O Casamento de May / May in the Summer

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4.0 out of 5.0 stars

O Casamento de May, no original inglês May in the Summer, belo jogo de palavras, é uma absoluta maravilha de filme, um encanto, uma preciosidade. Para mim, o filme, uma co-produção Jordânia-Catar-EUA, revelou uma autora e diretora de imenso talento, Cherien Dabis.

Revelou para mim, que não a conhecia ainda. Mas já em 2009 a Variety, a revista que é a Bíblia do cinema nos Estados Unidos, a colocava como uma das 10 Directors to Watch, a ser observada. Naquele ano, havia sido lançado seu primeiro longa-metragem, Amreeka, sobre as atribulações de uma orgulhosa palestina cristã que havia emigrado com seu filho adolescente para uma pequena cidade de Indiana. Com apenas atores de origem árabe, e um único nome mais conhecido no circuito internacional, o da excepcional Hiam Abbass, Amreeka, que Cherien Dabis escreveu e dirigiu, passou em Cannes, na mostra paralela Quinzena dos Realizadores, e na mostra competitiva do Sundance. Ganhou oito prêmios e teve outras 17 indicações em festivais mundo afora.

Três anos antes, em 2006, Cherien Dabis já havia chamado a atenção dos cinéfilos mais antenados com seu curta-metragem Make a Wish, também escrito por ela, sobre uma garotinha palestina disposta a fazer de tudo para conseguir comprar um bolo. O curta ganhou nove prêmios.

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Como os personagens de Make a Wish e Amreeka, Cherien Dabis descende de palestinos. O pai dela é palestino e a mãe é jordaniana; ela nascem em Omaha, Nebraska, e foi criada entre Ohio e a Jordânia.

Exatamente como May, a protagonista deste seu segundo longa-metragem, Cherien tem vivência de Estados Unidos e origem naquele que é o pedaço mais conflituoso, conturbado, do mundo, o Oriente Médio.

Autora de argumentos e de roteiros, diretora, com experiência também na produção e na montagem, e além de tudo isso belísssima, Cherien Dabis decidiu também atuar diante das câmaras. Ela é a atriz que interpreta a May do título. May in the Summer, maio no verão.

Três jovens mulheres, filhas de uma palestina cristã e um diplomata americano

O Casamento de May é um drama familiar (com alguns toques de humor, mas poucos, contidos, restritos), uma história sobre relações familiares, afetivas, casamento, separação, amizade e ciúmes entre irmãos, ambição e paz interior, dúvidas profissionais e existenciais – tudo num lugar em que os conflitos religiosos e étnicos estão presentes a cada momento na vida das pessoas.

Os personagens são basicamente da classe média média para média alta jordaniana, sem problemas e aflições materiais. Nesse meio, a religião tem importância, é claro, está sempre presente, mas não é tão opressiva quanto em outros países árabes. O Reino da Jordânia, mostra o filme, tem uma classe média ampla que leva uma vida secular normal, muito parecida com a dos países ocidentais, sem a obrigatoriedade do véu, assim como no Líbano e na Turquia, e muito diferentemente do Irã e da Arábia Saudita, países muitíssimo mais rígidos nos preceitos muçulmanos.

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Quando a ação começa, May E. Brennan, nascida em 27/11/1979, conforme se pode ver em seu passaporte examinado por um funcionário da alfândega de Amã, está chegando de Nova York, onde vive. Ela havia passado a infância ali, na capital da Jordânia; seus pais estão separados há oito anos, mas ambos moram em Amã, assim como a mãe do noivo dela, Ziad, e então os dois havia decidido fazer a cerimônia de casamento em Amã.

(Detalhinho: Cherien Dabis fez May um pouquinho mais jovem que ela mesma. A personagem é de 1979, mas sua criadora e intérprete é de 1976.)

