3.0 out of 5.0 stars
Anotação em 1996: Eis aí um filme muito interessante, com uma história bem noir e amarga, bastante à frente da moral e dos costumes da época. Deve, muito provavelmente (ainda não li sobre ele), ter tido problemas com os Códigos Hays do seu tempo.
A trama, muito bem bolada e muito bem tocada, antecipa em décadas um pouco do clima de Scott Turow em Acima de Qualquer Suspeita/Presumed Innocent. Aqui, o assistente da promotoria, e que será depois o promotor público do caso de assassinato, esteve na cena do crime, e está apaixonado pela acusada (a sempre extraordinária Barbara Stanwyck), a quem protege de todas as formas por acreditar na sua inocência.
O diretor Robert Siodmak é uma figura interessnatíssima, e fez, nesta fase dele no cinema americano, depois de fugir do nazismo na Europa, diversos filmes noirs de muito clima.
Se você não viu o filme, não leia a partir de agora
Dei uma olhada nos alfarrábios, e eu estava certo. O livro da Paramount diz: “Fate and the Production Code polish her off in a car crash”. Porque em 1949 não seria possível uma mulher planejar tudo com seu amante – o assassinato da velha tia rica, o uso de um promotor para se apaixonar por ela e então salvá-la – e sair livre e feliz para sempre. Por isso há o desastre de carro do final e ela morre.
Confissões de Telma/The File on Thelma Jordon
De Robert Siodmak, EUA, 1949.
Com Barbara Stanwyck, Wendell Corey, Paul Kelly, Joan Tetzel
Roteiro Ketti Frings
Baseado numa história de Marty Holland.
Música Victor Young
P&B, 100 min.
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