2.5 out of 5.0 stars
Anotação em 2007, com complemento em 2008: Este aqui pertence ao que eu chamo de subgênero “E se a história tivesse sido outra?” Tem também uns elementos frank-caprianos, tipo dinheiro não é tudo e o que vale é a família e os amigos. Mas derrapa um pouco na hora de voltar para a história real.
É assim: um Nicolas Cage maquiado para parecer bem jovem está no aeroporto, de partida para Londres, onde vai fazer estágio numa corretora de valores, e uma igualmente jovem Tea Leoni tenta convencê-lo a ficar; diz que tem um mau pressentimento, que coisas ruins vão acontecer se ele for. Ele vai.
Corta para daí a uns dez anos e temos que Nicolas Cage é agora um corretor fodão de Wall Street, podre de rico, comedor de mulheres a rodo, mas completamente desprovido de vida pessoal. Estamos na véspera de Natal, e a secretária informa a ele que ligou fulana de tal, fulana de tal sendo a antiga namorada de dez anos atrás.
No caminho de casa, o yuppão entra numa mercearia e lá dentro se depara com um jovem assaltante. Tenta negociar com ele. E eis que de repente, no dia seguinte, ao acordar – tcham tcham tcham… Ele não é milionário nada; mora em New Jersey, casadinho com a gracinha da Tea Leoni, com um bando de filhos e cachorro. E o neguinho do assalto no dia anterior virou assim uma espécie de anjo que o levou para essa vida parelela. O ex-yuppão esperneia, quer de volta a vida que levava… Quer a Ferrari, o Armani. Bufa, xinga, briga, dá murro em ponta de faca. Até que, é claro, percebe que essa outra vida alternativa é a que é melhor.
Bem intencionado, mas meio bobinho, meio esquemático, certo? E de fato derrapa bem no fim, na hora de voltar pra real. Tudo bem, mas antes isso que mais um filme de ação, tiros e explosões. E Tea Leoni é uma total gracinha. E, mais que isso: a moral da história é boa, uai.
Vejo que o Leonard Maltin gostou; deu 3.5 estrelas em quatro: “Esperto e sentimental; uma rara comédia-fantasia contemporânea voltada para os feriados de Natal que tem a coragem de suas próprias convicções”.
Um Homem de Família/The Family Man
De Brett Hatner, EUA, 2000
Com Nicolas Cage, Tea Leoni, Don Cheadle, Mary Beth Hurt
Roteiro David Diamond e David Weissman
Música Danny Elfman
Produção Beacon Communications
Cor, 125 min
**1/2