Tanto May quanto seu noivo Ziad (Alexander Siddig) são muito bem educados, cultos. May havia lançado um livro que teve grande sucesso, sobre provérbios árabes, em especial palestinos. E Ziad dá aula na Universidade de Columbia, em Nova York, de Civilização Islâmica Contemporânea.

May está desembarcando em Amã algumas semanas antes do noivo; ele ficou retido em Nova York por causa das aulas, chegaria dali a algumas semanas.

Na chegada ao aeroporto, é recebida em festa pelas duas irmãs mais novas, Yasmine, a do meio (Nadine Malouf, à direita na foto acima), e Dalia, a caçula (Alia Shawkat, no meio na foto acima). Falam entre si em inglês – todas vivem nos Estados Unidos, estão em Amã apenas para uma temporada, que coincide com o casamento marcado de May. Vai demorar um tanto, mas o espectador verá mais tarde que o pai das três é um americano, Edward Brennan, um diplomata que trabalha na Embaixada dos Estados Unidos ali (ele é interpretado por Bill Pullman, que já vi bem mocinho na tela e agora, como eu mesmo, não tem mais nada de mocinho).

Edward separou-se de Nadine, a mãe das três moças (interpretada pela maravilhosa Hiam Abbass, na foto abaixo), depois de alguns casos de infidelidade, e agora está casado com uma mulher muito mais nova do que ele, uma indiana, Anu. (Quem faz o papel de Anu é Ritu Singh Pande, uma beldade que foi candidata a Miss Índia, e hoje vive em Nova York; ela foi uma das produtoras executivas deste May in the Summer.)

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Oito anos após a separação, Nadine ainda se mostra tremendamente magoada com o ex-marido. A caçula Dalia também tem grande mágoa por causa da separação e, numa tarde em que as três irmãs vão fazer uma visita a Edward e Anu, reagirá com irritação e grosseria às tentativas amigáveis da nova mulher do pai de agradar a todas elas.

Há diversos pontos capazes de provocar faíscas nas relações entre as pessoas daquela família multicultural, de origens e tradições tão diversas. O ponto mais explosivo que é abordado de cara pelo filme é que Nadine, a mãe, é cristã – e não apenas cristã, mas uma cristã fanática. E Ziad, o noivo de May, é palestino e muçulmano.

E não adianta muito May tentar argumentar com a mãe que o rapaz sequer é um muçulmano praticante, é secular – Nadine é contra, e diz à filha, assim que ela chega, que não irá à festa de casamento.

Num shopping com Meca no nome, uma conversa entre calcinhas e sutiãs

Todos os 99 minutos de O Casamento de May transbordam competência, talento – e sensibilidade. Sensibilidade. A capacidade de se falar das coisas do coração de maneira franca, aberta, essa coisa que as mulheres dominam com tanta naturalidade, e que no planeta homem, como diriam Regina Lemos e Lucy Dias, é tão mais difícil.

Sensibilidade, capacidade de abrir o coração – e uma capacidade única de reparar detalhes, realçá-los, valorizá-los.

Quando estamos com cerca de 30 minutos de filme, Nadine e as três filhas vão a um shopping center – que, olha aí o detalhe dentro do detalhe, se chama Mecca Mall. Não que aquelas mulheres orem todos os dias em direção a Meca, já que Nadine é cristã, a caçula Dalia tem simpatias pelo budismo e as duas outras não têm laços com religião alguma, mas afinal estamos em Amã, Jordânia, país de imensa maioria da população muçulmana.

Num primeiro momento, as três irmãs ficam vendo vestidos em uma loja, enquanto Nadine se senta numa cadeira no corredor, do lado de fora. May diz para as irmãs: – “Ela está rezando para eu e Ziad nos separarmos. Esta manhã ela estava desatando um enorme nó. Juro que é uma simpatia feita para romper noivados.”

Dalia já ouviu falar nisso: – “Dizem que se você desata uma corda com nós, está tentando romper o elo entre duas pessoas. É um feitiço.”

