[Rating:3.5]
Anotação em 1999, com complemento em 2008: Uma belíssima trama. Parte de um belo achado, e vai firme nele: mulher pobre, infeliz, abandonada grávida pelo amante, conhece durante viagem de trem mulher rica, recém-casada com homem muito rico, grávida; há um acidente, a rica e o marido morrem, a pobre é tomada como a nora pelos pais que esperavam o casal para conhecer a noiva.
O lead é muito bom. Uma dessas casas de ricos de bairro agradável de cidade americana, e a voz de Barbara Stanwyck em off dizendo algo do tipo: “Uma casa confortável, numa cidade bonita. O homem que eu amo, e que me ama. Tudo parece maravilhoso, mas não para nós. Porque esperamos que a qualquer momento a polícia chegue. Na nossa história há um crime.”
Vem o flashback, e vemos Barbara Stanwyck – que atriz maravilhosa, que puta presença forte em cada filme, nos papéis mais diferentes, da femme fatale de Pacto de Sangue/Double Indemnity a essa senhora burguesa atormentada pelo passado – tocando a campainha do apartamento do amante em Nova York; ela suplica que ele abra a porta; lá dentro, em silêncio, sob o olhar de uma loura, ele pega um nota de US$ 5,00 e uma passagem de trem, põe num envelope e passa por debaixo da porta. Ela pega, vai embora – e, do lado de dentro do apartamento, a loura diz: Espero que nunca você tenha a coragem de me abandonar deste jeito.
A personagem de Barbara Stanwyck, grávida, vai então pegar o trem, conhecer a mulher grávida que morrerá, e tomar o lugar.
Belo filme. Deixa nítido, sempre, a tragédia da injustiça social. E que grande atriz.
Complemento em 2008: O diretor Mitchell Leisen – eu aprenderia depois de ver este filme aqui, em 1999 – foi o autor de muitos bons filmes, tanto comédias quanto dramas pesados. Dele eu veria, depois, Lembra-te Daquela Noite, de 1940, também com Barbara Stanwyck; Ela e o Secretário, de 1942, um filme feminista feito muito antes que existissem filmes feministas; A Mulher que Não Sabia Amar, de 1944: Só Resta Uma Lágrima, de 1946, e Levanta-te, Meu amor, de 1940, um interessante esforço de guerra.
Um pequeno detalhe interessante: o povo que dava os títulos brasileiros aos filmes nos anos 30-40 criava coisas que não tinham nada a ver com o título original – e muitas vezes inventavam coisas extremamente cafonas. Pois neste aqui usaram a tradução literal do nome do livro de Cornell Woolrich em que se baseou o filme, Casei-me com um Morto; quem criou foram os próprios autores do título original do filme, No Man of Her Own, nenhum homem dela mesma.
O livro I Married a Dead Man seria filmado novamente em 1996, por Richard Benjamin, com Shirley MacLaine, Ricki Lake e Brendan Fraser, com o título Mrs. Winterbourne; no Brasil, o filme se chamou Amor por Acidente.
Casei-me com um Morto/No Man of Her Own
De Mitchell Leisen, EUA, 1950.
Com Barbara Stanwyck, John Lund,
Roteiro Sally Benson e Catherine Turney
Baseado no livro I Married a Dead Man, de Cornell Woolrich
P&B, 98 min.
Por gentileza, gostaria de adquirir uma cópia do filme “Casei-me com um morto” onde posso adquiri-lo?
Abraços,
Darci
Um filme emocionante e muito lindo!!!
gostaria de saber como posso comprar o livro
Queria saber como e quanto que e o filme Amor por acidente e se vc tem O Ladrão:Caquitos jack
Cara Diana, você já tentou, por exemplo, o site da livrariacultura.com.br? Se não achar lá, tente no amazon.com.
Um abraço.
Sérgio
Cara Josefa,
Obrigado por sua mensagem. Infelizmente não posso ajudá-la. Não sei em que loja virtual você poderia tentar encontrar os dois filmes a que você se refere. Tente o 2001video.com.br.
Um abraço.
Sérgio
na loja http://www.dvdraro.com.br vocês encontra este filme e muitos outros. visite!!!!
Lindo eu adoreii
Nossa, que filme interessante ! Fiquei preso no desfecho até o final ! A Barbara realmente foi uma atriz espetacular. Esse filme é um excelente programa para um domingo. Muito Bom !!