4.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2000, com complemento em 2008: Se Laura, que todos conhecem como LV, iniciais de Little Voice, fosse uma personagem nascida nos Estados Unidos, seguramente teria atingido o status de superstar, mesmo que por apenas um período de tempo, como um Michael Jackson ou uma Diana Ross. Embora seja capaz de cantar exatamente como grandes estrelas, LV é inglesa, e da working class, e terrivelmente tímida, perdidamente louca da cabeça – e então seu destino é bem menos glamouroso, bem menos, por que não dizer?, hollywoodiano.
O filme que conta sua história é amargo, duro, tristíssimo – e brilhante. É um destes muitos filmes que me fazem volta e meia dizer que o melhor cinema do mundo, neste final de século XX, vem daquelas ilhotas à esquerda da Europa.
Uma das coisas mais fascinantes do filme é dita no início dos créditos finais: todas as vozes que ouvimos são de fato de Jane Harrocks, a atriz sem a qual não seria possível conhecermos a história de LV – ela faz Marilyn, Marlene Dietrich, Shirley Bassey, Judy Garland à perfeição. Já havia feito no teatro, e repetiu a atuação no filme.
Os créditos finais dizem que a peça de Jim Cartwright foi dirigida em Londres por Sam Mendes, que em 2000 se consagrou por ter dirigido Beleza Americana/American Beauty. Este filme aqui, Little Voice, teve três indicações para o Globo de Ouro em 1999: atriz para Jane Harrocks, coadjuvante para Brenda Blethyn (de Segredos e Mentiras, claro) e ator para Michael Caine. Caine ganhou. Mas, prêmios à parte, todo o elenco está extraordinário neste filme esplêndido, um filme triste como a pobreza e a loucura.
Laura – A Voz de Uma Estrela/Little Voice
De Mark Herman, Inglaterra, 1998.
Com Jane Harrocks, Brenda Blethyn, Michael Caine, Ewan McGregor,
Roteiro Mark Herman
Baseado na peça The rise and fall of Little Voice, de Jim Cartwright
Música John Altman
Produção Miramax e Scala
Cor, 97 min.
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