1.0 out of 5.0 stars
Anotação em 1999: Mais um thrillerzinho envolvendo mafiosos, dinheiro da máfia que todos querem roubar, e muitas cenas de violência – como, por exemplo, tortura de neguinho para fazê-lo confessar onde está o butim, mediante o uso de cortador de dedos. O ingrediente diferente aqui é que alternam-se as cenas de violência com cenas de sexo, umas tentando ser mais explícitas que as outras. E sexo homo, entre Jennifer Tilly e Gina Gershon.
Jennifer, irmã da gracinha Meg Tilly (de, entre outros, Agnes de Deus), faz Violet, a mulher gostosérrima, de sensualidade explícita em vestidos curtíssimos e meias de seda, que é a amante de uma figura ligada à Máfia. Ocasionalmente, o amante pede a ela que trepe com alguém a quem ele está querendo bajular. Ela diz que isso não é trepar, é trabalhar. Apaixona-se por Corky, uma ex-presidiária que vai trabalhar como zeladora e faz-tudo no prédio onde ela mora. Essa Corky é interpretada por Gina Gershon, que acabamos de ver no excelente Crime em Palmetto como a artista plástica mulher do jornalista tornado presidiário. Aqui, faz o gênero lésbica caricatural, mulher-macho, sempre trabalhando com ferramentas, cara suja de óleo, usando macacões masculinos, indo a bar gay à procura de uma trepada avulsa.
Temos então um filme de sacanagem com adorno de thriller violento. O Roger Ebert, de cujas resenhas gosto muito, adorou; deu quatro estrelas, disse que é cinema puro. Credo em cruz. Ebert informa que os diretores, dois irmãos, são recém saídos da universidade em Chicago, na faixa dos 20 anos. Credo em cruz.
Este filme foi o primeiro dirigido pelos irmãos Wachowski, que iriam, três anos mais tarde, se tornar famosérrimos com Matrix.
Ligadas pelo Desejo/Bound
De Larry Wachowski e Andy Wachowski, EUA, 1996.
Com Jennifer Tilly (Violet), Gina Gershon (Corky), Joe Pantoliano (Caesar), John P. Ryan (Mickey Malnato), Christopher Meloni (Johnnie Marconi)
Roteiro Larry Wachowski e Andy Wachowski
Mus Don Davis
Cor, 109 min.