armas.

Corta pela primeira vez depois daquela longa tomada, e a mulher sob o secador de cabelo dá um grito. Corta. Um dos bandidos ainda estava vivo e dá um tiro. Não vemos Zhang cair no chão baleado, porque há um corte e em seguidinha, sem fade out, fade in, vemos uma tomada geral de um hospital. O não gravemente ferido Zhang está saindo do hospital, sendo recebido por seu amigo e braço direito Wang.

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Há um corte de tempo: cinco anos depois, Zhang está perdido na vida

Zhang sai do hospital ainda meio em estado de choque, por ter presenciado a morte de dois subalternos.

Antes de deixar Zhang em casa, Wang passa pela lavanderia da viúva de Liang Zhijun. Diz que tem que entregar alguma coisa para ela. A viúva está mexendo no chão da calçada, no canteiro de uma pequena árvore à frente da lavanderia. Wang diz para Zhang que, naquele momento, ela está enterrando as cinzas do morto, o marido, Liang Zhijun.

E aí, quando o filme está com uns 15 minutos, vem o pulo do gato do realizador Diao Yinan.

Wang está levando seu chefe Zhang para a casa dele, após sair do hospital.

O carro dirigido por Wang entra num túnel.

Vamos vendo o carro avançando – a câmara está colocada diante dele.

Aí corta, e a câmara agora está na posição inversa: passa a ficar como se dentro do carro, mostrando o que está à frente.

Surge na tela o número 2004.

Era como se fosse a mesma sequência, um carro dentro de um túnel. O espectador não percebe – mas, quando a câmara inverteu a posição, tivemos um corte de cinco anos no tempo.

Os acontecimentos anteriores, de 1999, foram no verão. Agora estamos em 2004, e é inverno. Na saída do túnel, a neve cobre tudo.

A câmara avança como se estivesse dentro do carro rumo à saída no túnel. À direita da pista, junto da calçada, há uma motocicleta parada, e, na calçada, encostado na parede da trincheira em que termina o túnel, há um homem sentado, escornado.

A câmara, como se fosse os olhos do motorista de um veículo, faz um giro à esquerda, um giro de 360 graus. Volta, passa para trás do homem e da moto, e então se aproxima deles.

Um sujeito desce de uma outra moto, aproxima-se do homem sentado. Quer ajudar. Pergunta se ele está bem, se ele está bêbado, se ele quer ajuda. O homem faz um gesto firme de “não enche, vá embora”.

O desconhecido vai – mas vai na moto do outro, que é mais possante e maior do que a dele.

O homem que foi roubado se levanta, xinga, resmunga – e só então a câmara mostra claramente seu rosto. É Zhang.

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“Todo homem que se envolve com ela acaba sendo morto”

Logo depois, Zhang chega ao local de trabalho e é advertido pelo chefe de que não pode ficar chegando de ressaca todos os dias. Só porque levou um tiro, não quer dizer que precisa de tratamento especial, diz o chefe.

Confesso que não compreendi que Zhang havia perdido seu lugar na polícia. Achei que ele apenas tinha sido rebaixado, e entrado em depressão após o divórcio da mulher e a perda de dois companheiros.

Depois de ver o filme, ao ler sinopses, fiquei sabendo que sim, Zhang tinha saído da polícia.

O filme não mostra isso. É possível que aquela versão inicial de 210 minutos mostrasse, mas este aqui de 110 não mostra.

Mas vamos em frente.

Um dia qualquer, ainda no inverno gélido daquele Norte da China, andando pela cidade, Zhang de repente vê diante de si uma viatura policial em que, no banco de trás, chefiando um grupo de três, está seu antigo subalterno Wang.

Zhang bate no vidro, Wang abre a porta, o recebe com alegria.

Embora bebendo demais, Zhang sabia que Wang havia sido promovido – agora era detetive.

Naquele momento, Wang e dois outros estavam numa campana.

O policial sentado no assento do carona mostra as fotos do caso. São dois crimes – um cometido em 2001, e outro agora há pouco, em 2004. Os dois mortos tinham ligação romântica com a mulher que eles estavam agora a espionar, a seguir. Os dois mortos estavam com patins de gelo. “Acho que foram mortos enquanto patinavam”, diz o policial no banco do carona.

E então Wang se dirige a Zhang: – “Lembra-se do operador da balança de caminhões da fábrica de carvão?”

Zhang tinha se perdido, naqueles últimos cinco anos. Tinha perdido a mulher, dois companheiros e provavelmente a fé em si mesmo e na humanidade. Estava com a expressão perdida, olhando para fora do carro – mas tinha a memória boa, e diz o nome do homem que tinha sido identificado como o morto cinco anos antes, Liang Zhijun.

Wang: – “É a mulher dele, Wu Zhizhen, a balconista da lavanderia.”

Zhang: – “Então, contando com Liang Zhijun, ela está ligada a três crimes?”

Wang: – “Parece que sim. Todo homem que se envolve com ela acaba sendo morto”.

Fiz um relato muito pormenorizado, mas não revelei nada do que não possa ser revelado. Isso tudo que narrei acontece até no máximo 25 minutos de filme.

BLACK COAL, THIN ICE, (aka BAI RI YAN HUO), from left: LIAO Fan, GWEI Lun-Mei, 2014. ©Fortissimo Films

Uma femme fatale impressionante como as dos filmes noir dos anos 40

O que vem a seguir é uma trama absolutamente complexa, mas fascinante, mesmerizante.

Sem autorização, sem ser mais da polícia, Zhang irá atrás de Wu – e tudo que envolve Wu, ele descobrirá, aos poucos, a duras penas, é inesperado, tormentoso, areia movediça.

Em 2014, o cinema chinês criou uma femme fatale impressionante como as mais fatales do cinema noir original, dos anos 40.

E é doido pensar que a escolhida para o papel de Wu não foi nenhuma mulher daquele país de 1,4 bilhão de habitantes – cerca de um sétimo da população total do planeta Terra. Quem ficou com o papel foi Gwei Lun Mei, chinesa nascida na ilha de Formosa, Taipei, para onde fugiram os reacionários que lutaram contra os exércitos vermelhos do comandante Mao.

É uma bela mulher, essa Gwei Lun Mei, e uma boa atriz. Nascida em 1983, está em 2016 com 23 títulos na filmografia.

Liao Fan, o ator que faz o protagonista Zhang, é de 1974, e nasceu na China continental. Tem também 23 filmes no currículo, três prêmios e outras oito indicações. (Na foto abaixo, Liao Fan e Gwei Lun Mei durante o Festival de Berlim.)

Carvão Negro, Gelo Fino venceu o Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim de 2016. E Liao Fan levou o Urso de Prata de melhor ator. No total, o filme ganhou nove prêmios, fora outras 28 indicações.

Merece. Não é um filme fácil – mas esbanja talento, competência.

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Anotação em maio de 2016

Carvão Negro, Gelo Fino/ Bai ri yan huo

De Diao Yinan, China, 2014

Com Liao Fan (Zhang Zili), Gwei Lun Mei (Wu Zhizhen), Wang Xuebing (Liang Zhijun)

Argumento e roteiro Diao Yinan

Fotografia Dong Jingsong

Música Wen Zi

Montagem Yang Hongyu

Produção Omnijoi Media Corp., Boneyard Entertainment China, China Film Co.

Cor, 110 min

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Título nos EUA: Black Coal, Thin Ice.

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