Nota:
Anotação em 1999 e complemento em 2008: Uma bobagem sem sentido. A história não se sustenta por um minuto – é tudo falso como o cabelo louro da Madonna, e é tudo ruim como a cara de Linda Darnell, uma mulher que – me pareceu – só enlouquece todos os homens neste filme aqui.
Dana Andrews está assustadoramente ruim. Como é possível que a mesma dupla – Otto Preminger e Dana Andrews – tenha feito, apenas um ano antes, Laura, aquele encanto de precisão, concisão e inteligência?
À procura de outra opinião, percebo que não estava completamente maluco. O próprio livro dos filmes da Fox, The Films of 20th Century Fox, reconhece: “Fallen Angel, apesar da direção um tanto estilosa de Preminger, não consegue convencer totalmente”.
O livro informa que foi o último filme com a cantora Alice Faye, presença constante em musicais e que aqui teve um raro papel dramático, antes de se aposentar. De fato ela deu uma longa parada depois deste filme – mas (e o livro não diz isso) aceitaria um papel na refilmagem de Feira de Ilusões/State Fair, em 1962.
Sobre o papel de Alice Faye aqui, Pauline Kael, com o estilo sarcástico dela, diz que a atriz não parece totalmente confortável tocando Brahms num órgão de igreja. Mas Pauline gostou do filme – diz que não chega ao nível de Laura, mas é “tolerável”. O texto dela é tão absolutamente saboroso que não resisto a deixar aqui o trecho em que faz a sinopse do filme – e nem preciso traduzir, porque Sérgio Augusto o incluiu na edição brasileira do livro dela (onde aparecem 1.200 dos 2.848 filmes resenhados por ela no original):
“Dana Andrews chega a uma pequena cidade da Califórnia com um dólar como toda a sua posse, interessa-se por uma garçonete vidrada em dinheiro (Linda Darnell; logo, é fácil simpatizar com ele) e casa-se com a jovem rica do lugar (Alice Faye), para pegar a grana e ganhar a garçonete. Mas seu sórdido plano nega fogo.”
Um P.S. em 2018: Ahnn… Certamente o fato de o filme ter me parecido ruim demais influenciou na avaliação que fiz de Linda Darnell. A mulher, pelo que dá para ver nas fotos dela, é gostosérrima, e de uma sensualidade de fazer estremecer frade de pedra.
Anjo ou Demônio?/Fallen Angel
De Otto Preminger, EUA, 1945.
Com Dana Andrews, Alice Faye, Linda Darnell.
Roteiro Harry Kleiner
Baseado na novela de Marty Holland
Música David Raksin
Produção 29th Century Fox
P&B, 90 min.
*
Eu entendo a crítica do Sérgio. O filme não é magistral e a história é completamente idiota. Mas tam charme. Esteticamente é hipnótico e as interpretações são charmosas. Linda Darnell está magnética e sensual e Alice Faye sai-se bem num dos poucos papéis dramáticos
O Sérgio gosta da Linda? Eu gosto mas não é das minhas favoritas
Caro Miguel, não vi muitos filmes com a Linda Darnell, não conheço bem os trabalhos dela. Precisaria conhecer mais. É sem dúvida muito bonita e extremamente sensual.
Um abraço.
Sérgio
Foi um filme que considerei, logo após tê-lo assistido (quando se comentava, em críticas escritas e em depoimentos pessoais de pessoas minhas conhecidas/amigas, que tinha uma cena de beijo muito ousada para os padrões “castradores” de Hollywood) simplesmente descartável, a menos de ter inserido a bela canção “Slowly”, outra composição do ótimo David Raksin, que compusera “Laura”, música tema do ótimo filme de mesmo nome. Mesmo tal cena erótica apontada, não a considerei especialmente marcante.