PU-239 / The Half Life of Thimofey Berezin


3.5 out of 5.0 stars

Anotação em 2008: Uma visão da vida nos escombros do império soviético – aterradora, apavorante, inquietante, assustadora.

Denso, forte, pesado, o filme consegue de tal forma criar um clima de horror que chega a dar engulhos, mal estar. E isso assim porque eu vi no quarto, antes de dormir, praticamente sem som, e cansado. Estava zapeando, o filme estava para começar, quis ver o lead – e não dava para parar. Do elenco, eu só conhecia Rhada Mitchell, essa moça de beleza deslumbrante; toda a apresentação vem no fim, e só então vi que Steve Soderbergh e George Clooney são produtores executivos.

 O filme pega muito pesado no clima de fim de feira da Rússia pós-comunismo, um país  aprendendo, da pior forma possível, a virar capitalista – mais ainda do que o ótimo O Senhor das Armas. Mostra as gangues, as máfias, o crime solto, a violência gratuita, o abuso da quase escravidão das belas mulheres à venda – tudo, na verdade, está à venda, as mulheres, as consciências, os restos do arsenal bélico soviético, até o plutônio produzido na usina nuclear com projeto militar secreto.

Esse Paddy Considine, que eu não conhecia, está muito bem no papel principal, o do engenheiro químico que bem no início da narrativa recebe uma descomunal dose de radiação na usina, não consegue acordo algum com os patrões para garantir o futuro da mulher (Rhada) e do filho, e, no desespero, rouba 100 gramas de plutônio (o PU-239 do título) para vender no mercado negro de Moscou, onde tudo, absolutamente tudo se vende.

É um filme para rever – apesar de toda a dureza apavorante que conta e mostra.

PU-239/The Half Life of Thimofey Berezin

De Scott Z. Burns, EUA, 2006.

Com Paddy Considine, Rhada Mitchell, Oscar Isaac,

Roteiro Scott Z. Burns

Baseado no conto de Ken Kalfus

Cor, 97 min

***1/2

4 Comentários para “PU-239 / The Half Life of Thimofey Berezin”

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