A câmara mostra Nadine sentada no corredor do shopping – aquela beleza, aquele porte nobre, majestoso da grande Hiam Abbass – e em seguida vemos um close-up do rosto das três irmãs olhando para a mãe. Elas se perguntam se a mãe alguma dia voltará a se casar.

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Corta, e agora as quarto mulheres estão na loja, no trecho de roupas íntimas. Conversam entre calcinhas e sutiãs – ah, os detalhes, a sensibilidade, essas coisas para as quais só mesmo uma realizadora mulher atentaria.

Uma das moças pergunta à mãe se ela não pensa em se casar de novo, e a reação é: – “Por quê? Eu já sou casada.”

Dalia: – “Não me diga que é com Deus?”

Nadine: – “Por que não?”

Dalia: – “Ai, Jesus…”

Nadine: – “Com ele também. E não fique zombando só porque não tem fé.”

May fala então uma frase pesada – e a conversa que até então era um tanto leve, brincalhona, envereda para um caminho diferente: – “Mãe, sinto muito, mas você se casou de novo com outro marido que nunca está presente.”

Nadine: – “Ele está sempre presente, em todos os lugares.”

May: – “Esqueço que ele é um fantasma.”

O diálogo vai ficando mais sério e amargo. Nadine: – “Por que é tão difícil para você respeitar minha crença?”

May: – “Você está surtando com meu casamento e vem me falar em respeito?”

Nadine: – “May, você não sabe em que você está se metendo. Seus filhos serão automaticamente considerados muçulmanos, sabia? Sabia que, em caso de divórcio, você perde os direitos sobre eles?” (…)

May: – “Então talvez eu deva me converter ao islamismo para ter mais direitos.”

Nadine olha com fúria para a filha que ama muito. May tenta amaciar: – “Ele nem é praticante, é secular.”

E Nadine: – “Você não precise me ouvir, se você não quiser, mas eu tenho mais experiência nesse assunto.”

May: – “Mãe, você se casou com um imperialista. E não é só porque o seu casamento acabou que o meu vai acabar também.”

Na hora certa, na dose certa, uma seqüência com montagem aceleradíssima

Adoro bons diálogos, e a jovem Cherien Dabis sabe escrever bons diálogos.

Tão jovem, a realizadora poderia se ver tentada a usar criativóis, fogos de artifício. Os jovens estão sujeitos a isso – fazer movimentos de câmara tresloucados, ou mexidas na narrativa que chamem a atenção dos críticos. Ei, olhem aqui como eu fujo do normal, como eu sou genial.

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Jovem, porém cheia de talento, Cherien Dabis não recorre a fogos de artifício. Sua narrativa é tranquila, assim como a câmara de seu diretor de fotografia, Brian Rigney Hubbard. Com belas mulheres à sua frente, e, em alguns momentos de grande força dramática, paisagens deslumbrantes – do deserto, e também do Mar Morto –, a câmara não precisa fazer manobras radicais.

Não que a câmara seja, ao contrário, inerte, cansativamente paradona. Não, não é: ela é correta, suave, daquele jeito que o espectador nem presta muita atenção a ela. Eu mesmo, que sou especialmente atento aos movimentos da câmara, só reparei nela em algumas poucas ocasiões.

Uma delas não é tanto pelos movimentos da câmara em si, mas a montagem de uma série imensa de tomadas curtas que ela captou. É durante um jogo de tênis entre May e Karim (Elie Mitri), um rapaz simpático, legal, que ela havia conhecido na saída de uma boate de música alta para jovem dançar, idêntica a qualquer boate de Londres, Nova York ou São Paulo.

A montadora Sabine Hoffmann deve ter levado dias e dias para montar, editar aquela pequena sequência. A sequência dura, digamos, uns dois minutos, mas há várias dezenas de tomadas de May batendo a bola com uma fúria gigantesca, e o pobre Karim perdendo ponto atrás de ponto. É uma montagem aceleradíssima, no estilo dos clipes musicais da era MTV.

