Nota: 
Anotação em 2006, com complemento em 2008: Eis aí uma coisa um tanto rara: um filme de ação do cinemão americano agradável de se ver e rever. Ao contrário do padrão, não insiste naquelas perseguições de carro, explosões e mais explosões, mais uma perseguição de carro, outra explosão e mortes, mortes, muitas mortes pelo caminho.
O filme vale por isso – a fuga do padrão -, pelos dois atores principais, Tommy Lee Jones e a gracinha Ashley Judd, e pela boa sacada da trama. Double jeopardy do título original é o termo para designar o princípio jurídico americano segundo o qual a mesma pessoa não pode ser acusada duas vezes pelo mesmo crime.
Tommy Lee Jones dá humanidade à história como o parole officer, o funcionário encarregado de vigiar a liberdade condicional de um grupo de presos, entre os quais está a mulher (Ashley Judd) que sai da cadeia depois de cumprir parte da pena pelo assassinato do marido (Bruce Greenwood), que, o espectador fica sabendo junto com a personagem, está muito é vivo e passando bem. O funcionário tem, como diriam os americanos, na tentativa de suavizar, a drinking problem; luta contra ele, às vezes perde e mistura uma cachaça no café; é severo, correto, até abnegado – mas no fim põe o emprego em risco para ajudar a ex-presa inocente que está louca para se transformar em futura criminosa.
A trama até inclui cenas de filmes de ação, como a queda de um carro de um ferry-boat no mar, e ainda tem um pacote de belas imagens de Nova Orleans. Mas tudo é crível, ninguém é super-homem.
O diretor australiano Bruce Beresford, nascido em 1940, pisou feio no tomate num filme preconceituoso, Jogos de Conexão/A Good Man in Africa. Mas tem vários bons filmes no currículo, como Crimes do Coração/Crimes of the Heart. Conduzindo Miss Daisy/Driving Miss Daisy e A Última Chance/Last Dance, para citar só alguns.
Risco Duplo/Double Jeopardy
De Bruce Beresford, EUA, 1999.
Com Tommy Lee Jones, Ashley Judd, Bruce Greenwood
Roteiro David Weisberg e Douglas Cook
Produção Paramount
Cor, 105 min.
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