3.0 out of 5.0 stars
Anotação em 1997: Um filme sensível, bonito, simples, despretensioso. Capricha demais na direção de arte, na cenografia, na reconstituição de época – a ação se passa na Filadélfia, em 1933, na profundeza da Grande Depressão. Os atores estão todos estupidamente bem, até os pontas, os figurantes.
A história mais parece um pequeno conto do que um romance. É um dia na vida de um garoto de uns 12 anos (Jerry Barone, uma descoberta), que vive em uma casa humilde com a mãe viúva (a sempre correta Mary Elizabeth Mastrantonio) e o avó cardíaco (Al Pacino, maquilado para parecer bem mais velho do que é), um italiano que imigrou para a América aos 17 anos de idade.
Assim, é mais um dos incontáveis filmes sobre o rito de passagem da infância para a adolescência. Mas é dos bons. No dia da ação, vai ser inaugurado um novo cinema na cidade, o La Paloma, e até as 18 horas a entrada custa 25 cents, a quarter, ou two bits do título original. A quarter é o que o avó carrega sempre, dizendo que será a herança do garoto quando ele morrer. Ao longo do dia, o garoto procura de diversas formas arranjar o dinheiro suficiente para ir ao cinema. Vê o corpo da mulher do médico da vizinhança, que se enforcou. E, no começo da noite, o avó morre.
O diretor Foley fez em 1992 Glengary Glen Ross, adaptação de David Mamet para sua peça premiada com o Pulitzer sobre a competição desenfreada e insana dentro de uma empresa de venda de imóveis; naquele filme, trabalhou com um bando de excelentes atores, o próprio Pacino, mais Jack Lemmon, Ed Harris, Kevin Spacey, Alan Arkin. É, portanto, recorrente no uso de bons atores – e também em assuntos que abordam as mazelas do capitalismo. Bom. Bem bom.
Um Dia Para Relembrar/Two Bits
De James Foley, EUA,1995.
Com Jerry Barone, Al Pacino, Mary Elizabeth Mastrantonio
Roteiro Joseph Stefano
Música Carter Burwell
Narração Alec Baldwin
Fotografia Juan Ruiz Anchia
Cor, 85 min.
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