Pega-Fogo / Poil de Carrote


Nota: ★★★★

Anotação em 2002: Um filme extraordinário, bem à frente do seu tempo (1932) tanto na realização quanto na temática: garoto inteligente, sensível, sofre de carência afetiva – mãe que o maltrata, pai que o ignora, irmãos mais velhos que têm o amor da mãe – e resolve por isso se matar.

Numa das primeiras cenas, o professor lê uma redação do garoto: “Família é um monte de pessoas que se odeia mas é obrigada a morar junto”.

Pauline Kael ficou encantada com o filme. Ela explica que o título original, Poil de Carotte, poderia ser traduzido como “Carrot Top”, cabeça de cenoura, e diz: “Julien Duvivier estabeleceu sua maestria no cinema falado com essa refilmagem de seu filme mudo de 1925 sobre a alienação desesperada de um garoto de cabelos ruivos. Harry Baur faqz o pai e o pequeno e magrelo Robert Lynen é o garoto que tenta se enforcar; suas atuações são delicadas e psicologicamente complexas, mas o filme adquire sua intensidade lírica em grande parte graças ao uso rítmico das imagens. (Não há nada do diálogo didático que estragaria um filme americano da época, com um médico ou analista explicando que a mãe não se sentia amada e então ela rejeitou o filho, e por aí vai.) Aqui, Duvivier não era o mestre da diversão que se tornaria poucos anos mais tarde; este filme é mais exploratório, mais investigador.” 

Pega-Fogo/Poil de Carotte

De Julien Duvivier, França, 1932.

Com Robert Lynen, Harry Baur, Catherine Fonteney

Roteiro Jules Renard, baseado em sua novella

P&B, 80 min

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