2.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2004, com complemento em 2008: Este aqui é um daqueles filmes bem feitos, bem interpretados, bela música, fotografia caprichada – só não dizem muito a que vieram. Ao fim, você se pergunta: bem, mas e daí?
A história é assim: assaltante (Johnny Halliday) chega a pequena cidade para aguardar a vinda de companheiros para fazer um trabalho no banco local e hospeda-se na casa de professor aposentado (Jean Rochefort). Os dois, o ladrão e o pacato pequeno-burguês, o fora da lei e o homem de bem, estabelecem uma relação de uma espécie de admiração mútua – cada um gostaria de ter a vida do outro.
Patrice Leconte dirigiu vários bons filmes que tive prazer em ver: Caindo no Ridículo/Ridicule, 1996, A Mulher e o Atirador de Facas/La Fille Sur le Pont, 1999, A Viúva de Saint-Pierre/La Veuve de Saint-Pierre, 2000, Confidências Muito Íntimas/Confidences Trop Intimes, 2004, Meu Melhor Amigo/Mon Meuiller Ami, 2006. Este aqui foi do qual gostei menos. O problema talvez não seja do filme, seja meu mesmo. É uma coisa muito pessoal: eu não gosto dessa coisa de fascinação pelos fora da lei, que tantos filmes têm.
Voltando ao início, entende-se o que, afinal, Leconte quis dizer, é claro. Ele quer falar da insatisfação que as pessoas têm de sua vida, e da vontade de ter levado uma vida diferente da que afinal tiveram. OK.
Uma Passagem para a Vida/L’Homme du Train
De Patrice Leconte, França-Inglaterra-Alemanha-Suíça, 2002.
Com Jean Rochefort, Johnny Halliday, Jean-François Stévenin
Argumento e roteiro Claude Klotz
Música Pascal Estève
Cor, 90 min
Filme intensamente introspectivo, bastante denso, possui uma qualidade inata nos filmes franceses. Entra no AMAGO da questão. Gostei demais das situações, dialogos e complemento
Muito bom filme.