A Tortura da Suspeita / The Naked Edge


Nota: ★★★☆

Anotação em 1999, com complemento em 2008: Já não se fazem filmes de suspense como antigamente, disse eu, no meio do filme que nunca tinha visto antes. Não há qualquer violência explícita.

Há um assassinato com uma faca, na primeira cena, e, de sangue, só aparece um pequeno corte feito por faca no braço do Gary Cooper, quase no fim. E o suspense é mantido com brilhantismo.

Foi o último filme de Gary Cooper, que morreu naquele mesmo ano de 1961, aos 60 anos. Ele interpreta um homem de negócios cuja mulher (Deborah Kerr) começa a suspeitar que seja um assassino.

Nos alfarrábios, descem o pau no filme. Em seu guia, Steven H. Scheuer dá duas estrelas e meia (em quatro), embora sua resenha não seja um cacete: diz que o filme é uma absorvente, se não completamente bem sucedida adaptação da novela. Leonard Maltin diz que ele é uneven – desigual, irregular -, e tasca duas estrelas e meia (em quatro). E Pauline Kael cai de pau sem dó; diz que é um thriller inglês sem inteligência que você vê com estupefação, tentando entender o que Gary Cooper e Deborah Kerr estão fazendo ali.

A Tortura da Suspeita/The Naked Edge

De Michael Anderson, EUA-Inglaterra, 1961.

Com Gary Cooper, Deborah Kerr, Eric Portman, Diane Cilento, Peter Cushing

Roteiro Max Ehrlich e Joseph Stefano

Baseado no livro First Train to Babylon, de Max Ehrlich

P&B, 97 min.

5 Comentários para “A Tortura da Suspeita / The Naked Edge”

  1. Assisti nesta madrugada. Gostei muito,muito mesmo.Estás certíssimo Sergio,não se faz mais suspenses como outora.Isso mesmo,não existe nenhuma violência “violenta”,gratuita.
    O filme é todo ele suspense puro,brilhante e até em um certo momento,digo que angustiante.
    Li em curiosidades que o filme foi lançado após a morte de Cooper e,que foi um fracaso total.Como se explica? Não dá mesmo para se entender.Nesta hora me revolta lembrar que aquela coisa chamada de “Avatar”,é o maior record de bilheteria.Melhor deixar prá lá.
    Eu não vi nada de desigual e irregular neste filme.Quando eu disse que num certo momento o suspense é angustiante,é que já perto do fim,mesmo já tendo a certeza do que vai acontecer,ainda assim,por esse suspense criado,fica uma pontinha de dúvida e eu fiquei angustiado para ver logo o desfêcho.
    Isto é suspense verdadeiro ou não?
    Obs:falei assim para não fazer um spoiler.
    E,a Pauline,com todo o respeito,diz que é um filme sem inteligência? Que ficamos tentando entender o que o Cooper e a Deborah estão ali fazendo?
    Estavam ali fazendo o que eu vi,duas atuações
    maravilhosas,que talvez outros dois atôres não conseguissem.
    Não sabia que Cooper tinha morrido tão novo.
    Vou ler sôbre isto.
    Abraço, Sergio ! !

  2. Grande suspense, conduzido com brilhantismo por um diretor nem tão brilhante. Mais uma atuação certeira de Deborah Kerr e de um Gary Cooper já consumido com a doença que o viria vitimar. Pena que o filme não foi lançado em DVD.

  3. Entristece dizer que estou de pleno acordo
    com os detratores do filme.
    É um roteiro aspirante ao Hitchcock de ‘Suspeita'(41), com uma câmara estilosa à Orson Welles de ‘O Estranho'(46). A música
    excessiva para compensar o suspense que o enredo não constroi. Trama forçada num filme ultrapassado 2 décadas. Um desperdício de atores notáveis.

  4. O filme foi lançado em dvd sim, eu tenho o dvd. Para mim, o filme é mediano. O roteiro poderia ser melhor. A adaptação do livro “The last train from Babylon” é regular e há um suspense morno, eu diria que um pouco datado. Quando eu o assisti no cinema, ainda era muito jovem e o filme me impressionou, pois eu era fã de Gary Cooper e de Deborah Kerr, mas o elenco de apoio (Eric Portman, Peter Cushing – em rápidas aparições – ) estão soberbos. Cooper era uma estrela, não propriamente um ator. Marcou um tipo e fez o melhor que pode. Deborah Kerr era uma excelente atriz. O diretor, Michael Anderson, era, como li num comentário acima, mediano; nunca fez nada de excepcional, mas, o filme é bom. Creio que se assistido por um jovem, hoje, vá soar efadonho, pois a linguagem cinematográfica mudou muito nesse período.

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