Descrevendo assim a coisa, pode parecer algo desnecessário, supérfluo, um capricho formal dispensável. Não é. Tem tudo a ver, tem sentido dramático no momento, não é nada gratuito: May sempre havia expressado sua competitividade, sua garra, sua ambição, nos jogos de tênis contra o pai, um ótimo jogador. Jamais ela havia conseguido vencer o pai; pouco antes daquele dia do jogo contra o simpático Karim, havia ido ao encontro do pai no clube de tênis cheia de fúria contra ele, porque Anu, a jovem esposa, desconfiava que ele a estava traindo.

Então, naquele jogo contra o amigo recente, ela despejava uma raiva imensa – do pai, da atitude da mãe contrária ao seu casamento, e, sobretudo, das próprias dúvidas que a começavam a assaltar sobre a validade da união com Ziad.

Os fogos de artifício formais desnecessários me cansam. O uso dos recursos de movimentos de câmara ou de montagem que cabem na narrativa, que têm motivação, que realçam a dramaticidade de um momento da história, esses me fascinam.

“Não é incrível que ali é a Palestina?”

Cherien Dabis e seu diretor de fotografia Brian Rigney Hubbard meteram a câmara numa grua bem no alto para focalizar as irmãs May e Dalia conversando dentro das águas rasas do Mar Morto. É um plongée total, de 180 graus: a câmara está no alto, voltada para as duas mulheres deitadas na água bem rasa – as pernas, os corpos, os desenhos dos maiôs inteiriços fazem como que desenhos de op art na tela.

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Não se exagera naquilo, e então é muitíssimo provável que boa parte dos espectadores sequer repare que há ali alguns tomadas em plongée. Até por que elas são montadas com diversas outras tomadas das duas irmãs dentro da água, com a câmara na altura da linha d’água.

É uma sequência especialmente bela, essa, e o diálogo entre as duas é um dos pontos altos deste filme maravilhoso.

As irmãs haviam decidido ir para um resort à beira do Mar Morto, como despedida de solteira de May – Ziad estava finalmente para chegar de Nova York dali a poucos dias.

Quando as três chegam à área das piscinas, há música alta, uma multidão de jovens alegres, excitados, uma zorra. Yasmine entra na onda – ela adora um agito. Dalia é exatamente o contrário, e então vemos que ela coça o braço. Numa sequência anterior, na tal boate de chacadum, ela havia dito que seu corpo reage mal a festas com multidões. Então ela e May se entreolham, corta, e na tomada seguinte estão as duas, finalzinho de tarde, dentro das águas salgadíssimas sobre as quais Jesus Cristo caminhou, 2 mil anos atrás.

– “Não é incrível que ali é a Palestina?”, pergunta May.

A Palestina ali tão perto, e as pessoas com seus pequenos probleminhas

Sempre adorei mapas, desde muito garoto, mas não me lembrava de como o Mar Morto fica exatamente no mapa. Vejo agora que, comprido, bem comprido e pouco largo, estendendo-se de Norte a Sul, ele fica exatamente na fronteira entre Israel e a Jordânia. A fronteira passa no meio dele, o mar das Escrituras.

E ele fica no meio de uma linha reta entre Jerusalém e Amã. Os israelenses que saem de Jerusalém para se banharem no lado ocidental do Mar Morto estão à mesma distância dele que os muçulmanos que saem de Amã para se banharem no lado oriental.

E então May diz: – “Não é incrível que ali é a Palestina? A gente podia nadar até lá. Se quisesse morrer.”

Dalia: – “O quê?”

May: – “Há minas por aqui.”

Dalia: – “Fala sério.”

May: – “Se você nadar até o fundo. Como você acha que eles mantêm os refugiados afastados?”

Dalia: – “Que loucura.”

