2.5 out of 5.0 stars
Anotação em 2005: Sombrio, duro, desesperançado, pesado retrato da Alemanha logo após o fim da Segunda Guerra.
Alemães que tiveram problemas de disciplina durante a guerra se oferecem como voluntários para trabalhar no desarmamento de bombas que caíram sobre Berlim mas não explodiram. Não se pode imaginar atividade mais próxima da morte.
Jeff Chandler faz o sem caráter, o que procura tirar algum prazer do resto da vida; Jack Palance, em um de seus poucos papéis como herói, faz o antigo arquiteto que mantém nobreza no caráter apesar de tudo o que enfrentou na vida. Os dois vivem na tensão absoluta de poder morrer no trabalho a qualquer momento – e, nos momentos de folga, disputam as atenções de uma bela mulher (Martine Carol).
A fotografia em preto-e-branco da capital alemã em ruínas é extraordinária. O filme foi de fato rodado na Alemanha, no auge da guerra fria.
O ótimo Robert Aldrich (1918-1983) estava no auge da forma. Já havia feito os noirs A Morte num Beijo/Kiss me Deadly, de 1955, e A Grande Chantagem/The Big Knife, também de 1955. Depois deste A Dez Segundos do Inferno, ele faria O Último Pôr-do-Sol/The Last Sunset, de 1961, um grande western com toque de tragédia grega, com Rock Hudson, Kirk Douglas e Dorothy Malone. Em seguida, faria os dois de terror com Bette Davis, O Que Terá Acontecido com Baby Jane?/Whatever Happeened to Baby Jane? (1963) e Com a Maldade na Alma/Hush… Hush, Sweet Charlotte (1964).
A Dez Segundos do Inferno/Ten Seconds to Hell
De Robert Aldrich, Inglaterra-EUA, 1959.
Com Jeff Chandler, Jack Palance, Martine Carol
Roteiro Teddi Sherman e Robert Aldrich
Baseado na novela O Fênix, de Lawrence Bachmann
Fotografia Ernest Laszlo
P&B, 93 min
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