4.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2004, com complemento em 2008: A menina Sofia Coppola, em sua segunda obra, depois do na minha opinião fraco Virgens Suicidas, faz um grande filme.
É um filme sobre a solidão, a loucura que é passar uma temporada no meio de uma civilização que você desconhece totalmente, a doideira absoluta que é o Japão moderno, o vazio da vida dos muito ricos do país mais rico do mundo.
Um grande filme, que impressiona pela quantidade de observações pertinentes sobre a vida partindo de uma pessoa tão jovem – ela estava apenas com 32 anos.
Os dois atores estão nada menos que brilhantes. O personagem de Bob Harris, um ator americano em crise no casamento e em visita ao Japão para gravar comerciais, é feito sob medida para Bill Murray: ele é desencantado, triste, e ao mesmo tempo se finge de blasé, de quem não está nem aí, não liga para nada. E Scarlett Johansson, essa moça que tem mais sorte do que ganhador de loteria – é belíssima, sabe escolher papéis, trabalha com os melhores diretores em ótimos filmes, e ainda por cima sabe atuar -, brilha como Charlotte, uma jovem recém-casada com um fotógrafo famoso que trabalha demais e dá pouquíssima bola para o monumento que deixa sozinha num hotel caréssimo de Tóquio.
O encontro desses dois estrangeiros num mundo que eles desconhecem inteiramente é suave, belo, sensível.
Malhada por 10.020 entre 10.000 críticos de cinema por sua interpretação na terceira parte de O Poderoso Chefão, de papai Francis Ford, a Coppolinha fez todos eles calarem a boca com este filme, que ganhou 70 prêmios e teve outras 59 indicações, conforme contabilidade do iMDB; ganhou o Oscar de roteiro original, e teve indicações para os de melhor filme, melhor direção e melhor ator para Bill Murray.
Encontros e Desencontros/Lost in Translation
De Sofia Coppola, EUA, 2003.
Com Bill Murray, Scarlett Johansson
Argumento e roteiro Sofia Coppola
Produção Focus Features. Estreou em São Paulo 23/1/2004.
Cor, 102 min
Uma curiosidade: foi por conta da desilusão sofrida com as críticas à sua atuação em “O Poderoso Chefão 3” que Sofia Coppola resolveu passar um tempo no Japão. Por conta dessa experiência nasceu um filme brilhante.
Confesso com pesar que adormeci aí a meio do filme tal era o aborrecimento.
A Menina Coppola já me chateou bastante mas agora não torna a chatear.
Parece que anda a imitar o Papá que fez 2 filmezinhos depois de estar uns anos largos sem tugir nem mugir.
Temho pena, um homem com uma obra como a dele.
Gostei muito desse filme, muitas vezes repito a dose. Os dois, em idades bem distintas e desencantados, sentem-se atraídos,mas é um amor convencional e respeitoso… Muita atenção para a mostra de como os EU mudaram a cultura japonesa…Chega a ser caricata…Muito difícil foi para ela encontrar algo representativo da antiga beleza dos costumes japoneses…O final é ótimo… você dá destino que mais agrada! Muito bom…