2.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2007, com complemento em 2008: Uma produção extraordinária, bem cuidadíssima – mas o filme acaba sendo um desapontamento.
O romance Perfume, de Patrick Süskind, foi um tremendo sucesso na época do lançamento, nos anos 80, uma espécie assim do que seria depois O Código Da Vinci. Nunca li o livro e por isso não sei o quanto o roteiro foi fiel, ou não, a ele, mas o fato é que tudo virou simplesmente mais uma história de um serial killer.
Toda a idéia de o sujeito ser possuidor de um dom especial, o olfato superdotado, acaba sendo praticamente esquecida pela obsessão do cinema dos últimos anos por contar e recontar histórias de assassinatos em série.
A reconstituição de época (a ação se passa na Paris do século XVIII), o vestuário, toda a direção de arte, a fotografia – tudo é extremamente, mas extremamente bem feito, é uma suntuosidade visual – mas tudo absurdamente exagerado. A insistência na coisa da sujeira das ruas é ótima, é o oposto absoluto daquelas superproduções edulcoradas de antigamente, em que tudo era limpinho, imaculado.
O diretor alemão Tom Tykwer, é bom lembrar, tinha feito o ótimo e surpreedente Corra, Lola, Corra, e depois o incompreensível Heaven, com Cate Blanchett e Giovanni Ribisi, baseado num roteiro deixado por Krzysztof Kieslowski.
Este filme aqui ganhou 12 prêmios em diversos festivais e teve 12 outras indicações.
Vejo também no iMDB informações que corroboram com a observação que fiz sobre o visual esplendoroso e os cuidados com reconstituição de época. O figurinista Pierre-Yves Gayraud gastou 15 semanas em pesquisas sobre o que se usava naquele período, os 1700 e tantos em Paris e interior da França. Mais de 1.400 peças de roupa foram feitas em Bucareste, e depois foram devidamente sujadas e envelhecidas; Tykwer insistiu para que os atores usassem as roupas continuamente, por diversos dias, inclusive dormindo com elas, para que parecessem de fato usadas, gastas, sujas.
Na pré-produção, o diretor Tykwer, o diretor de fotografia Frank Griebe, o diretor de arte Uli Hanisch e o figurinista Gayraud estudaram as obras de Caravaggio, Rembrandt e Joseph Wright, para assegurar a reprodução mais fiel possível da França do século XVII.
Tudo para fazer o que virou um thriller de luxo.
Perfume – A História de um Assassino/Perfume: The Story of a Murderer
De Tom Tykwer, Alemanha-França-Espanha, 2006.
Com Ben Whishaw, Alan Rickman, Dustin Hoffman, Rachel Hurd-Wood
Roteiro Andrew Birkin, Berndt Eishinger e Tom Tykwer
Baseado no romance Patrick Suskind
Produção Constantin Film Produktion. Estreou em São Paulo 26/1/2007
Cor, 147 min.
Assisti, e gostei muito, não sou crítico, apenas aoro filmes. Porém, quem puder assistir novamente, vai observar uma falha no roteiro, comparem os primeiros minutos em que ele será executado (o peerfumista) e os minutos finais. Há um pequeno deslize, ou engano de minha parte.
Li o livro há muito tempo e gostei.
O filme parece-me muito inferior ao romance, vi-o uma vez e deixou-me indiferente.
Li o livro e achei-o interessante, mas bem aquém do estardalhaço que a mídia fez, incensando-o. O filme foge um pouco do livro, mas nada que comprometa o andamento da história. É um filme para se ver com os olhos bem atentos, quer pela riqueza de detalhes das roupas, cenários e maneirismos que retratam a epóca, como também por pequenas coisinhas que contam a história de forma mais sutil. São detalhes mínimos que se percebe após olhar o filme pela segunda ou terceira vez. É um filme bem feito, visualmente perfeito. Não percebi a falha que é comentada em um post anterior, mas vou olhar com calma na próxima vez. Fiquei curiosa!
Não é um dos meus filmes favoritos em termos de roteiro, mas pela fotografia, é digno de ser visto.