1.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2007, com complemento em 2008: Eis aí um thrillerzinho de merda. Em meio a um bando de mulheres bonitas, Al Pacino interpreta Al Pacino com uma cara de quem está de saco profundamente cheio por estar tendo que trabalhar num filme horroroso.
Ele faz um professor universitário e psiquiatra especializado em serial killers, sujeito fodão, respeitado, temido, que se acha o máximo e muitas vezes é chamado pelo FBI ou pela polícia local para dar opiniões ou testemunhos em julgamentos. Aí vem um telefonema informando que ele morrerá dentro de 88 minutos. Virão muitos outros telefonemas, numa contagem negativa babaca durante a qual o espectador está cansado de saber que o fodão vai desvendar tudo, descobrir quem é que o ameaça, e não vai morrer coisa nenhuma.
De fato, a única coisa marcante do filme é a presença de tanta mulher bonita: Leelee Sobieski, Deborah Kara Unger, Alicia Witt… O professor fodão tem alunas e secretárias lindas.
Tanto a Première francesa quanto a Studio desceram a lenha no filme. As duas falam das atuações horrorosas dos atores. A Studio diz, com todas propriedade, que Pacino está inexpressivo em um thriller previsível.
Uma pena: o diretor Jon Avnet tem em seu currículo Tomates Verdes Fritos/Fried Green Tomatoes, de 1991, aquele filme gostoso, suave e extremamente feminista passado em duas épocas diferentes, com Jessica Tandy, Kathy Bates, Mary Stuart Masterson e Mary-Louise Parker, e Íntimo e Pessoal/Up Close & Personal, de 1996, com Michelle Pfeiffer e Robert Redford, que discute a briga de profissionais de TV que querem fazer jornalismo mas os patrões exigem infotainment, a mistura de informação com entretenimento que dá ibope.
88 Minutos/88 Minutes
De Jon Avnet, Alemanha-EUA-Canadá, 2007.
Com Al Pacino, Leelee Sobieski, Deborah Kara Unger, William Forsythe, Alicia Witt
Roteiro Gary Scott Thompson
Música Edward Shearmur
Cor, 95 min (o DVD; iMDB diz 108 min)
Produção Millenium Films. Estreou na França em 30/5/2007 (depois do lançamento em vídeo no Brasil).