E neste exato momento a autora-roteirista Cherien Dabis muda de sintonia, dá um salto triplo, e é como se a câmara desse um vigoroso zoom para longe daquelas duas moças que se banham ao pôr-do-sol no Mar Morto e mostrasse agora o planeta Terra, essa poeirinha solta no espaço ao redor de uma estrela de terceira categoria.

May: – “E nós aqui, com nossos probleminhas. Que tipo de decoração queremos para as mesas? É melhor uma banda ou um DJ? Gastamos todas as nossas economias, ou só a metade?”

E Dalia, a caçula, concorda – não haveria como não concordar: – “É mesmo bem ridículo”.

E May ainda prossegue, enfiando em seu próprio peito a faca da dúvida: – “Por que as pessoas ainda fazem isso? (…) Não seria melhor trocar juras num jardim? Beber uma taça de champagne? Jogar bola na cara das pessoas e depois sair em lua de mel?”

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Depois da beleza fantástica do Mar Morto, May ainda irá se deparar com a beleza extraordinária do deserto. Não sei se é exatamente aquele, mas seguramente é idêntico àquele em que Jesus Cristo passou 40 dias e foi tentado pelo Diabo em pessoa.

À noite ela vê as estrelas – uma poeirinha de luzes no infinito acima.

Acorda sem saber exatamente onde está, e está no meio do deserto, entre grandes montanhas de pedra.

Sobe numa delas, e observa a vista assombrosa que tem abaixo de si, 360 graus de vista acachapante do deserto.

Quando temos uma vista desse tipo, a sensação de fato é que os probleminhas da vida de cada um de nós são muito menores do que a poeira do cocô do cavalo do bandido.

Três jovens mulheres enfrentando tiranias, impondo derrotas ao mundo das trevas

Que talento tem essa moça Cherien Dabis.

A personagem que ela criou, essa May nascida em 1979, seguramente é muito parecida com ela mesma, uma filha de palestino e jordaniana criada nos Estados Unidos, com muita escola, muito estudo, e um entendimento do mundo que racionalmente é uma coisa mas que o estômago às vezes não entende bem.

Nascida em Omaha, Nebraska, em 1976, mas fazendo questão de falar sobre as terras de seus pais, deixando sempre clara sua ligação com a Palestina e a Jordânia, Cherien Dabis me pareceu muito próxima de duas jovens de imenso talento nascidas no Oriente Médio, Nadine Labaki e Haifaa Al-Mansour.

Nadine nasceu em Beirute, em 1974.

Haifaa nasceu no interior da Arábia Saudita, também em 1974.

São, as três, exatamente da mesma geração da minha filha, nascida entre uma e outras, em 1975.

Nadine fez dois filmes belíssimos, Caramelo (2007) e E Agora, Aonde Vamos? (2011). Haifaa fez um filme belíssimo, O Sonho de Wadjda (2012).

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Vindas de famílias criadas em uma cultura machista, calhordamente, ferozmente machista, em que preceitos religiosos rígidos limitam ao máximo as individualidades, as vontades, a liberdade,

essas jovens mulheres estão enfrentando tiranias, rompendo barreiras, arrebentando fronteiras, impondo derrotas ao mundo das trevas.

Bem-aventuradas sejam elas.

Anotação em março de 2015

O Casamento de May/May in the Summer

De Cherien Dabis, Jordânia-Catar-EUA, 2013

Com Cherien Dabis (May), Hiam Abbass (Nadine, a mãe), Nadine Malouf (Yasmine, a irmã do meio), Alia Shawkat (Dalia, a irmã caçula), Bill Pullman (Edward, o pai), Ritu Singh Pande (Anu, a nova mulher do pai), Elie Mitri (Karim), Nasri Sayegh (Tamer), Alexander Siddig (Ziad)

Argumento e roteiro Cherien Dabis

Fotografia Brian Rigney Hubbard

Música Kareem Houstom

Montagem Sabine Hoffmann

Produção Displaced Pictures, Anonymous Content, Durga Entertainment, Whitewater Films. DVD Imovision

Cor, 99 min

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