4.0 out of 5.0 stars
Anotação em 1997: Uma beleza grande, imensa, uma puta sensibilidade. Conta-se uma bela história de uma criança despertando emoções e generosidade insuspeitadas em um homem maduro de 55 anos; mas conta-se, com ela, junto com ela, atrás dela, ou sobretudo, a história política do subjugado diante do representante do imperialismo.
Do imperialismo seja ele qualquer; é especificamente o checo diante do russo, mas poderia ser qualquer um, o indiano contra o inglês, o brasileiro primeiro contra o inglês e nos últimos quase cem anos contra o americano; para se chegar à conclusão de que os seres humanos são mais importantes do que a política, do que as divisões que a política impõe.
Um filme sensível, brilhante, emocionante. E que domínio de técnica, que estupendo domínio de técnica, que beleza de narrativa.
De uma certa maneira, me ocorre agora, é uma espécie de continuação de A Confissão, do Costa-Gavras, 40 anos depois do fim do stalinismo.
Vejo numa notinha da Premiere americana: o ator que faz o personagem central, o violoncelista checo, é o pai do diretor. E foi ele, o pai, que escreveu o roteiro.
O filme ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1997.
Kolya – Uma lição de Amor/Kolja
De Jan Sverak, República Checa, 1996.
Com Zdenek Sverak, Andrej Chalimon, Libuse Safrankova, Irena Livanova
Roteiro Zdenek Sverak
Baseado em uma idéia (é assim que aparece na apresentação) de Pavel Taussig
Cor, 105 min
Do Oscar, o mais interessante, para mim, é a publicidade dos filmes estrangeiros. KOLYA, é realmente uma bela lição de amor e de como fazer cinema sem a pirotecnia americana.